O MEU AVÔ É DO BELENENSES. Um dia, convidou-me a ir ao Restelo ver o Belenenses-Penafiel, num sábado à tarde. Não me lembro do resultado, nem do ano, muito menos do dia e do mês. Entre puxar pela cabeça e procurar nos arquivos... eureka! Foi a 1 de Novembro de 1987 e acabou três a um. Em pastéis de Belém, quem ganhou fui eu.
O meu avô é do Belenenses e ontem à noite pensei em convidá-lo para ver o Belenenses-Atlético de hoje. Porque sim. Porque rejuvenesce quando conta detalhadamente as viagens e os jogos na época (45-46) em que o Belenenses foi campeão com ele na bancada ou no peão. Porque entusiasma-se quando descreve episódios da intensa rivalidade entre os dois clubes na 1.ª divisão nos anos 40 e 50. E porque sim, outra vez.
O meu avô é do Belenenses mas não pode ir ao jogo de hoje. Porque a morte é injusta e aparece invariavelmente associada a uma palavra: hora. Não era a hora. Não era o momento dele. Para o João Lourenço, ainda lhe faltava muita coisa por fazer. Uma delas era aceitar o meu convite para hoje.
O meu avô continua a ser do Belenenses.
por Rui Miguel Tovar, Publicado, aqui, com o título 'Uma viagem ao Restelo' em 20 de Agosto de 2011
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