Joaquim António Caixeiro Simões

Lisboa, 01/11/1959
Simões, foi jogador juvenil do Belenenses nas épocas de 1974/75 a 1976/77 e sénior na época de 1982/83

Matateu, um atacante terrível pela sua mobilidade e prontidão de tiro

E como o Benfica preferiu o «Torneio dos Campeões» do Rio à Taça Latina, coube ao Belenenses — mais uma consolação — disputá-la. Na meia-final, jogo quente entre o Real Madrid e o Belenenses. Ganharam os espanhóis por 2-1, mas foi vitória sem brilho. Aliás, em Paris, apenas Matateu fulgurou, de tal modo que o L'Équipe não deixou de acentuar: «Perante os portugueses, o Real esteve muitas vezes em dificuldades. Di Stéfano, a despeito da sua classe e da sua reputação, perdeu o sorriso frente ao negro Matateu, que se comportou como um atacante terrível pela sua mobilidade e prontidão de tiro.» Depois, contra o Milan, mais uma derrota: 1-3. Mas, outra vez, o fascínio de Matateu — o brilho do ouro negro na Cidade-Luz. E, para o Belenenses, uma saborosíssima vitória adicional: a Taça Latina batera todos os records de receitas, gerando cerca de 3.200 contos, maquia que seria dividida por quatro.
In História de 50 anos do desporto português. Edição “A BOLA”

Alberto Rio, o primeiro jogador Internacional “A” do Clube de Futebol “Os Belenenses”

21/08/1894 - 1979
Duas Internacionalizações enquanto jogador do Belenenses. Total de Internacionalizações: 2 - Estreia a 17 de Dezembro de 1922 contra a Selecção de Espanha. Posição: Avançado - Golos marcados: Nenhum

Plantel do C.F. «Os Belenenses» da época de 1989/90

⛹Sentados: Jaime das Mercês, Paulo Monteiro, Galo, Juanico, José António, José Mário, Chico Faria, Anio Sadkov, Edmundo e Chiquinho Conde.
⛹Fila intermédia: roupeiro, Grosso, Jorge Silva, Justino, António Dominguez (treinador adjunto), Hristo Mladenov (treinador principal), Pedro Espinha, Teixeira, Fernando Macaé, massagista e Rui Gersão Miller (médico).
⛹Fila do topo: Gonçalves; Adão, Carlos Ribeiro, Taira, Mihaylov, Baidek, Paulo Sérgio, Pedra (?) e Saavedra.
➤Falta na foto, o jogador Oliveira que não iniciou a época (foi contratado por indicação de Moisés Andrade).
➤Treinadores: Hristo Mladenov (até à 7ª jornada), António Luís Dominguez (8ª jornada), Moisés Mathias Andrade (da 9ª até ao final do campeonato). 

Chuva de golos no empate entre Benfica e Belenenses, em jogo da 4ª jornada do campeonato de 2003/04

Jogo efectuado no Estádio do Jamor (o actual Estádio da Luz estava na fase final de construção), no dia 14/09/2003. Com a arbitragem de Duarte Gomes, de Lisboa, as equipas alinharam do seguinte modo:
Belenenses - Marco Aurélio; Carlos Fernandes, Wilson, Filgueiras, Pelé e Eliseu; Marco Paulo (Verona, aos 76'), Neca (Valdiram, aos 60') e Rui Borges (Leonardo, aos 65'); Sané e Antchouet. Treinador: Manuel José.
Suplentes, não utilizados: Pedro Alves, Sousa, Fábio Rosa e Mauro. 
Benfica - Moreira; Miguel, Luisão, Argel, Ricardo Rocha; Petit (Andersson, aos 45'), Tiago e João Pereira; Alex, Fehér (Hélder, aos 89') e Šokota (Roger, aos 75'). Treinador: José António Camacho.
Marcha do marcador: 1-0, aos 27' por João Pereira; 2-0, aos 53' por Fehér; 2-1, aos 81' por Sané (pen.); 3-1, aos 86' por Luisão; 3-2, aos 90' + 1' por Leonardo; 3-3, aos 90' + 3' por Sané.
Suplentes, não utilizados: Bossio, Cristiano, Zahovic e Carlitos.
Na foto (do jornal «Record»): Tomislav Šokota e Eliseu.

