Dois irmãos, dois símbolos que ficam na história do C.F. Os Belenenses e do futebol português

Dois irmãos, dois símbolos que ficam na história do Belenenses e do futebol português: Vicente o «ás», que o infortúnio afastou prematuramente dos rectângulos do jogo, e Matateu, o ídolo que teima em vencer o tempo. In «Diário de Lisboa» de 23 de Janeiro de 1967

O "Príncipe" Ivair na base da vitória do Belenenses num dos 22 jogos da festa nacional de homenagem a Vicente

«Diário de Lisboa» de 23 de Janeiro de 1967
Vitória do Belenenses sobre o Atlético por 4-3. Dois dos três golos dos alcantarenses foram marcados por Matateu. O Belenenses alinhou do seguinte modo: José Pereira; Bernardino e Rodrigues; Murça, Alberto Luís e Canário; Da Silva, Alfredo, Simões, Ivair (Portuguesa de Desportos - BR) e Godinho

Em Elvas, o Belenenses conquistou o título de campeão quase no último pontapé...


Comunicado do Club de Foot-Ball «Os Belenenses»: A Direcção do Club convida os Senhores Associados a aguardar hoje, pelas 19,30 horas, na Ponte da Parceria, no Cais do Sodré, a chegada dos nossos Jogadores que tão brilhantemente acabam de conquistar o titulo de Campeões Nacionais   

Já vimos esta «cabeça» noutro «corpo»...

"charge" de Pargana publicada no «Diário de Lisboa» de 23 de Novembro de 1963

parte do percurso de Otto Martins Glória (9/01/17 - 4/09/1986) no futebol português:
  • de 1954/55 a 1958/59 treinou o Benfica (venceu 2 campeonatos e 3 Taças de Portugal)
  • de 1959/60 a 1960/61 (parcial) treinou o Belenenses (venceu 1 Taça de Portugal)
  • de 1960/61 (parcial) a 1961/62 (parcial) treinou o Sporting (venceu o campeonato)
  • de 1963/64 a 1964/65 treinou o Porto (2 Vice-campeonatos), simultaneamente com a Selecção Nacional (apuramento para a fase final do Campeonato do Mundo)
  • 1965/66 treinou o Sporting (venceu o Campeonato), simultaneamente com a Selecção nacional (3º classificado no Campeonato do Mundo de Inglaterra - 1966)

O benfiquense Julinho vai passar a bola por cima do guarda-redes belenense Salvador Jorge

Capa da revista Stadium de 10 de Maio de 1944

«No Benfica-Belenenses: Julinho, a grande figura do ataque benfiquense no jôgo de domingo, vai passar a bola por cima de Salvador e marcar mais um «goal» »

Carlos Eduardo Rodrigues

- Campeão de Portugal de 1927 e 1929 
- 9º jogador Internacional “A” do Clube de Futebol “Os Belenenses” (Ex aequo com José Luís) 
- 3 Internacionalizações enquanto jogador do Belenenses
Total de Internacionalizações: 3 
- Estreia a 1 de Dezembro de 1929 contra a Selecção da Itália (1-6)  Posição: Médio. Golos marcados: Nenhum

José Carvalho Sério

Nascido e baptizado na freguesia de Belém - nascido no dia 5 de Março de 1922 - José Carvalho Sério é também no futebol um produto cem por cento belenense. Desde miúdo que revelava propensão para o difícil lugar de guarda-redes e, em 1938, começou a jogar na equipa de juniores do Clube de Futebol "Os Belenenses". Duas épocas se manteve nessa categoria e, em 1940-41 representava ainda os "azuis".
Mas em 1942-43 e 1943-44 aparece-nos a defender as redes do Paço de Arcos, não tardando a regressar ao seu clube de origem. Em 1944-45, estava novamente nos Belenenses, onde se manteve até à época de 1954/55

O Belenenses certo no ataque venceu com merecimento o Porto por 2-0, em jogo para a «Taça» de Portugal de 1951

  1. Joaquim, deixou escapar esta bola para de seguida, Rebelo entrar na sua posse. Buchelli (10) e Pedroto (4) estão na expectativa;
  2. Um ataque dos portuenses junto da grande área do Belenenses. Enquanto Sério está atento à jogada no terreno a luta desenvolve-se com a colaboração de oito jogadores. Em grande plano, de costas, vê-se com o número 3, Serafim;
  3. Barrigana saltou alto e captou a bola por entre Marchiaro, Pedroto, José Maria, Alfredo e Pinto Vieira;
  4. Outro lance movimentado em que Barrigana entra de posse da bola. Alfredo, Pedroto, Virgílio, e Mário Rui estão atentos; 
  5. Jogo da 1ª mão dos quartos de final da Taça de Portugal da época de 1950/51. No Porto, o jogo terminou empatado a zero
Salésias, 22 de Abril de 1951. O Belenenses, alinhou do seguinte modo: José Sério; Figueiredo e Serafim das Neves; Pedroto, Feliciano e Inácio Rebelo; Mário Rui, Renato Marchiaro, Narciso, Umberto Buchelli e António Castanheira
FC Porto, alinhou com: Barrigana; Virgílio e Carvalho; Joaquim, Alfredo e Pinto Vieira; Hernâni, Nelo, Monteiro da Costa, José Maria e Sanfins
Marcadores: 1-0, aos 56' por Marchiaro. Castanheira, criou uma situação de perigo para os visitantes e Pinto Vieira não afastou o perigo como convinha; Marchiaro aproveitou o ensejo e habilidosamente fez um golo para o Belenenses. 2-0, aos 75' por Narciso. A bola girou de Castanheira para Marchiaro e deste para Narciso, que se internou e evitando a carga de Alfredo rematou com êxito. A intervenção de Barrigana não evitou que o resultado passa-se para 2-0.

