Vicente Lucas é um dos mais internacionais futebolistas do Belenenses

⛹Vicente Lucas é um dos mais internacionais futebolistas do Belenenses. Vestiu 27 vezes a camisola das quinas: 20 na selecção A e 7 vezes na B. Na selecção A.
Alinhou contra a Escócia (2 vezes), uma das vezes foi na sua estreia (3 de Junho de 1959) em Lisboa no Estádio Alvalade (vitória por 1-0), RDA, França, Argentina, Inglaterra (3 vezes), Brasil (6 vezes), Bélgica (2 vezes), Uruguai, Hungria, Bulgária e Coreia do Norte, último jogo em 23/07/1966, no campeonato do Mundo em que Portugal se classificou no terceiro lugar. 
Vicente foi, também, internacional na Selecção B, sete vezes: contra o Luxemburgo, Sarre (2 vezes), Espanha (2 vezes), França e Bélgica. Capitaneou a Selecção B por três vezes.

Vicente Lucas um exemplo de correção desportiva

Foi em 1958-59 que a Associação de Futebol de Lisboa galardoou, com a Medalha de Ouro, quanto a conduta disciplinar, estes jogadores que apetece sempre apontar como exemplo a seguir: Rafael (Caneças), Germano (Atlético), Vicente (Belenenses), Serra Coelho (Casa Pia) e Herculano (Povoense).
post publicado originalmente em 23/07/2009 

Vicente no Old Trafford

 Festa, Coluna, Vicente, Simões e Hilário (Foto de Nuno Ferrari)
Manchester, 16 de Julho de 1966. Portugal, 3 - Bulgária, 0

Se enriqueci a jogar à bola ? Não senhor ! O Belenenses é um clube pobre

Início de Novembro de 1966. Durante uma homenagem à selecção nacional, Vicente foi alvo de especial carinho. Reconhecem-se Germano (pelo pouco cabelo), José Augusto, dr. Silva Rocha, Vicente, Simões e José Torres.

José Mourinho, guarda-redes com 35 anos e Quinito, o activo centro-campista de 24 anos

«Dois dos homens da equipa do Belenenses para olhar esta noite são os internacionais José Mourinho, à esquerda, guarda-redes, 35 anos e Joaquim «Quinito», o activo centro-campista de 24 anos.» in Programa do jogo a contar para a 2ª mão da 1ª eliminatória da Taça UEFA (03/10/1973) Wolverhampton Wanderers, 2 - C.F. Os Belenenses, 1.
post publicado originalmente em 18 de Abril de 2008

Se não voltar a ver com os dois olhos vejo com um. Piedade para o Vicente é que não

«Se não voltar a ver as coisas do mundo com o olho direito, o esquerdo bastará para que continue a olhar em frente como sempre tenho feito em toda a minha vida. Piedade para Vicente é que não.» Vicente Lucas em entrevista de Joaquim Letria, publicada em 11 de Novembro de 1966 na revista «Flama»

Faleceu Mourinho

José Manuel Mourinho Félix
Ferragudo - Lagoa, 12/02/1938 - Setúbal, 25/06/2017
⚽Defendeu a baliza belenense durante 6 épocas (1968/69 a 1973/74). Foi treinador do Belenenses em 1970/71 (como adjunto de Homero Serpa, após demissão de Joaquim Meirim) e 1982/83. Vice-Campeão Nacional, da época 1972/73. É o 39º jogador internacional “A” do Clube de Futebol “Os Belenenses”. Foi titular absoluto (30 jogos/2.700 minutos) nos campeonatos de 1971/72 e 1972/73.
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Vicente, recebendo a Taça de Portugal de 1960

Estádio Nacional, 3 de Julho de 1960. O Presidente da República, Américo Thomaz, entrega a Taça de Portugal a Vicente, sob o testemunho do sportinguista Fernando Mendes.

Sai um Três Vintes (20-20-20) pró Vicente !

Nem o facto de não fumar impediu que Vicente comprasse um maço de cigarros 'Três vintes' (20-20-20) na tabacaria propriedade do mano Matateu, situada na delegação do Belenenses da Avenida da Liberdade.

