Carlos Silva: «Di Pace foi o melhor estrangeiro do futebol português»

"A memória que guardo de Miguel Di Pace é a de um dos mais brilhantes jogadores que vi em 70 anos de vida e aquele que permanece como o melhor estrangeiro de sempre da história do futebol português.
O seu jogo era feito de elegância sublime e de requintes técnicos incomparáveis. Simplesmente fabulosa a forma como atraía os adversários para ganhar o espaço com que aumentava o perigo e se aproximava do maior cúmplice da sua acção: Matateu.
Di Pace era um driblador exímio, arte que aproveitava para impor o ritmo, mudar o flanco, jogar curto e longo, criar desequilíbrios e municiar os avançados. Dele se pode dizer que era o maestro genial de uma óptima equipa que ainda tinha na frente o fenómeno que foi Matateu.
Nos seis anos que passou em Lisboa, foi um companheiro querido de todos nós. Lembro-me de que o momento do seu regresso à Argentina, quando tinha ainda muito para dar ao Belenenses, foi triste para ele, mas absolutamente dramático para os amigos.
A possibilidade de o rever e o abraçar, ao fim de 20 anos de ausência, representa uma emoção para quem o conhece. E é uma oportunidade de ouro para os mais novos conhecerem uma das maiores figuras que pisaram os relvados portugueses. Devemos agradecer à actual direcção do Belenenses este momento de pura magia". Carlos Silva


Clube de fãs

Carlos Gomes (Sporting): "Foi um dos mais extraordinários jogadores do Belenenses e um dos melhores estrangeiros da história do futebol português. Era um jogador finíssimo, que tratava bem a bola e à volta de quem se movimentava toda aquela excelente equipa".

Rogério (Benfica): "Foi dos melhores estrangeiros que passou pelo Belenenses e pelo futebol português. Elegante, grande artista com a bola nos pés, rápido, tinha notável percepção do jogo e isso permitia-lhe ser um óptimo arquitecto do ataque".

Virgílio (FC Porto): "Era um jogador fora-de-série, muito difícil de marcar. Tecnicista excepcional, imprevisível e inteligente, imprimia grande dinâmica ao jogo, actuando bem com qualquer dos pés, facto que o transformava numa séria ameaça perto da área".

Texto do "Record Online" - Sábado, 8 Maio de 2004

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