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Alto Maé e Mafalala à beira Tejo (II)

Eusébio, Lucas e Vicente acompanhados pelo falecido jornalista do "Record", Fernando Dias. Quer dizer: Benfica, 1 - Belenenses, 3

Alto Maé e Mafalala à beira Tejo


"É verdade, o Matateu. Ele nunca jogou comigo... Desculpa, eu nunca joguei com o Matateu. Assim é que é, assim é que se deve dizer: eu nunca joguei com ele. Só uns treinos na selecção portuguesa, com o Peyroteo a treinador." 
Eusébio em entrevista a Rui Miguel Tovar, 'i' 25 de Dezembro de 2010
Foto Nuno Ferrari/'A BOLA' 

Tributo a Eusébio da Silva Ferreira (IV)

Eu olho com o mesmo respeito para um grande jogador de futebol como olho para um grande escritor. Para mim são artistas que encheram de alegria a minha vida: desde a infância.*

1961

António Lobo Antunes

Tributo a Eusébio da Silva Ferreira (III)

Liverpool, 23 de Junho de 1966 

Morreu Eusébio

A sensação é que, com a morte de Eusébio, de certa forma, mais do que um ciclo é uma era que termina


Lourenço Marques (Moçambique), 25/01/1942 - Lisboa, 05/01/2014


"Apesar de nunca ter sido do Benfica, sempre gostei de Eusébio. Foi o ídolo futebolístico da minha geração, que por sorte já leva no rol três reis da bola - além de Eusébio, Figo e Ronaldo. Eusébio nasceu para o mundo do futebol numa sucursal do Sporting em Lourenço Marques, atual Maputo, Moçambique (e parece que é destino dos Leões criarem magos que os outros aproveitam). Veio parar ao rival, porque um funcionário do Benfica se antecipou. Apesar de o Sporting ter tentado tudo para ficar com ele, os papéis já estavam assinados. 
Vi-o jogar algumas vezes. Era indescritível. Em 1966, quando virou um resultado de 0-3 para 5-3, frente à Coreia do Norte, no Mundial de Inglaterra, penso que todos os portugueses o amaram e idolatraram. 
E daí em diante, Eusébio foi o rei do futebol, só tendo como sombra (como hoje Ronaldo tem Messi), o Rei Pelé. Nunca pôde sair do Benfica (a condição de escravos que ainda é própria dos futebolistas, que não podem mudar de patrão quando querem, só recentemente minorou). 
O Estado português salazarista impediu-o de partir por essa Europa que o convidava, como depois fariam Figo e Ronaldo, e chegou a incorporá-lo na tropa para o impedir de sair de Portugal. 
Só em 1975, com 34 anos de idade e depois do 25 de Abril, rumou a Rhode Island e a Boston, ajudando a lançar o soccer na América. Em Portugal, jogaria ainda pelo Beira-Mar e pelo União de Tomar (da segunda divisão), já perto dos 40 anos. 
Nunca foi milionário, porque os salários não eram o que são hoje. Nunca foi ídolo - para além daqueles que gostavam e gostam de futebol - porque nunca o deixaram jogar nos grandes do mundo (apesar de o Benfica, na década de 60, se aproximar, ou mesmo ter, esse estatuto). Eusébio, que é reconhecidamente um dos grandes futebolistas do mundo (por todos os critérios, de todas as associações e jornais da especialidade) viveu este passado. 
No presente teria outras condições, outro mundo, outra fama, outra fortuna. O destino de Eusébio, comparado com os de Figo e Ronaldo (e sem discutir se um é melhor do que os outros) é um retrato de Portugal e do mundo e do que mudaram no breve espaço de tempo que foi a vida do Pantera Negra. " Henrique Monteiro in "Expresso" Edição Online