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Dois bairros e uma bola: uma história de futebol (II)


 No passado dia 20 de Agosto,
(...) os dois históricos do futebol português
rivais por proximidade geográfica e,
dizem os de Alcântara,
por distância de classe,
estiveram de novo frente-a-frente (...)

Reportagem (8 páginas) da autoria de Mário Lopes (texto) e Enric Vives-Rubio (fotos)

Dois bairros e uma bola: uma história de futebol

Belenenses e Atlético são rivais de sempre. Representam dois bairros, Belém e Alcântara, e são um pedaço da história do futebol português - raízes populares, fábricas de ídolos como Matateu ou Germano. O presente pode ser uma pálida imagem de um passado glorioso, mas os clubes resistem e continuam a apaixonar os seus adeptos. Dia 20 de Agosto de 2011, 34 anos (*) depois do último derby no campeonato, encontraram-se novamente.

Jornal Público/revista 'Publica' - edição de 28 de Agosto de 2011



(*) O Belenenses e o Atlético tinham-se defrontado pela última vez, na 29ª jornada (penúltima) do Campeonato Nacional da 2ª divisão, na época 1982/83.
Na 14ª jornada (1ª volta), no Restelo, 1-1 (golo de Jorge Silva) e na 2ª volta, na Tapadinha, derrota por 1-0. O Belenenses terminou o campeonato em 4º lugar e o Atlético em 15º lugar/penúltimo, tendo descido para a 3ª divisão.
Na verdade, o "último derby" tinha sido há 28 anos e não há 34 anos como o 'Público' e 'A Bola' publicaram.

Salvador Jorge e Horácio Tellechea em acção na final da Taça de Portugal da época de 1940/41

📸Salvador Jorge deixa passar a bola rematada pelo jovem sportinguista Peyroteo, perante o olhar expectante do seu colega argentino, Horácio Tellechea. À distância, Varela Marques observa.
🏟 Campo das Salésias, 22 de Junho de 1941 - Árbitro: Álvaro Santos, de Coimbra
🏆3º edição da Taça de Portugal - Final: Sporting, 4 - Belenenses, 1
⛹Sporting - Azevedo; Octávio Barrosa e Álvaro Cardoso; Aníbal Paciência, Gregório e Manuel Marques; Adolfo Mourão, Armando Ferreira, Fernando Peyroteo, Manuel Soeiro e João Cruz.
⛹Belenenses - Salvador Jorge; José Simões e António Feliciano; Mariano Amaro, Francisco Gomes e Varela Marques; Gilberto, Óscar Tellechea, Horácio Tellechea, Bernardo Soares e Rafael Correia.
⚽Marcadores: João Cruz (3) e Peyroteo; Gilberto.

Jorge Martins: "Já não ando atrás de futebois"

 Jorge Martins na 1ª pessoa, para contar um pouco da sua vida:
"Só pude estudar até ao primeiro ciclo e comecei cedo a trabalhar (...)"

Revista "Foot", edição de Novembro de 1985
clique na imagem para aumentar

As "transferências" que não se concretizaram: Coluna e Ângelo para o Belenenses - Matateu e Yaúca no Benfica

O nº 31 da revista do S.L.B., 'O Benfica Ilustrado', datada de 1 de Abril de 1960 - dia das mentiras - noticiou com exclusivo relevo na capa, a 'transferência' de Matateu para o Benfica. Na contracapa complementava com a transferência de Yaúca em troca de Coluna e Ângelo e...a explicação da brincadeira.
O BI já havia publicado a capa com Matateu, há um ano atrás, conforme pode ver clicando aqui.
Registe-se, por contraponto aos dias que correm, o interessante desportivismo e sentido de humor dos benfiquistas, de há 40 anos atrás.
"... E, por fim resta-nos agradecer o excelente espírito de colaboração revelado pelos nossos jogadores Coluna e Ângelo e pelos belenenses Matateu e Yaúca para esta inofensiva brincadeira própria do dia 1 de Abril"

Diana: "Arrumei as botas com o casamento"

Diana é filha de um dirigente do Penafiel e casada com um futebolista, porém, obrigou-a a arrumar as botas e deixar vago o lugar de avançado da equipa feminina de Penafiel.
O futebol é, de qualquer modo, o grande factor de união desta família, mesmo quando se defrontam os «seus» dois clubes, Penafiel e Belenenses.

Revista "Foot", edição de Julho de 1985

José Pereira, Figueiredo e Vicente três valorosos atletas do Clube de Futebol «Os Belenenses»

"José Pereira, Figueiredo e Vicente três valorosos atletas do Clube de Futebol 'Os Belenenses', uma das equipas que melhor padrão de jogo tem exibido, no decorrer do actual Campeonato Nacional de Futebol."
Capa da Revista 'Flama', edição de 6 de Abril de 1956

O Belenenses - Porto de 1954 na capa da revista Flama

"Com nobreza de alma e agilidade de corpo,
transforma-se o futebol em desporto e espectáculo maravilha"
Capa da Revista 'Flama', edição de 12 de Novembro de 1954

Que Veneno o Matou ? - Como Morreu o "Pepe" !

Flamínio Azevedo (do Diário da Manhã): Que veneno o matou ? As últimas horas de "Pepe"
«Foi depois de ter comido pão com chouriço: d'aqui é que parte...» disse êle no hospital.
«...tão pouco se queixou para o que devia ter sofrido...» - ...«aquilo foi vertiginoso» diz o médico que o tratou...A dedicação dum benfiquense - se estivesse consciente, o último olhar de "Pepe" seria para o presidente do Belenenses - hipóteses clinicas - os ratinhos brancos do Instituto Central de Higiene.