Belenenses mais organizado comandou a partida e venceu convincentemente os éborenses


José Pereira (de costas), Rodrigues, Sá Pinto e Vicente (encoberto)

➤Évora, 27 de Fevereiro de 1966. Jogo no Campo Estrela, a contar para a 21ª jornada do campeonato nacional e arbitrado por Álvaro Rodrigues, de Coimbra:
⛹Belenenses - José Pereira; Rodrigues, Quaresma, Sá Pinto e Cardoso; Vicente e Adelino; Lobo, Carlos Pedro, Teodoro e Alfredo. Treinador: Jorge Vieira (Br)
⛹Lusitano Ginásio Clube - Vital; Teotónio, Vaz, Falé e Morato; Cordeiro e Mitó; Louro, Simões, Coró e José Pedro
⚽Marcadores: 0-1, aos 25' por Teodoro; 1-1, aos 36' por Simões; 1-2, aos 40' por Adelino e 1-3, aos 76' por Lobo. Resultado final: Lusitano, 1 - Belenenses, 3
➽ Aos 53 minutos, José Pereira saiu a defender uma bola que Coró se aprestava para rematar, mas que saiu pela linha de cabeceira. Porém, o fiscal de linha, do lado do peão, considerou que José Pereira entrou em falta sobre Coró e o árbitro ordenou grande penalidade. 
O jogo esteve suspenso durante alguns minutos devido às reclamações dos jogadores «azuis». 
Como a foto documenta, são exuberantes os gestos de Rodrigues (que acabaria expulso), José Pereira (de costas), Sá Pinto e Vicente (encoberto). O castigo foi marcado pelo ex-belenense Cordeiro, mas José Pereira defendeu. Embora o lance tivesse já sido invalidado por Mitó estar dentro da área.

Belenenses derrotado em Alvalade com um hat-trick de Lourenço

Um lance que deixa transparecer o entusiasmo com que «leões» e «azuis» se bateram em Alvalade. Intervenientes: o sportinguista Lourenço, e os «azuis» Quaresma, Rodrigues e Gomes.
Lisboa - Estádio José de Alvalade, 5 de Dezembro de 1965. Campeonato nacional, 9ª jornada: 
Belenenses - João Gomes; Manuel Rodrigues, Vicente Lucas, Alfredo Quaresma e Fernando Catinana; Carlos Pedro e José Cardoso; Virgílio, Raúl Correia, Teodoro e Adelino Ferreira. Treinador: Jorge Vieira (Br)
Sporting - Carvalho; João Morais, José Carlos, Alexandre Baptista e Hilário; Dani e Fernando Peres (ex-Belenenses); Ferreira Pinto, Oliveira Duarte (ex-Académica), Lourenço e Figueiredo. Treinador Otto Glória (Br)
Três dias antes do jogo, o treinador do Belenenses deu uma entrevista ao jornal «A Bola» em que afirmava que no final da época, 60% do plantel teria que ser dispensado. Nas vésperas do jogo, o Belenenses tinha quatro jogadores lesionados e dez sem treinar com a equipa, devido ao cumprimento do serviço militar.
Como curiosidade, referia-se que o sportinguista Lourenço, três jornadas antes (6ª) tinha marcado 4 golos ao Benfica, em pleno Estádio da Luz. 

O Belenenses - Carcavelinhos foi um jôgo dos mais agradáveis do campionato

A decisão formidável de Reis, guarda-redes de Belém

“Foi um jôgo agradável, dos mais agradáveis do Campionato, o Belenenses - Carcavelinhos. No primeiro tempo, o Belenenses deu a ideia de vencedor. As suas jogadas, mais claras, o seu jôgo, mais bem desenhado, deu-lhe vantagem. 
Mas o Carcavelinhos, é um detalhe importante, nunca deixou de replicar. E de mostrar energia... Energia, que, no segundo tempo, lhe deu a vitória. Foi vitória aparatosa, esta, do Carcavelinhos.  
Ao avançado centro José António deve o Carcavelinhos os três pontos triunfais, sobretudo, pela maneira como êle marcou o primeiro goal – o goal do empate – deixando assim a estrada da vitória quási inteiramente livre... José António agarrou a bola. Sózinho e intemerato, internou-se no terreno adversário, enganou um defesa e, serenamente, naturalmente, passou a bola por cima da cabeça do guarda-rêdes do Belenenses, fazendo, logo a seguir, goal...” Tavares da Silva
Capa do número 2, da revista “Stadium” editada em 24 de Fevereiro de 1932
post publicado originalmente em 12/08/2008 

Admirável fotografia apresentando o campo de foot-ball do Carcavelinhos F.C. durante o jogo com o C.F. Os Belenenses



