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Se não voltar a ver com os dois olhos vejo com um. Piedade para o Vicente é que não

«Se não voltar a ver as coisas do mundo com o olho direito, o esquerdo bastará para que continue a olhar em frente como sempre tenho feito em toda a minha vida. Piedade para Vicente é que não.» Vicente Lucas em entrevista de Joaquim Letria, publicada em 11 de Novembro de 1966 na revista «Flama»

Vicente, recebendo a Taça de Portugal de 1960

Estádio Nacional, 3 de Julho de 1960. O Presidente da República, Américo Thomaz, entrega a Taça de Portugal a Vicente, sob o testemunho do sportinguista Fernando Mendes.

Sai um Três Vintes (20-20-20) pró Vicente !

Nem o facto de não fumar impediu que Vicente comprasse um maço de cigarros 'Três vintes' (20-20-20) na tabacaria propriedade do mano Matateu, situada na delegação do Belenenses da Avenida da Liberdade.

Três Vintes: 20 cigarros, 20 gramas, 20 centavos
post publicado originalmente em 10/05/2011

Vou jogar !? pensei que tinha vindo só para marcar o Pelé…

«Cinco anos depois de ter assinado pelo Belenenses, Vicente chegava à Selecção Nacional na qual nunca teve uma presença muito firme. Os confrontos com o Brasil, sobretudo aquela célebre vitória de Abril de 1963, em Lisboa (1-0), criaram um facto inesquecível na vida do defesa central português: a forma como soube marcar Pelé, a grande estrela do futebol mundial, secando-o por completo, sem utilizar meios ilícitos, e que permitiram à imprensa rejubilar em manchete: «Vicente meteu Pelé no bolso!»
Não admira, portanto, que das suas 20 «internacionalizações», Vicente some 6 contra o Brasil. Desta forma, quando convocado para a fase final do Mundial de 1966, em Inglaterra, e sabendo que seria titular no primeiro encontro, contra a Hungria (3-1), surpreendeu-se: «Pensei que vinha só para marcar o Pelé…» 
Não tendo participado em nenhuma das partidas da fase de qualificação, Vicente jogou quatro encontros da fase final, saindo da equipa na meia-final, contra a Inglaterra (1-2), alegadamente por ter sofrido uma lesão no pulso, mas com muita gente a levantar a suspeita de que teria havido movimentações para o preterirem no onze português em favor de um companheiro. 
O Portugal-Coreia do Norte (5-3) marcaria assim o seu adeus à «equipa de todos nós». Não adivinhava, então, que a época seguinte, na qual só realizou três jogos pelo Belenenses, seria a última. 
Um estúpido acidente de automóvel provocou-lhe um rasgão na córnea. Era o fim do defesa central azul, que sabia como não deixar jogar Pelé e passou pelo futebol como sempre foi na vida: com educação e bondade.» Fonte: FPF

Nunca meti o Pelé no bolso, como gostam de dizer


«Diz-se que geralmente ‘secava’ Pelé. É positivo o saldo dos confrontos com aquele que é considerado o melhor jogador de sempre?
- Joguei contra ele seis vezes. Duas vitórias, dois empates e duas derrotas. Não fiz nada de especial, nunca o meti no bolso, como gostam de dizer.
OK. Qual foi o jogo em que lhe deu mais trabalho?
- Todos pensam que foi no Mundial. Foi difícil marcá-lo em todos os jogos. Mas vocês só falam de Pelé. Encontrei jogadores anónimos que fintaram, marcaram golos, fizeram tudo comigo. Desses ninguém fala.
Quem era mais difícil de marcar: Pelé ou Eusébio?
- São jogadores com diferentes características e posições. O Eusébio como vinha de trás e podia aparecer em todo o lado, marcava-o à zona. O Pelé como ficava lá ao pé de mim, não lhe podia conceder um milímetro, se fosse á casa de banho, ia com ele.
É verdade que Pelé levou porrada até dizer chega? 
- Não vi nenhuma, sem ser aquela do Morais naquele famoso lance. As pessoas estão sempre a defender o Pelé mas esquecem-se que ele era um jogador malandreco. A jogar metia o pé por cima da bola e mais nada.» 
📰 Excerto de uma entrevista de Vicente ao jornal "A Bola", edição de 20 de Junho de 2007.
⛹ Vicente Lucas, foi titular em seis jogos contra a selecção do Brasil: a 06/05/1962, em S. Paulo (derrota, 1-2); a 09/05/1962, no Rio de Janeiro (derrota, 0-1), em Lisboa a 21/04/1963; (vitória, 1-0), no Rio de Janeiro a 07/06/1964; (derrota, 1-4), no Porto a 24/06/1965 (0-0); e em Liverpool, a 19/07/1966 (vitória, 3-1).

