Como eram os homens do Belenenses que metiam respeito


  • José Sério: O homem que garantiu com inegável qualidade a transição entre Capela e José Pereira. Fez 144 jogos para o Campeonato, foi uma vez internacional A – com a Espanha, a 21 de Março de 1948 – e jogou 3 partidas em 1945/46. Entre os presentes no encontro promovido por “A BOLA” foi o único a viver, como jogador, os momentos difíceis do Campeonato perdido, a quatro minutos do fim, em 1954/55.
  • Vasco Oliveira: Uma das Torres de Belém. Internacional – dois jogos na Selecção A, com a Inglaterra (25-5-1947) e com a Espanha (21-3-1948) -, estreou-se no Campeonato na época 1942/43. No ano do título, foi totalista (22 jogos) e os companheiros fazem-lhe a justiça de o considerar o responsável pela vitória em Elvas, na última jornada, no jogo que marcou o triunfo no Campeonato – iniciou os lances dos dois golos.
  • António Feliciano: Um dos expoentes do futebol português da sua geração. Foi 14 vezes internacional e chegou a ser considerado, pelo L’Equipe, em 1947, o melhor defesa-central da Europa. A mais famosa Torre de Belém esteve 15 anos no Belenenses.Passou por vários clubes até se tornar responsável pelas camadas jovens do F.C. Porto, clube ao serviço do qual foi um ganhador de títulos e um grande fabricador de “campeões”.
  • Mário Sério: Chegou mais cedo à equipa principal que o seu irmão, o guarda-redes José. Em 1943/44 fez um jogo a contar para o Campeonato, o primeiro dos 18 que fez nas quatro épocas em que participou em encontros referentes à prova maior do futebol português. Na sua posição o Belenenses tinha jogadores de grande craveira, Mariano Amaro acima de todos. Na campanha do título teve duas presenças.

  • Mário Coelho: Chegou ao Belenenses em 1943/44 e saiu em 1947/48, período no qual, para além do título nacional, ganhou dois Campeonatos de Lisboa. Era um extremo direito com enorme talento e na época de ouro do clube participou em nove partidas, marcando quatro golos. Acabou a carreira, como federado, no Estoril. Entre 1972 e 1974 fez parte da direcção do Belenenses, presidida por Baptista da Silva.
  • Artur Quaresma: Um dos mais completos avançados portugueses das décadas de 30 e 40, jogador de talento acima da média. Jogou cinco vezes na Selecção Nacional e apresenta com a camisola azul um total de 154 jogos e 71 golos – partidas a contar para o Campeonato. Na campanha que deu o título ao Belenenses, foi totalista e marcou 14 golos. Tem uma impressionante carreira como treinador ao longo de 35 anos.
  • Manuel Andrade: Curta mas intensa passagem pelo Belenenses. Fez 31 jogos e marcou 27 golos, com uma particularidade interessante: na estreia, precisamente em 1945/46, com 18 anos, marcou os três golos da equipa na vitória sobre o F.C. Porto (3-2). Nessa época participou em 14 jogos e apontou 19 golos – melhor marcador do campeão. Despediu-se das Salésias em 1947/48, para acabar no Estoril, com 27 anos.

  • José Pedro: Um artista do futebol, sobre quem recaíam comparações, pelo estilo, com Alejandro Scopelli. Jogador de técnica apuradíssima, José Pedro marcou uma época. Ao todo fez 81 jogos e marcou 42 golos. Na temporada do título, foi chamado por Augusto Silva 13 vezes, apontando seis golos. Em 1946/47 saiu do Belenenses. Decidiu pendurar as botas. Em 1948/49, porém, fez um jogo pelo Benfica.

Reportagem do jornal "A BOLA" de 16/12/97, enviada pelo Amigo do BI, Joaquim Caetano.

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