Os Belenenses de Lisboa venceram o Real de Madrid, no segundo desafio das «Festas de Ayamonte»

«Mas do comboio da manhã desembarca Pepe e 
a esperança renasce nos seus companheiros de «équipe»

1º desafio - dia 7/9/1930: Real Madrid, 5 - Belenenses, 0. Alinharam pelo Belenenses: José Luís Gomes; «Bolacheiro» e João Belo; Américo Antunes, Silva Marques e César Matos; Alfredo Ramos, Rodolfo, Júlio de Sousa, Bernardo Soares e José Luís.

2º desafio - dia 9/9/1930: Real Madrid, 0 - Belenenses, 3. Alinharam pelo Belenenses: Tomaz; Rodolfo e João Belo; Américo Antunes, Silva Marques e César Matos; Alfredo Ramos, Pépe, Júlio de Sousa, Bernardo Soares e José Luís.

Equipa de Hóquei em Campo do Belenenses da época de 1929/30

Marques Sério, Alfredo Ferreira, Armando Gonçalves, Artur Anselmo, Almeida e Sousa, Antero Bordalo Ventura, Américo Franco, Rui Matos Pereira, Mário Santos, Espírito Santo, Filipe Duarte e Francisco Silva. 

Pertenciam também ao Plantel: Luís Santos, Carlos Cunha, Frank Sequeira, Victor Silva, Manuel Pais, Gustavo Padinha, Vicente Rodrigues, Alfredo Roque e Octaviano Benedito. 

Equipa de Raguebi do C.F.«Os Belenenses» da época de 1929/30

Rodrigo Fonseca, Serafim Amaral, Alberto Bastos, Conceição, Cabeça Dutra, Delfim da Cunha, Gouveia e Jacinto Duarte
André, Testa, Licínio Vaz, Eduardo Serra, Rúben Domingos e Andrade

Equipa de reservas do C.F. «Os Belenenses» da época de 1929/30

Campeões de Lisboa, na categoria de reservas da época de 1929/30

Na foto: Acácio Faria de Sousa, Valentim Araújo, Heitor Nogueira, Severo Tiago, Américo Antunes, José de Sá Macedo, João Vaz Macedo Dória, Bernardo Soares, José Luís Gomes Júnior (gr), Alberto Bernardo «Bolacheiro» e Fernando António.

Foram também campeões: José Damásio, Jerónimo Morais (gr), Manuel Caramelo, Josué Pedro Galvão, João Ferreira da Silva, Júlio de Sousa, Raúl da Silva, Francisco Assis da Silva (gr), Carlos Seabra, Joaquim de Almeida, Júlio Marques e Alfredo Santos.

O Belenenses conseguiu finalmente o almejado titulo de Campeão de Portugal, justo prémio ao seu contributo em prol do futebol português