Tomé Vieira (de "O Século"): Como morreu Pepe ! "Pepe" não foi vitima de crime - não!

Tudo o que se sabe e se disse àcerca da morte de Pepe

  • Falam cinco repórteres detectives - Os venenos que poderiam ter morto Pepe
  • A hipótese da «bruxaria» - Os ratos não morreram !...
 A familia de José Manuel Soares «Pepe»

O Mistério de Belém !

Neste número sensacionalíssima reportagem (sobre a morte de Pepe) feita expressamente por cinco repórteres detectives:
  • Belo Redondo (Diário de Notícias)
  • Tomé Vieira (O Século)
  • Aprígio Mafra (Diário de Lisbôa)
  • Flamínio Azevedo (Diário da Manhã)
  • Ferreira da Cunha (Notícias Ilustrado)
Capa da revista "Notícias Ilustrado" de 8 de Novembro de 1931.

Club de Foot-Ball Os Belenenses, 5 - Union Sporting de Vigo, 0

"Ás 15 horas do passado dia 31, o arbitro, sr. Rogerio Peres, deu começo ao desafio entre o Union Sporting de Vigo e o Club de Foot-Ball os Belenenses.

Este ultimo team apresentou-se em campo com elementos de segunda categoria.
Coube a bola de saída ao onze galego, começando assim o jogo, para logo depois ser interrompido em virtude de ter sido derrubado o half-back centro do Union. Este jogador não continuou no campo, pelo que de acordo com o onze português foi substituído, tendo o grupo espanhol modificado um pouco a sua linha.

Recomeça o jogo e os players do Union pedem a substituição da bola, que por já ter sido jogada estava muito pesada. Veio outra bola e pouco depois ainda outra, parecendo-nos que das três a única nova foi a ultima.
Os Belenenses teem uma boa avançada, mas rematam alto. Numa segunda fuga Rio centra a bola, que já passara a linha, e o meio direita consegue coloca-la dentro do goal galego.

Os jogadores do Union protestam, alegando ter a bola ido fora do jogo, e o arbitro concordou dando sinal para pontapé de saída.
É, passados alguns momentos, que o avançado centro do onze português enfia a primeira bola nas redes espanholas.
O keeper do Union tem a seguir uma magnifica defesa, terminando logo a primeira parte do jogo.

Inicia-se a segunda parte, sendo senhores da bola os Belenenses, que a perdem na sua primeira avançada, Stock, o guarda-redes português, tem uma má defesa e Joaquim Reis consegue a seguir a segunda bola, a favor do seu clube, aproveitando uma passagem de Rio.
Segue-se uma avançada do onze espanhol que poz em risco as nossas cores. Há depois uma boa cabeça de Almeida, rematando uma passagem de Rio, mas a bola bate na trave.

É, contudo, este jogador que ainda marca a terceira bola portuguesa.
Marca-se um corner contra o Union e Rio fura as redes espanholas com uma cabeça.
Ainda é este jogador quem mete a quinta e ultima bola a favor do onze português, terminando assim o desafio pela victoria dos Belenenses por 5 bolas a 0.

Os Belenenses jogaram com acerto, distinguindo-se Rio que esteve incansável.
Não nos agradou a forma de Stock. A defesa espanhola era a parte mais forte do team. (…)

(…) em segundo desafio para a disputa da taça Mutilados da Guerra, os Belenenses, venceram o Internacional, no campo de Palhavã, por 3 bolas a 1.
Foi Sobral (*) que conseguiu o primeiro goal da tarde a favor dos Belenenses, logo seguido da bola do Internacional.
Na segunda parte o jogo decorreu monótono, até que quasi no final os Belenenses conseguiram mais duas bolas, sendo portanto dificilmente que venceram os seus adversários.
O guarda-rede do Internacional, Guimarães, esteve bom, tendo magnificas defesas. (…)

(*) alcunha de Augusto Silva
In "Ilustração Portugueza" de 6 de Janeiro de 1923
Documento amavelmente cedido pelo amigo do BI no Facebook, Paulo Pires Teixeira

Pepe foi intimado a sair de campo em consequência da baralhada que ocorreu no Victoria, 3 - Belenenses, 3

A baralhada de domingo. Ilídio Nogueira depois de verificar as costas do guarda-redes setubalense encaminha-se deliberadamente para junto de Pepe, intimando-o a sair de campo.
"Goal" ! - bradam os setubalenses ao furarem pela terceira vez as rêdes dos 'azues'. O empate conseguido pela segunda vez com tanto custo provoca interessantes expressões em todos os jogadores que a objectiva feliz de Ferreira da Cunha focou e que são bem dignos de vêr-se...

Faz hoje 84 anos: o que deu motivo á zaragata daquele domingo

Aqui tem o leitor um instantâneo tirado momentos antes do conflito verificado no domingo no Estádio entre o Belenenses e o Victoria, foi esta jogada que provocou a grande scena. Como se vê Artur Augusto escondendo a bola com o corpo provocou o 'jogo perigoso'. Todavia esta circunstancia não absolve aqueles que o carregaram com tanta violência

Revista «Noite e Dia» com capa azul

"Revista semanal de todos os espectáculos", não pertence à coleção de primeiras edições que venho apresentando aqui no blog, mas guardei esta "Noite e Dia" por ter na capa do n.º 10, de 1 de dezembro de 1975, parte de uma equipa do Belenenses – Freitas, Sambinha, Melo, Vasques, Artur Jorge e Pietra – cujo poster vinha no interior. Quando o encontrar, publico-o também...

Foto e texto retirados, com a devida vénia, do Blog "Quinta do Careca"