Vicente (Belenenses) indiscutível «rei» em pendularidade

Vicente, "Figura do mês" de Abril de 1966 do Boletim Informativo da Associação de Futebol de Lisboa, por ter vencido o «Prémio Regularidade» da época 1965/66, instituído pelo jornal «Mundo Desportivo. 

Os irmãos Matateu e Di Pace causaram com os seus lances constante atrapalhação na defesa dos «estudantes»

“Vicente, desembaraçou-se de Torres e de Azeredo e caminha para a baliza. 
Mas não foi golo…”
⚽ Domingo, 26 de Setembro de 1954. Jogo da 3ª jornada do campeonato, no campo das Salésias, com assistência numerosa. Árbitro: Cunha Pinto, de Setúbal.
⛹ Belenenses - José Pereira; Francisco Rocha e Serafim das Neves; Pires, Raúl Figueiredo e Diamantino; Vinagre, Di Pace, Matateu, Vicente e Angeja. Treinador: Fernando Riera
⛹ Académica - Ramin; Mário Torres e Melo; Abreu, Mário Wilson e Azeredo; Peridis, Abreu, Mota, Francisco André e Bentes.
Marcha do Marcador: 1-0, por Di Pace, aos 5'; 2-0, por Matateu, aos 8'; 2-1, aos 10' por Torres, de penalty; 2-2. aos 30' por Mário Wilson; 3-2, aos 64' por Matateu, de penalty; 4-2, aos 70' auto-golo de Torres; 5-2, aos 77' por Matateu; 6-2, aos 89', também por Matateu. Resultado final: Belenenses, 6 - Académica, 2.

Vicente, vidro e sangue na queda do anjo


Eram cinco e um quarto da tarde. Dia pardacento de Outubro, em Lisboa. Vicente rodava suavemente pela auto-estrada. De casa, a caminho do Restelo, para sessão de banhos e massagens. Feliz da vida. Apesar das recordações tristes do Campeonato do Mundo. Uma, a fractura do pulso, que já passara. Outra, ainda não totalmente apagada da memória — a conquista do título, que escapara por um triz a Portugal, mas já esfumada pelo tempo, como um sonho arrojado que não se concretizara. Mas sentia-se contente. Pensava na sua nova vida de casado, no filho que estava prestes a chegar, no prestígio que semeara pelos campos de Inglaterra, neutralizando Pelé, sabia que se dizia que o Vasco da Gama estava na predisposição de o contratar, oferecendo-lhe condições fabulosas.

Foi perto de Caselas. Uma furgoneta que virou para a direita, o seu automóvel a galgar o passeio, embatendo violentamente num poste. Tudo num ápice. Bateu com a cabeça no pára-brisas, estilhaçou-se o vidro, um pedaço dele entranhou-se-lhe no olho... Saiu do carro para increpar o condutor da manobra perigosa, nem sequer se apercebeu de que jorrava sangue da face esfacelada. Operado de urgência, tentou-se o milagre. Em vão. Era o fim dramático de um jogador diferente. «Lovely» Vicente.
In História de 50 anos do desporto português. Edição “A Bola”

Vicente, pelo lápis de Pargana para a colecção de cromos-caricaturas «Figuras dos Estádios» da época de 1954/55






Nº 13 - Vicente Lucas

Moçambicano que veio endossado aos «Belenenses». 
As suas actuações de nível superior, creditam-no como um dos melhores médios do futebol português. 
Excelente visão dos lances, lesto no desarme, que logo transforma em ataque, alia a estas qualidades uma correcção inexcedível. 
Teve a honra de ser chamado a actuar nas selecções «B» e «Militar».

