"Narciso é um produto belenense e foi há dez anos já que ele iniciou oficialmente a sua carreira de futebolista no popular clube da Cruz de Cristo. Precisamente, na época de 1942-43.
Entretanto, em 1944, Narciso passou a representar o Trafaria, onde se manteve durante três épocas. Para o seu regresso à equipa dos "azuis" não foi estranha a influência do antigo internacional belenense Rafael Correia, que tem o seu comércio na Trafaria.
Na sua festa de despedida, ao abandonar o campo, Rafael conduziu Narciso ao lugar que deixava vago e que este, realmente, passou a preencher sem deixar mal colocado o seu antecessor e introdutor.
Narciso, agora, faz a sexta época consecutiva na primeira categoria dos Belenenses, àparte um ou outro período em que baixou à "reserva".
Normalmente extremo-esquerdo, tem jogado também a extremo-direito e a avançado-centro e, ultimamente, por via do processo táctico da sua equipa, tem desempenhado na equipa uma missão específica, que se assemelha á do interior pois actua quase sempre recuado, em beneficio do rematador Matateu.
Essa papel quadra-se bem com o temperamento buliçoso de Narciso, que não é homem para esperar pelo jogo e, se lhe dessem azo, percorria todo o campo.
Narciso, é um jogador alegre, vivo, mexido, e o treinador Fernando Vaz tem procurado acertadamente tirar partido dessas características, atribuindo-lhe uma acção de "sacrifício" a que se devota com entusiasmo.
Narciso é, essencialmente, um jogador de clube, o chamado "operário" de uma equipa e, não sendo já positivamente um jovem, pois ronda os trinta anos, continua a dar provas da extraordinária vitalidade que tem sido a sua principal característica." Carlos Pinhão
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