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Como foram os festejos dos 25 anos de vida desportiva do Belenenses celebrados no Campo das Salésias

📷1.- A bandeira do Belenenses esteve confiada a uma guarda de honra gentilíssima... 2.- A chegada do sr. General Carmona e das entidades oficiais. 3.- O Chefe do Estado coloca no peito do eng. Reis Gonçalves a medalha de ouro de dedicação, concedida pelo Belenenses. 4.-Aspecto do desfile dos atletas belenenses.

Se foi de Belém que partiram as Caravelas o símbolo deve ser a Cruz de Cristo e a cor o Azul - a cor do mar e do céu

A minha ligação ao futebol vem de longe. Do tempo do meu avô materno. Ele foi dos portugueses que tiveram o privilégio de dar os primeiros pontapés na bola em solo nacional: segundo a história que sempre ouvi na família, participou em célebres desafios contra uma equipa formada por ingleses que estavam cá a montar o Cabo Submarino.
Este meu avô era médico, chamava-se Virgílio Paula, e não se ficou pelos jogos iniciais: esteve no núcleo que lançou o futebol em Portugal, com Ribeiro dos Reis, Cândido de Oliveira e outros. Jogou a seguir no Benfica, onde conquistou vários troféus, sendo um dos ‘dissidentes’ que decidiram sair para fundar o Belenenses (tendo hoje o seu nome cravado em letras de bronze num dos pilares do Estádio do Restelo). 
Segundo, ainda, a história familiar, foi a minha avó – a avó Alda – quem escolheu a cor das camisolas do Belenenses e o símbolo do clube. A sua lógica era irrespondível:
– Se foi de Belém que partiram as caravelas, o símbolo deve ser a Cruz de Cristo. E a cor deve ser azul, que é a cor do mar e do céu.
Praticamente não conheci o meu avô, que morreu precocemente quando eu tinha quatro anos. Lembro-me, no entanto, desse dia triste. Os meus pais e os meus avós moravam num mesmo prédio, na Calçada do Galvão, eles no primeiro andar e nós no rés-do-chão, sendo o jardim comum. 
Ora, nesse dia, muita gente invadiu o jardim da nossa casa a chorar. Eram clientes do meu avô, muitos deles muito pobres, a quem ele não cobrava as consultas e que lhe vinham assim testemunhar a sua gratidão. Alguns eram ciganos – que não choravam, uivavam, recitando nos intervalos uma ladainha. É esta a única recordação que tenho do meu avô materno: o dia da sua morte. 
Mas, apesar de não o ter conhecido, lá em casa fui o único que lhe seguiu as pisadas e se interessou pelo futebol. Jogava à bola com os miúdos da minha rua – que descalçavam os sapatos (quando os tinham) para jogar, pois sabiam que se chegassem a casa com os sapatos esfolados não escapariam a uma tareia das mães.
Além disso, eu frequentava o Estádio do Restelo, que era a dez minutos a pé da minha casa. Via os jogos todos: os jogos de futebol do primeiro team, como dizíamos, e das reservas, mas também os jogos de basquetebol, andebol e hóquei em patins. Sem falar do atletismo. 
Como disse, em minha casa eu era o único afectado pela febre do futebol. O meu pai nunca assistiu a um jogo na vida e a única vez que o vi fazer uma vaga alusão à bola foi em 1966, no célebre campeonato do mundo em que a selecção nacional ficou em 3.º lugar e Eusébio foi o melhor marcador.
Nessa altura ele já estava em Paris e é capaz de ter sentido algum orgulho em ser português. 
A minha mãe, apesar de ser filha de quem era – e de, levada pela mão do meu avô, ter conhecido as grandes figuras do futebol do seu tempo, como Jules Rimet –, também nunca se interessou pelo assunto, como, de resto, a quase totalidade das senhoras do seu tempo.
Lembro-me de ter ido comigo a uma final da Taça de Portugal, no Estádio Nacional, entre o Belenenses e o Sporting, que o Belenenses ganhou por 2-1. Mas foi mais para partilhar do meu entusiasmo do que por interesse. 
Quanto aos meus irmãos, pouco ou nada ligavam ao futebol. O mais velho dizia-se do Benfica mas julgo que nunca entrou no Estádio da Luz. E o mais novo nem sabe ano após ano quem é o campeão nacional. 
Foi no meio desta família que cresci – e apesar disso apaixonei-me pela bola. Cheguei a ir treinar aos infantis do Belenenses (o clube do meu coração, pelo qual ainda hoje sofro), tive uma coluna sobre desporto no Diário de Lisboa, escrevi dois ou três artigos de fundo n’A Bola, assino a SportTV e vejo muitos jogos na televisão. (...)
José António Saraiva, Política a Sério, "Sol" 11/08/2007 sob o titulo: Mudar o futebol
Post publicado originalmente em 1 de Dezembro de 2007 

Tudo isto existe. Tudo isto é triste. Tudo isto é fado.