Três Vintes: 20 cigarros, 20 gramas, 20 centavos
post publicado originalmente em 10/05/2011

Vou jogar !? pensei que tinha vindo só para marcar o Pelé…

«Cinco anos depois de ter assinado pelo Belenenses, Vicente chegava à Selecção Nacional na qual nunca teve uma presença muito firme. Os confrontos com o Brasil, sobretudo aquela célebre vitória de Abril de 1963, em Lisboa (1-0), criaram um facto inesquecível na vida do defesa central português: a forma como soube marcar Pelé, a grande estrela do futebol mundial, secando-o por completo, sem utilizar meios ilícitos, e que permitiram à imprensa rejubilar em manchete: «Vicente meteu Pelé no bolso!»
Não admira, portanto, que das suas 20 «internacionalizações», Vicente some 6 contra o Brasil. Desta forma, quando convocado para a fase final do Mundial de 1966, em Inglaterra, e sabendo que seria titular no primeiro encontro, contra a Hungria (3-1), surpreendeu-se: «Pensei que vinha só para marcar o Pelé…» 
Não tendo participado em nenhuma das partidas da fase de qualificação, Vicente jogou quatro encontros da fase final, saindo da equipa na meia-final, contra a Inglaterra (1-2), alegadamente por ter sofrido uma lesão no pulso, mas com muita gente a levantar a suspeita de que teria havido movimentações para o preterirem no onze português em favor de um companheiro. 
O Portugal-Coreia do Norte (5-3) marcaria assim o seu adeus à «equipa de todos nós». Não adivinhava, então, que a época seguinte, na qual só realizou três jogos pelo Belenenses, seria a última. 
Um estúpido acidente de automóvel provocou-lhe um rasgão na córnea. Era o fim do defesa central azul, que sabia como não deixar jogar Pelé e passou pelo futebol como sempre foi na vida: com educação e bondade.» Fonte: FPF

Nunca meti o Pelé no bolso, como gostam de dizer


«Diz-se que geralmente ‘secava’ Pelé. É positivo o saldo dos confrontos com aquele que é considerado o melhor jogador de sempre?
- Joguei contra ele seis vezes. Duas vitórias, dois empates e duas derrotas. Não fiz nada de especial, nunca o meti no bolso, como gostam de dizer.
OK. Qual foi o jogo em que lhe deu mais trabalho?
- Todos pensam que foi no Mundial. Foi difícil marcá-lo em todos os jogos. Mas vocês só falam de Pelé. Encontrei jogadores anónimos que fintaram, marcaram golos, fizeram tudo comigo. Desses ninguém fala.
Quem era mais difícil de marcar: Pelé ou Eusébio?
- São jogadores com diferentes características e posições. O Eusébio como vinha de trás e podia aparecer em todo o lado, marcava-o à zona. O Pelé como ficava lá ao pé de mim, não lhe podia conceder um milímetro, se fosse á casa de banho, ia com ele.
É verdade que Pelé levou porrada até dizer chega? 
- Não vi nenhuma, sem ser aquela do Morais naquele famoso lance. As pessoas estão sempre a defender o Pelé mas esquecem-se que ele era um jogador malandreco. A jogar metia o pé por cima da bola e mais nada.» 
📰 Excerto de uma entrevista de Vicente ao jornal "A Bola", edição de 20 de Junho de 2007.
⛹ Vicente Lucas, foi titular em seis jogos contra a selecção do Brasil: a 06/05/1962, em S. Paulo (derrota, 1-2); a 09/05/1962, no Rio de Janeiro (derrota, 0-1), em Lisboa a 21/04/1963; (vitória, 1-0), no Rio de Janeiro a 07/06/1964; (derrota, 1-4), no Porto a 24/06/1965 (0-0); e em Liverpool, a 19/07/1966 (vitória, 3-1).

Vicente (Belenenses) indiscutível «rei» em pendularidade

Vicente, "Figura do mês" de Abril de 1966 do Boletim Informativo da Associação de Futebol de Lisboa, por ter vencido o «Prémio Regularidade» da época 1965/66, instituído pelo jornal «Mundo Desportivo. 