«Um ambiente fantástico no Lumiar. Afluência estrondosa de público — record dos records. O Belenenses na ânsia de apagar a má impressão da final de 1926; o Vitória de Setúbal na condição de campeão de... Lisboa.
E em confronto duas diferentes escolas de futebol: os homens da cruz de Cristo com atlético jogo de passes largos, de passagens velozes para o ataque e defesa estrénua — ao passo que os sadinos desenvolviam o seu futebol de pé para pé, sem apertado sentido ofensivo, o jogo pelo jogo, no prazer do espectáculo.
Mais uma vez a crónica de Ribeiro dos Reis a marcar a história do primeiro título de Artur José Pereira, que depois de ter trocado o Benfica pelo Sporting, no que foi a primeira vulcânica transferência do futebol português, deixou o Lumiar para fundar o... Belenenses: «A primeira dezena de minutos foi de aflição para os lisboetas, pois o Vitória, favorecido pelo forte vento que soprava, instalou-se tenazmente no meio campo adversário e exerceu pressão forte, de nada valendo as tentativas do Belenen-ses para replicar.
Os setubalenses não prosseguiram até ao fim do primeiro tempo com a autoridade do princípio, pois o seu predomínio, pelo tempo adiante, foi-se esbatendo, mas as maiores ameaças de ataque pertenceram-lhes. João dos Santos, logo no começo, obrigou o guarda-redes lisboeta à melhor defesa da tarde e aos 27 minutos perdeu ocasião de marcar quando, precipitando-se, rematou a um lado da baliza a despeito de, à frente dela e com toda a defesa contrária batida, todos os trunfos no lance lhe pertencerem. O Belenenses, todavia, ainda conseguiu criar um calafrio à defesa do Vitória, a um minuto do intervalo, a seguir ao único pontapé de canto que os setubalenses cederam, pois estes saíram-se de apuros com felicidade.
Embora no segundo tempo o soprar do vento favorecesse os lisboetas, estes não começaram melhor, antes pelo contrário, foi o Vitória que chamou a si o comando do jogo. Lentamente, porém, o Belenenses foi encorpando o seu jogo de ataque e aos 18 minutos obteve o primeiro goal de um cruzamento de César a que Pepe simulou acorrer, deixando a Augusto Silva a oportunidade de rematar vitoriosamente.
Esta vantagem serviu de tónico e de então em diante a confiança nas suas possibilidades foi crescendo tanto e tanto, animando os jogadores, que nos últimos cinco minutos o Vitória teve de acantonar-se na extrema defesa. E nestes cinco minutos passou o Belenenses de 1-0 a 3-0, ambos os golos marcados por Silva Marques, em plena passada, um a aproveitar centro de José Luís e o outro centro de Fernando António, em que o scorer e o defesa-esquerdo do Vitória entraram enfeixados pela baliza.» (1)

Estádio do Lumiar, 12/06/1927. ⚽O «onze» belenense que disputou a final contra o Vitória foi constituído por: Francisco Assis; Eduardo Azevedo «Peras», Júlio Marques, Joaquim de Almeida, Augusto Silva, César de Matos; Fernando António, Alfredo Ramos, Francisco Silva Marques «Zabala», José Manuel Soares «Pepe» e José Luís. 
⛹Treinador: Artur José Pereira. ⚽Marcadores: Augusto Silva e Silva Marques (2). ⛹Durante o campeonato foram também utilizados: Alberto Bernardo «Bolacheiro», Raúl Silva, Rodolfo Faroleiro e Severo Tiago.
O sistema de disputa do Campeonato de Portugal sofreu para 1927 uma modificação fundamental. Em vez de se admitirem apenas os campeões regionais, num torneio rápido por eliminatórias, passaram a ter direito a entrar na liça outros clubes de comprovado renome e categoria. Cartel de jornalistas, sob liderança de Ribeiro dos Reis, estivera na base da alteração, inspirada no sistema da Taça de Inglaterra, mas de uma parte da sua sugestão se fez letra-morta: que a final se disputasse na capital, fossem quais fossem os adversários. Em Lisboa foi, no Estádio do Lumiar, com a presença do Presidente da República, porque ambos os finalistas eram sulistas: Belenenses e Vitória de Setúbal.(2)
(1) e (2) in "O Século XX do Desporto" Ed. "A BOLA". Titulo: Acácio Rosa - 📘 publicado originalmente em 27/01/2008.

O Club de Belem - Campeão de Lisboa - evidenciou uma nítida superioridade sobre todos os restantes contendores

Cipriano executa um belo encaixe sob as vistas de Pepe pronto a intervir
(...) o certo é que o Club de Belem evidenciou uma nítida superioridade sobre todos os restantes contendores, tendo esmagado muitos deles por "scores" verdadeiramente impressionantes. Os clubes que mais de perto seguiram o campeão, Bemfica e Sporting, estiveram longe da regularidade evidenciada pelos Belenenses (...) In "Notícias Ilustrado" de 30 de Março de 1930.