Admirável fotografia apresentando o campo do Carcavelinhos F. C. durante o jogo Belenenses - Carcavelinhos. Vem a propósito recordar as justas afirmações, publicadas há tempos pelos seus proprietários, acerca das suas acomodações: 25 mil pessoas
  • Fotografia publicada na revista “Stadium” de 24 de Fevereiro de 1932

Numa imponente manifestação funebre, cêrca de 30.000 pessoas incorporaram-se no funeral de José Manuel Soares

«DL» de 28 de Outubro de 1931
«José Manuel Soares, a quem os irmãos chamavam «Pepe» desde pequenino, mereceu esta homenagem postuma não apenas por ser um elemento de destaque no desporte, um grande jogador da bola, mas por ser, sobretudo, «muito bom rapaz». Impetuoso, combativo, atleta de tipo meudo mas vigoroso - «Pepe» não era violento e foi sempre leal.» 
«A magua nos rapazes do Belenenses, essa não se descreve, e no enterro de hoje centenas de amigos do Clube da Cruz de Cristo em camisola azul, choraram como por um irmão.»
«Fôra nomeado há duas semanas capitão dos Belenenses (lugar que só exerceu no ultimo jogo da sua vida), e foi-o por ser não o «melhor», embora talvez o tivesse sido, mas por ser o mais competente, apesar de novo, dando garantias de caracter e de correcção.»
«Começou apagadamente, em 1924, a carreira de foot-ball de «Pepe», tinha 15 anos. Nesse ano, logo, por experiencia, jogou em primeiras categorias num jogo extra-oficial em Beja. Vestiu a camisola de honra em fevereiro de 1926 contra o Benfica, e foi «Pepe» que marcou o «goal» da vitoria, por «penalty», tal qual no ultimo jogo da sua vida, contra o Chelas, há 9 dias.» 
«Tinha pelo seu clube uma dedicação ilimitada, e nas « tournées», lá fora, era a alegria do «team», e o mais infantil dos «touristes», muito português nos devaneios e preocupações de rapaz.»  

Equipa de Honra do C.F. "Os Belenenses" da época 1934/35

José Reis, Rodrigues Alves, João Belo, José Simões, César de Matos, Jaime Viegas e Luís Fernandes. 
Bernardo Soares, Francisco Silva Marques, Aquilino Lourenço e José Luís

Severo Tiago, 5º jogador Internacional “A” do Clube de Futebol “Os Belenenses”

Uma Internacionalização enquanto jogador do C.F. “Os Belenenses”. Total de Internacionalizações: 1 - Estreia a 26 de Dezembro de 1926 contra a Selecção da Hungria (3-3). Posição: Avançado - Golos marcados: 1

O "Pepe" morreu hoje no hospital da Marinha, devido a um caso de intoxicação alimentar incurável

Como se noticiou nos jornais da manhã, ontem, depois de ter ingerido um pedaço de pão com chouriço, o futebolista internacional José Manuel Soares - o "Pepe" - jogador dos mais categorizados do Club Belenenses, sentiu-se tão doente que, não havendo recursos bastantes na Aviação Marítima, onde trabalhava como serralheiro, o transportaram ao Hospital de Marinha em demanda de socorros.
    O sr. dr. Mendes Belo, de serviço naquele estabelecimento, mandou-o internar imediatamente por ter verificado que o seu estado era grave, tendo tido com o seu colega sr. dr. Morais Sarmento uma conferencia, da qual resultou adoptarem-se medidas excepcionais para tentar a salvação do popular desportista, no qual se fizeram duas transfusões de sangue.
Não obstante todos os esforços empregados, "Pepe" faleceu hoje de manhã de uma intoxicação alimentar incurável. Sua mãe, Maria José Soares e seus irmãos; Ana Soares Ramos, Rogério Soares, Jorge Soares e Suzana Soares, que também comeram uma sopa condimentada com o chouriço que se supõe de ter sido a causa da morte de José Manuel Soares, caíram por sua vez à cama com horríveis dores de estômago, estando a ser tratados pelo médico da área de Belém, e considerando-se igualmente grave o seu estado.
O chouriço a que se atribui a causa do envenenamento fora comprado pela mãe do "Pepe" num talho do mercado de Belém pertencente a Primo do Amaral Chaves e a sua mulher Maria da Ressurreição Cabral. Acontece, porém, segundo as informações que obtivemos, que tanto os proprietários do aludido estabelecimento como um empregado do sub-delegado da área afirmam ter comido chouriço da mesma proveniência sem que sentissem a menor indisposição.
A respectiva autoridade sanitária esteve hoje no talho em questão, não tendo encontrado nele coisa alguma que o determinasse a proceder contra os seus proprietários. O agente Paulitos, a quem as investigações foram entregues ouviu já a família do "Pepe" tendo mandado apresentar no Torel os donos do talho e, com eles, 9 quilos de chouriço ali apreendidos. Também foi apreendida uma porção de massa de pão, para se saber ao certo qual dos géneros estava em mau estado, visto que a mãe do José Manuel Soares, também se fornecera daqueles artigos no mesmo estabelecimento.   
O cadáver do pobre jogador foi hoje transportado para o Necrotério, a fim de lhe ser feita a autópsia. 
A sua morte foi imediatamente conhecida em toda a cidade, tendo todos os Clubs de «Foot-Ball» resolvido diligenciar no sentido de se conseguir que amanhã, em sinal de sentimento, não se realizem em Lisboa jogos da especialidade desportiva a que «Pepe» se consagrava.
  •  «DL» de Sábado, 24 de Outubro de 1931