Os irmãos Matateu e Di Pace causaram com os seus lances constante atrapalhação na defesa dos «estudantes»

“Vicente, desembaraçou-se de Torres e de Azeredo e caminha para a baliza. 
Mas não foi golo…”
⚽ Domingo, 26 de Setembro de 1954. Jogo da 3ª jornada do campeonato, no campo das Salésias, com assistência numerosa. Árbitro: Cunha Pinto, de Setúbal.
⛹ Belenenses - José Pereira; Francisco Rocha e Serafim das Neves; Pires, Raúl Figueiredo e Diamantino; Vinagre, Di Pace, Matateu, Vicente e Angeja. Treinador: Fernando Riera
⛹ Académica - Ramin; Mário Torres e Melo; Abreu, Mário Wilson e Azeredo; Peridis, Abreu, Mota, Francisco André e Bentes.
Marcha do Marcador: 1-0, por Di Pace, aos 5'; 2-0, por Matateu, aos 8'; 2-1, aos 10' por Torres, de penalty; 2-2. aos 30' por Mário Wilson; 3-2, aos 64' por Matateu, de penalty; 4-2, aos 70' auto-golo de Torres; 5-2, aos 77' por Matateu; 6-2, aos 89', também por Matateu. Resultado final: Belenenses, 6 - Académica, 2.

A 1ª equipa Feminina de Hóquei em Campo do Belenenses faz hoje 80 anos que se estreou em competição

Campo das Amoreiras, sábado, dia 12 de Junho de 1937. «Torneio de Hockey», integrado no «Festival Feminino» organizado pelo Belenenses. A equipa do "Feminino Atlético do Porto" foi "madrinha" do Belenenses na apresentação da sua equipa de Hóquei em Campo. As visitantes mostraram todo o seu potencial e puseram em evidência as debilidades das «azuis», nomeadamente na baliza, tendo vencido por 6-0. Participaram, também, a equipa de «honra» do CIF,  assim como a equipa da sua delegação de Carcavelos.

No dia seguinte, nas Salésias, no âmbito do mesmo festival que decorreu com «muita animação», a equipa feminina de «basket» do Belenenses venceu (11-2) a equipa do "Feminino Atlético do Porto". Em atletismo, a atleta Belenense, Lucília Silva, venceu a prova de 50 m em 7s e 7/10. Segunda classificada, Maria Carrelhas (F.A.P.) ficou a 2 metros. Na prova de 3x50m, venceram as «azuis»: Perpétua Pinto, Isaura Martins e Lucília Silva; 2º (F.A.P.): G. Brandão, M. Ercília Vidal e Maria Carrelhas. As portuense tiveram vantagem desde o inicio e, com a vitória assegurada, um engano da última corredora tirou-lhes o triunfo.

🏆 Passadas décadas, o C.F. Os Belenenses, seria o primeiro campeão nacional de Hóquei em Campo Feminino (época de 1999-2000).

Vicente, vidro e sangue na queda do anjo


Eram cinco e um quarto da tarde. Dia pardacento de Outubro, em Lisboa. Vicente rodava suavemente pela auto-estrada. De casa, a caminho do Restelo, para sessão de banhos e massagens. Feliz da vida. Apesar das recordações tristes do Campeonato do Mundo. Uma, a fractura do pulso, que já passara. Outra, ainda não totalmente apagada da memória — a conquista do título, que escapara por um triz a Portugal, mas já esfumada pelo tempo, como um sonho arrojado que não se concretizara. Mas sentia-se contente. Pensava na sua nova vida de casado, no filho que estava prestes a chegar, no prestígio que semeara pelos campos de Inglaterra, neutralizando Pelé, sabia que se dizia que o Vasco da Gama estava na predisposição de o contratar, oferecendo-lhe condições fabulosas.

Foi perto de Caselas. Uma furgoneta que virou para a direita, o seu automóvel a galgar o passeio, embatendo violentamente num poste. Tudo num ápice. Bateu com a cabeça no pára-brisas, estilhaçou-se o vidro, um pedaço dele entranhou-se-lhe no olho... Saiu do carro para increpar o condutor da manobra perigosa, nem sequer se apercebeu de que jorrava sangue da face esfacelada. Operado de urgência, tentou-se o milagre. Em vão. Era o fim dramático de um jogador diferente. «Lovely» Vicente.
In História de 50 anos do desporto português. Edição “A Bola”