Recepção ao Belenenses em Ponta Delgada, que esteve em festa
Quando os argumentos se esgotaram, em Fevereiro de 1999, para convencer Matateu a viajar do Canadá até Lisboa, cada um utilizou os que pôde. Rei Eusébio disse-lhe, com lágrimas nos olhos, "o senhor não pode fazer isso comigo"; a modéstia do jornalista, que só o conhecia pelo telefone, agarrou-se ao desespero: "O senhor tem de vir porque foi o maior". Matateu puxou então dos galões e pôs as coisas no lugar: "Está calado, pá, tu não sabes o que dizes. Eu fui um marcador de golos, mas o Di Pace é que foi o maior de todos..."D. Miguel representa para o Belenenses a memória de glórias irrepetíveis e é a nostalgia de uma felicidade que o tempo levou, algures na viagem entre as Salésias e o Restelo; meio século depois do regresso à Argentina, o seu nome continua a despertar emoções, mesmo naqueles que nunca o viram tocar na bola – é como se continuasse a jogar e fizesse parte do dia-a-dia. Em nome de uma vida inteira a ouvir elogiar o talento único e a sua irrepreensível formação, foi uma honra conhecê-lo.Porque a eternidade é o destino dos génios, meu caro Di Pace, jamais esquecerei este momento.Autor: RUI DIAS - Record - Sábado, 8 Maio de 2004
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