A festa de Matateu efectua-se esta noite no Estádio do Restelo

Quarta-feira, 21 de Setembro de 1960

Já não era sem tempo. O popular Matateu terá esta noite, no Estádio do Restelo, a justa consagração das suas qualidades e de uma invulgar dedicação pela modalidade em que atingiu extraordinária notoriedade. O Lucas Sebastião da Fonseca, um dos mais notáveis «artilheiros» do futebol português de todos os tempos, merecia a homenagem que os seus admiradores há muito tempo desejam prestar-lhe.
A homenagem, que coincide com o 41º aniversário do Belenenses, pelo que desfilarão os representantes de todas as secções do clube, será um acontecimento. Matateu sentirá à sua volta o carinho de quantos exultaram com as suas admiráveis jogadas.
O programa inclui o jogo Belenenses-Sporting. Está prevista a presença dos titulares das duas equipas e isso constitui um atractivo. 
A ordem do festival é a seguinte: às 20:30, jogo de futebol entre as categorias de juniores do Belenenses e do Atlético, para a Taça «Lucas Sebastião da Fonseca (Matateu)»; às 21:30, entrega à direcção, pela equipa de honra, das taças recentemente conquistas em África; elogio do jogador pelo antigo presidente do clube sr. Francisco Mega, perante os representantes de todas as modalidades praticadas no Belenenses; entrega pela Federação Portuguesa de Futebol das medalhas de «comportamento exemplar» e de «ao mérito», e oferta de prendas e apresentação de várias surpresas; às 22 horas, jogo de futebol entre as categorias de honra do Belenenses e do Sporting para a Taça «41º aniversário do C.F.B.».

Matateu, pelo lápis do genial Pargana

Pargana, José João Carvalho Pargana, (1928-1988)
 publicou esta caricatura em Setembro de 1960

«A vitória na Taça de Portugal, aos 33 anos, era o «canto do cisne» de uma carreira fantástica. Os golos começaram a rarear, as lesões surgiram, partiu uma perna numa digressão do Belenenses a Nova Iorque, foram sendo públicos os conflitos com treinadores e dirigentes do clube. 
Aos 37 anos muda-se para a Tapadinha e para o grande rival Atlético. Treinado por José Águas, ajuda os alcantarenses a regressarem à I Divisão. 
Mas os tempos eram outros. Matateu arrasta-se no Gouveia, no Amora e no Chaves, perdido em divisões secundárias até aos 42 anos. Depois jogou no First Portuguese, de Toronto. Encontrou no Canadá o lugar indicado para o sossego propício a um final de vida» Fonte: FPF 

Quatro jogadores do C.F. «Os Belenenses» convocados para a selecção nacional

Setembro de 1961. Jogos de qualificação para o Campeonato do Mundo, no Chile (1962). O seleccionador nacional, Fernando Peyroteo, convocou quatro jogadores do Belenenses: Vicente Lucas, José Pereira, Matateu e Yaúca.
Post publicado originalmente em 07/06/2008

Vicente Lucas é um dos mais internacionais futebolistas do Belenenses

⛹Vicente Lucas é um dos mais internacionais futebolistas do Belenenses. Vestiu 27 vezes a camisola das quinas: 20 na selecção A e 7 vezes na B. Na selecção A.
Alinhou contra a Escócia (2 vezes), uma das vezes foi na sua estreia (3 de Junho de 1959) em Lisboa no Estádio Alvalade (vitória por 1-0), RDA, França, Argentina, Inglaterra (3 vezes), Brasil (6 vezes), Bélgica (2 vezes), Uruguai, Hungria, Bulgária e Coreia do Norte, último jogo em 23/07/1966, no campeonato do Mundo em que Portugal se classificou no terceiro lugar. 
Vicente foi, também, internacional na Selecção B, sete vezes: contra o Luxemburgo, Sarre (2 vezes), Espanha (2 vezes), França e Bélgica. Capitaneou a Selecção B por três vezes.

Vicente Lucas um exemplo de correção desportiva

Foi em 1958-59 que a Associação de Futebol de Lisboa galardoou, com a Medalha de Ouro, quanto a conduta disciplinar, estes jogadores que apetece sempre apontar como exemplo a seguir: Rafael (Caneças), Germano (Atlético), Vicente (Belenenses), Serra Coelho (Casa Pia) e Herculano (Povoense).
post publicado originalmente em 23/07/2009