Joga com pés e cabeça / em bom terreno ou ruim / ninguém há que não conheça / o nosso bom Serafim

Serafim das Neves, o «Pencas»
29/08/1920 - 11/12/1989
Jogador do Belenenses de 1941/42 a 1954/55: Campeão Nacional (45/46), Vencedor da Taça de Portugal (41/42) e bi-Campeão de Lisboa (43/44 e 45/46). Vice-campeão nacional (54/55) e Finalista da Taça de Portugal (47/48). Seis terceiros lugares no campeonato nacional.
17º jogador Internacional “A” do Clube de Futebol “Os Belenenses”. Estreia a 11 de Março de 1945 contra a Selecção da Espanha (2-2). Quinto jogador da história do Belenenses com mais internacionalizações (18).

Revivendo as façanhas do passado no Estádio do Restelo

Sala de Troféus do Clube de Futebol «Os Belenenses», Dezembro de 1997. Convívio dos campeões nacionais de futebol de 1945/46, aquando duma reportagem do jornal «A Bola»
De pé: Artur Quaresma, Mário Sério, Vasco Oliveira, José Sério, António Feliciano. Agachados: Mário Coelho, Manuel Andrade e José Pedro

O excelente plantel do C.F. "Os Belenenses" da época de 1990/91 que, inacreditavelmente, desceu de divisão

⛹ Sentados: Paulo Monteiro, Juanico, Gonçalves, José Mário, Anio Sadkov, Chico Faria, Chalana, Jorge Silva, Nito e Chiquinho Conde
⛹Fila intermédia: João Silva (massagista), Rui Gregório, Jaime das Mercês, Vicente Lucas, Joaquim Murça, não identificado, Henry Depireux (treinador), não identificado, José António, Galo, Grosso, José Carlos (massagista), roupeiro.
⛹Fila do topo: Carlos Ribeiro, Paulo Sérgio, Justino, Taira, Morato, Mihaylov, Edmundo, Teixeira, Pedro Espinha, Fernando «Macaé» e Raudnei. 
⛹ Faltam na foto: Saavedra, Mirandinha, Oliveira, Kobla, Hélder Quental, Peyroteo e Serralha. 
➤ Treinadores durante a época: Henry Depireux (da 1ª até à 8ª jornada), Antônio Lopes (da 10ª até à 20ª jornada) e Moisés Andrade (da 21ª jornada até à 38ª jornada). Vicente Lucas, dirigiu a equipa na 9ª jornada
🏆Morato, foi considerado o jogador mais regular do campeonato pelos jornalistas da «A Bola», tendo vencido o troféu «Somelos Helanca» 

Invasão de campo para o ataque às camisolas, no último jogo do Belenenses no campeonato da II divisão

Os adeptos do Belenenses dão largas ao seu contentamento, e tentam conseguir uma recordação, no último jogo do Campeonato Nacional de Futebol da II divisão, zona sul. O Belenenses naquele dia 13 de Maio de 1984, apesar da surpreendente derrota (0-1) em casa contra o União da Madeira, terminava como primeiro classificado da Zona Sul, posição que tinha garantido na jornada anterior, num jogo épico em Sesimbra contra a equipa local. Menos de um mês depois, também por antecipação, seria a vez de se sagrar Campeão Nacional da II divisão. Importa lembrar um facto singular: O Clube de Futebol “Os Belenenses” é o único Clube português Campeão Nacional de Futebol da 1ª e da 2ª divisão.
  • post publicado originalmente em 3/8/2008