"Manuel Jorge da Costa e Silva constitui mais um sugestivo exemplo de como os clubes poderiam bastar-se a si próprios quanto possível, trabalhando a fundo as suas escolas de jogadores.
O novo interior-direito do Clube Futebol "Os Belenenses" é um produto cem por cento da casa e é até bem curiosa a história da sua iniciação futebolística.
Tinha catorze anos quando o clube o admitiu ao serviço nas Salésias, como auxiliar do guarda-do-campo.
Sempre que se lhe deparava uma folgazita, o garoto pegava numa das bolas e entretinha-se a pontapeá-la tempos infinitos.
Assim se foi exercitando sozinho e ganhou tal gosto pela bola que decidiu fazer-se também jogador.
No ano seguinte, fazia parte da escola de infantis que o treinador italiano Rino Martini orientou. Evidenciou qualidades que o levaram à equipa de juniores em 1950-51, quando atingiu a idade regulamentar.
Alcançou dezasseis golos durante o Campeonato Regional da categoria, afirmando-se como um dos melhores marcadores do torneio. Ao seu desenvolvimento físico aliavam-se os seus progressos de ordem técnica, resultantes do seu entusiasmo e da sua aplicação nos treinos.
Na época de 1951-52, Manuel Jorge passou a ser avançado-centro da "reserva", confirmando amplamente as esperanças que nele se depositavam.
Ainda nessa época, fez já alguns desafios particulares na primeira categoria.
Até que, no Nacional de 1952-53, gorada a experiência de Castela a interior, o treinador Fernando Vaz foi à reserva buscar Manuel Jorge e lançou-o como interior direito do grupo principal.
Apareceu logo na quarta jornada, no jogo em que o Belenenses foi ganhar a Braga, e fixou-se na categoria de honra, onde se tem creditado de uma média muito apreciável de exibições." Carlos Pinhão
Manuel Jorge
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1 comentário:
Segundo penso, Manuel Jorge, a exemplo de outros futebolistas, (Castela foi um deles) emigrou para Moçambique e era (ou é) pai dos jogadores, José Luís e Jorge Silva (este parecia especialista em marcar golos de belos gestos técnicos).
Bela recordação, esta das separatas do Mundo de Aventuras.
Saudações desportivas,
João Celorico
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