Belenenses vence o Porto por 4 a 3 num desafio em que os «keepers» tiveram uma tarde desastrada

«Uma oportunidade que se perde ! Teixeira, Vicente e António José (no chão) 
revelam claramente a sua ansiedade, ainda que por motivos diferentes...»
🏟 Estádio do Restelo 24/02/1957 - 23ª jornada do campeonato nacional. Estádio praticamente cheio, somente uma pequena clareira na parte inferior da bancada do topo norte. Muita da assistência viajou do norte para apoiar a sua equipa. Árbitro: Paulo de Oliveira, de Santarém. Constituição das equipas:
«Os Belenenses»: António José; Carlos Silva e Raúl Moreira; José Maria Pellejero, Raúl Figueiredo e Vicente Lucas; Miguel Di Pace, «Matateu», Ricardo Perez, Álvaro Inácio e «Tito». Treinador: Fernando Riera (chileno). 
F.C.Porto: Pinho; Virgílio e Osvaldo; José Maria Pedroto, Arcanjo e Monteiro da Costa; Hernâni, Gastão, Jaburu, Teixeira e José Maria. Treinador: Flávio Costa (brasileiro). 
⚽ Marcadores dos golos: 1-0 aos 5' por «Tito» a passe de Matateu; 1-1 aos 7' por Teixeira; 2-1 aos 44' por Matateu, no seguimento de um «corner» apontado por «Tito»; 3-1 aos 68' por «Tito» a passe de Matateu; 3-2 aos 71' por Pedroto, num remate fortíssimo fora da área; 3-3 aos 74' por Jaburu, graças a um «brinde» de António José; 4-3 aos 78' por Ricardo Perez, como se fosse um relâmpago, no seguimento de um «corner» marcado por «Tito»
Perto do final do encontro, Carlos Silva e Jaburu foram expulsos. Já após o apito final, o árbitro, tomou nota do «sururu» em que se envolveram os jogadores expulsos, Hernâni, Matateu e Pellejero. Na 4ª-feira seguinte, a Comissão de Disciplina da F.P.F. decidiu os seguintes castigos: Carlos Silva, 6 Jogos; Jaburu, 3 jogos, Hernâni, 2 Jogos, Matateu e José Maria Pellejero, 1 jogo cada um;
🏆 Resultado final: «Os Belenenses», 4 - F.C.Porto, 3
Este foi um dos dois jogos que o guarda-redes António José Fevereiro foi titular, no campeonato de 1956/57. O outro, foi na jornada seguinte (24ª), a 10 de Março, no Barreiro, contra a CUF (derrota por 3-2). António José, chegou a Belém vindo de oito épocas a representar o Sporting da Covilhã. Esteve em Belém uma única época.
António José foi igualmente titular em jogo contra o Newcastle, inserido nas festas dedicadas à Rainha Isabel II, realizado no Estádio do Restelo no dia 19 de Fevereiro de 1957. O Belenenses venceu por 2-1.

A equipa do Belenenses da época de 1956/57 em cromos dos caramelos da colecção "Favoritos do Futebol" da Altesa

Francisco Pires, José Pereira, Raúl Moreira
Carlos Silva, Raúl Figueiredo, Vicente Lucas, Miguel Di Pace
«Matateu, Vítor Miranda, Ricardo Perez e Alberto da Silva «Tito»
📘 Edição da Fábrica de Confeitaria Produtos Altesa, Lda. - Rua Tenente Raúl Cascais, 13 e 13A - Telefone 672170 - Lisboa  
➤ publicado originalmente em 03/08/2011