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Valadas e Simões - o ataque «vermelho» e a defesa «azul» - num choque em que a souplesse dominou a eficácia...

Capa da revista «Stadium» de 1 de Abril de 1936
Campeonato de Football da I Liga (9ª jornada - 2ª volta) 
Lisboa, 29 de Março de 1936. Campo das Amoreiras. Benfica, 0 - Belenenses, 0 
Belenenses - José Reis; José Simões e João Belo; Mariano Amaro, Jaime Viegas e Rodrigues Alves; Perfeito Rodrigues, Júlio de Sousa, Armelim Pinto, Bernardo Soares e Rafael Correia. Treinador: Cândido de Oliveira
Benfica - Cândido Tavares; Francisco Gatinho e Gustavo Teixeira; João Correia, Albino e Rogério Sousa; Domingos Lopes, Luís Xavier, Carlos Torres, Guedes Gonçalves e Alfredo Valadas. Treinador: Lipo Herczka (húngaro)
Árbitro: Clemente Guerra, do Casa Pia
"O resultado aceita-se pela inteligência dos Belenenses na defesa, e pela sua "presença de espírito»"
 Campeonato de Football da I Liga (2ª jornada - 1ª volta) 
Lisboa, 19 de Janeiro de 1936. Campo das Salésias. Belenenses, 3 - Benfica, 1
Belenenses - José Reis; José Simões e João Belo; Varela Marques, Jaime Viegas e Mariano Amaro; Perfeito Rodrigues, Rafael Correia, Silva Marques, Bernardo Soares e José Luís. Treinador: Cândido de Oliveira
Benfica - Cândido Tavares; Francisco Gatinho e Francisco Costa; Gaspar Pinto, Gustavo Teixeira e João Correia; Carlos Torres, Francisco Albino, Vítor Silva, Rogério Sousa e Guedes Gonçalves. Treinador: Lipo Herczka (húngaro)
Árbitro: Carlos Canuto, de Lisboa  
Marcadores: 1-0, aos 8' por Silva Marques; 2-0, aos 18' por José Luís (com um grande tiro fez um «goal» espectaculoso); 2-1, aos 29' por Torres; 3-1, aos 78' por Perfeito Rodrigues. Aos 63' Viegas falhou a marcação de um «penalty» e Silva Marques a recarga do mesmo
"O Belenenses, foi o grupo mais perigoso e merece o resultado. No seu grupo brilharam Reis, Simões, Varela, Perfeito e José Luís. Distinguiram-se no Benfica, Cândido, Gatinho, Correia, Albino e Rogério." 

O Belenenses “esmagou” o Vitória, presenteando assim Cândido de Oliveira e Artur José Pereira

“A notável recuperação do Belenenses – numa impressionantíssima desforra, o Belenenses “esmagou” positivamente o Vitória, presenteando assim os seus orientadores técnicos – Cândido de Oliveira e Artur José Pereira, este já bastante melhor da enfermidade que o atacou, - e que naturalmente satisfeitos assistem à marcação de mais um “tento” na balisa dos setubalenses.”
Revista “Stadium” de 9 de Julho de 1937
post publicado originalmente em 16/03/2008

O regresso dos heróis após a 1ª vitória contra a Espanha

O seleccionador nacional de futebol, Cândido de Oliveira, acompanhado dos belenenses Mariano Amaro, Artur Quaresma, Francisco Gatinho e José Simões à sua chegada a Lisboa depois de participarem no jogo Espanha-Portugal, disputado em Vigo em 28 de Novembro de 1937 e que terminou com a vitória da selecção portuguesa por 2-1.
Este desafio, disputado durante a Guerra Civil Espanhola (1936 - 39) sob os auspícios de um dos contendores fratricidas, tem duas curiosidades: foi a 1ª vez que Portugal ganhou a Espanha e, nunca foi homologado pela FIFA.
A não homologação deveu-se ao não reconhecimento internacional do governo da Falanje Espanhola (Franquista), que depôs o governo democrático, republicano

Cândido Fernandes Plácido de Oliveira

Nasceu em Fronteira, em 24/09/1886 e faleceu em Estocolmo (Suécia), 
em 23/06/1958, durante a realização do campeonato do mundo de futebol
[...] O Belenenses tem boas recordações de Mestre Cândido de Oliveira. O grande homem do Desporto ajudou a cimentar os alicerces do Clube, nos célebre e honrosos tempos dos “rapazes da praia”...Mais tarde, ajudou a consolidá-lo. Viveu os seus períodos áureos, nas gerações de Artur José Pereira, Augusto Silva e, até Mariano Amaro.[...] Homero Serpa
[...] Cândido de Oliveira, homem excepcional. Foi ele que durante a prolongada doença de Artur José pereira, graciosamente e por amizade ao nosso querido jogador e treinador, desempenhou as funções de orientador técnico das nossas equipas. [...] Acácio Rosa 
[...] Bonacheirão, amigo do seu amigo, era em si que assentava a defesa de todas as causas, desde que nelas existisse um desejo de justiça, um pouco de sensibilidade, um pouco de amor e de coração.[...] Acácio Rosa
  • Treinador do Belenenses, na parte final da época de 1936/37 (substituindo por motivos de doença, Artur José Pereira) e na época 1937/38

Cândido de Oliveira, nas palavras de um belenense


«Escrevi este livro aliciado pelo tema que as minhas investigações sobre a vida de Cândido de Oliveira empolgaram.
Terminada a tarefa das consultas na Torre do Tombo, na Biblioteca Nacional, nos Arquivos de A Bola, e avaliadas as entrevistas com quem conheceu de perto mestre Cândido, deitei-me à escrita com alvoroçado empenho. [...]
Cândido de Oliveira foi um jornalista subversivo? Cândido foi um cidadão, consciente e coerentemente subversivo.
O jovem alentejano, honesto e afável, estudante e desportista, aprendeu com professores de profundos sentimentos humanistas, conviveu com ilustres personalidades do conhecimento e da política, integrou as políticas da cultura e do desporto, meditou a vida e as injustiças que feriam os desprotegidos da sorte nos silêncios monásticos dos claustros manuelinos.
Na Cerca da Casa Pia iniciou a aprendizagem do futebol, que era a vergôntea mais forte do desporto nacional.» Homero Serpa, in «Proémio»

  • Foi treinador do Belenenses nas épocas 1936/37 (parcial) e 1937/38