➤ Os versos de "Tudo Isto É Fado", de autoria da adepta e antiga associada belenense, Amália Rodrigues, serão porventura a metáfora perfeita para a imensa perplexidade perante o actual momento da Vida de um Clube quase Centenário: O Clube de Futebol «Os Belenenses». Tudo isto é triste.

Belenenses termina a época de 2017/18 em 4º lugar no campeonato dos campeonatos

Tabela com o histórico dos dez clubes de futebol com melhor desempenho nos Campeonatos nacionais/Liga(s), disputados entre 1934/35 e 2017/2018.
Critério para o ordenamento, e desempate: 1º) pontos, 2º) presenças, 3º) vitórias. A partir da época de 1995/96, a vitória, passou a valer 3 pontos.

Cartazes da inauguração do Estádio Chamartín e do 25º aniversário do entretanto renomeado, Santiago Bernabéu

14 de Dezembro de 1947 e 14 de Dezembro de 1972
Por decisão, tomada a 4 de Janeiro de 1955, pela Assembleia Geral de Sócios Compromissários do Real Madrid, o Estádio Chamartín passou a se chamar Estádio Santiago Bernabéu. 

Os Belenenses mostraram ser melhor equipa que o Real Madrid, mas jogaram mal na área de remate

Ecos do jogo da inauguração do Estádio de Chamartín,
situado no Paseo de la Castellana, 142 - Madrid


Os jornais de Madrid elogiam sem reservas a exibição do Belenenses

«Madrid, 16 (Dezembro/47) - Os jornais da manhã de hoje, primeiros matutinos que se publicam depois do encontro Real Madrid - Belenenses, dedicam os melhores elogios ao onze português.
Assim, o «ABC», pela pena de Juan Deportista, exalta o valor de todos os da equipa do Belenenses, distinguindo Quaresma e Feliciano. 
Eduardo Reus, no diário «Ya» escreve: «Para nós não foi surpresa porque há anos que o vínhamos anunciando, mas o Belenenses veio pôr em relevo e confirmar que em Portugal já não se joga ao acaso, mas sim combinando bem e procurando desmarcar.»
Reus destaca a táctica dos três homens atrás (Vasco, Feliciano e Serafim), que nunca se adiantaram, e o belo conjunto, com um único defeito, o de não disparar. Os dianteiros movem-se bem - diz - mas não rematam. Só por isso o Real Madrid pôde ganhar.
E o «Arriba» confirma: «O Belenenses ofereceu-nos uma ideia completa do futebol de conjunto, de unidade e ligação, com «association», que é a base do jogo. Trouxe-nos a ideia da realidade de desmarcar, que os nossos jogadores deviam assimilar, e a do grande domínio do passe.» - (Efe).» 

As equipas do Real Madrid e do Belenenses em formatura no dia da inauguração do novo Estádio de Chamartín

«El Nuevo Chamartín, que ese era su nombre el día que se inauguró, tuvo como primer invitado a Os Belenenses. Fue el 14 de Diciembre de 1947. Por el Real Madrid jugaron: Calleja; Clemente, Corona; Pont, Ipiña (cap.), Huete; Alsúa I, Alonso, Barinaga, Molowny y Vidal. Por parte de Os Belenenses: Sério; Vasco, Feliciano; Amaro (cap.), Figueiredo, Serafím; Manuel Rocha (Nunes), Quaresma, Teixeira da Silva, Pereira Duarte y Narciso. Entrenador: Alejandro Scopelli. El Madrid gano 3-1»
⚽O golo do Belenenses foi marcado por Teixeira da Silva. Os golos do Real Madrid, por Barinaga (o primeiro e o segundo) e por Alonso (o terceiro), perto do fim. 

Ex-presidente do País, e do Belenenses, expulso de sócio do Clube por não ter pago as quotas desde Abril de 1974


"Expulso: do quadro associativo do Clube de Futebol Os Belenenses, um dos mais importantes de Portugal, o ex-presidente Américo de Deus Rodrigues Thomaz, de 80 anos; por não ter pago as suas mensalidades desde o golpe que o derrubou do poder, em abril de 1974; dia 3."
Página 76 da edição de 16 de Abril de 1975 da revista brasileira "VEJA".
📘 post publicado originalmente em 27/07/2009

Amália Rodrigues na grande festa de 2ª-feira no Império para o Estádio de "Os Belenenses"

➤ Amália Rodrigues, Violette Quenolle, Manuel Lereno, Armando Guerreiro e a orquestra da Emissora Nacional dirigida por Tavares Belo na grande festa de 2ª-feira (7 de Junho) para o Estádio de "Os Belenenses".
1ª página da edição do dia 2 de Junho de 1954 do jornal semanário do clube. 
📘 post publicado originalmente em 2/12/2009