Feliciano, é um dos maiores Símbolos do Clube de Futebol "Os Belenenses"
"Capela, Vasco e Feliciano ficaram amarrados à história do Belenenses por grossos cordões de fama, feitos de aplausos, simpatia e adoração. Eram as três «Torres de Belém». Após a conquista do título nacional de 1946, o profissionalismo, ainda escondido em várias capas, despontou para o seu fenomenal reinado. Em Belém, houve relutância em aceitar o novo estado de coisas, mas...Capela haveria de transferir-se para a Académica, a pretexto de estudar. Substituiu-o Sério. Vasco e Feliciano nunca se deixaram seduzir pelo canto de sereia dos escudos. Feliciano, um desportista e um dos defesas mais categorizados de sempre, era de uma honestidade a toda a prova, de um belenensismo como dificilmente voltará a haver – de tal modo que, antes de partir de férias, corria a assinar a ficha que o vincularia ao clube no ano seguinte, nunca exigindo dele um tostão que fosse. Mas, no final da sua época de ouro, o Celta de Vigo acenou-lhe com um contrato fabuloso: 200 contos de luvas e um salário mensal de 3000 pesetas para Feliciano e 300 contos para o Belenenses. Quase irrecusável, pois. Ficou de pensar. No regresso de férias, para espanto de todos, abeirou-se de Acácio Rosa e predispôs-se a assinar, de novo, a ficha pelo seu Belenenses. Assinou. E perdeu uma fortuna..."
"António Feliciano: Um dos expoentes do futebol português da sua geração.
Foi 14 vezes internacional e chegou a ser considerado, pelo L’Equipe, em 1947, o melhor defesa-central da Europa.
A mais famosa Torre de Belém esteve 15 anos no Belenenses."
“António Feliciano não é lisboeta, como muita gente julga por ter passado a sua infância na Casa Pia de Lisboa e por ter jogado sempre em clubes de Lisboa...Feliciano, afinal nasceu na Covilhã.
Mas veio muito novito para a capital e, na Casa Pia, deixou-se viciar pela doença do futebol que atacava todos os gansos e os levava a jogar horas e horas a fio com bolas de trapos, na cerca da Casa-Mãe,...começou a jogar oficialmente no Casa Pia Atlético Clube, quando contava dezassete anos, mas pouco tempo se demorou no seu clube de origem.
Logo no ano seguinte, passou a representar o Clube de Futebol “Os Belenenses”, (...) jogando primeiramente a defesa-esquerdo e, nos últimos tempos a defesa-central, por via de adopção das novas tácticas.”
"Em 1954 tinha Feliciano 32 anos. Não caíra nas boas graças de Fernando Riera e como se se sentisse peça de armazém, que era o que não queria ser, jogador mimado e hipersensível, abandonou o Belenenses. Foi para o Marinhense como jogador-treinador, subiu o clube dos Distritais à II Divisão, passou pelo Beja, pelo Chaves, pelo Famalicão e pelo Riopele. Em 1965 mudou de rota. Casara com uma espanhola de Orense, passava férias em Portimão. Recebeu uma chamada numa... praça de táxis. Era Afonso Pinto de Magalhães, presidente do F. C. Porto, a convidá-lo para treinador das camadas jovens da equipa. Aceitou de imediato. Construiu gerações de ouro, a escola Feliciano: Fernando Gomes, João Pinto, Jaime Magalhães, Zé Beto, Rui Filipe, Domingos, Vítor Baía... No F. C. Porto subiria a treinador principal, em 1971/72, substituindo o brasileiro Paulo Amaral. E dois anos depois desceria a adjunto de Riera, o homem que o arrumara no Belenenses. Não muito depois voltou a ser o que mais prazer lhe dava: burilador de diamantes..."
Além dos excertos dos textos publicados neste post, pode ver/ler tudo o que o BI publicou sobre Feliciano, clicando aqui
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