Belenenses, o fim da longa espera

1ª página do Diário de Lisboa de 29 de Maio de 1989
Foi preciso esperar: 29 anos, nada menos. Mas ontem o emblema do Belenenses voltou à antiga glória, graças ao golpe táctico de Marinho Peres e (também) à óptima exibição de Jorge Martins, Juanico e José António: três «jotas» que encheram outro grande «jota», o de Jamor. 
Não foi um espectáculo recomendável para crianças, futuras adeptas do futebol: duas expulsões e outro par de «artistas» que ficou no relvado apenas por condescendência arbitral, reflectem a dureza de um embate para onde o Benfica partia como grande favorito, acabando por entregar o «mapa da mina» aos restelianos, quando se afundou estrategicamente. - Neves de Sousa

O golo de livre directo marcado por Juanico na final da Taça de Portugal de 1989

Estádio Nacional (Jamor), 28 de Maio de 1989. O «míssil» disparado por Juanico já passou por Magnusson, Ricardo Gomes, Mozer e Veloso. Foto de António Capela

Mascarenhas, a fazer linda «estirada» proporcionando bela e emocionante fase de jogo

Perante numerosa assistência o Belenenses e o Benfica, em jogo de estreia produziram emocionante partida ! Os dois clubes abriram oficialmente a sua época (1940/41). As categorias de Reserva e Honra disputaram a VIII Taça que tem os nomes dos seus clubes. Em ambas as categorias o Benfica saiu vencedor. O cenário foi o Estádio José Manuel Soares e o Belenenses alinhou do seguinte modo:

  • Equipe de Honra: Mascarenhas; José Simões e Varela Marques; Alberto, Gomes e Mariano Amaro; Perfeito Rodrigues, Artur Quaresma, Horacio Tellechea, Bernardo Soares e Sena (ex-júnior)
  • Equipe de Reservas: Valério; Gatinho e Ribeiro; Pedro Lino, Mário Sério, e Bernardo, Peres, Elói, Lima, Pireza e Teixeira 

O primeiro treino do Belenenses no Estádio do Restelo

📷 João Rosendo, Carlos Angeja, Jorge Alexandre, Francisco Pires, «Matateu», Raúl Figueiredo, José Maria Pellejero, Vicente Lucas, Raúl Moreira e António José Fevereiro (guarda-redes suplente). 
📷 Vítor Miranda, José Pereira, José Dimas, Carlos Silva, Ricardo Perez, «Tito», Miguel Di Pace e Álvaro Inácio.
➤ Setembro de 1956. Foto (autografada) que registou para a posteridade o grupo de jogadores que treinou pela primeira vez no Estádio do Restelo. Quando subiram ao relvado, Carlos Silva adiantou-se aos restantes e foi o primeiro a pisar a relva do então novo estádio. Tão novo era o Estádio que ainda se vê na foto diversos operários, alguns nos andaimes, naquilo que seria a fase de acabamentos.

Um treino alegre no Restelo

Na véspera de um jogo difícil na Covilhã, Matateu, o guarda-redes suplente Nogueira e Dimas demonstram excelente disposição.

Pepe o forward belenense frente a frente ao goal-keeper João Tomaz tenta enfiar a bola nas rêdes do S.C. Império

Varela (Império) com todo o seu peso e energia «salvou-se» de dois belenenses que estão no chão e prepara-se para ajudar o seu goal-keeper que decididamente está em maus lençóis 

Di Pace, o Rei do Drible

Di Pace chegou a Lisboa no dia 5 de Abril de 1953 e estreou-se, nas Salésias, a 10 de Maio num jogo contra o Barreirense, a contar para a Taça de Portugal. 
Scopelli, então em Barcelona a treinar o Espanhol, correspondia-se com o seu compatriota Zozaya (que tinha estado entre nós como técnico do Benfica) e com Calisto Gomes, conhecido adepto do Belenenses. Calisto Gomes pediu um bom jogador a Zozaya e este que sabia por Scopelli estar Di Pace disposto a vir para Portugal, escreveu para Santiago do Chile. Di Pace fez as malas, foi à Argentina ver os pais e meteu-se no avião. E foi assim que veio para Lisboa

Está calado, pá, tu não sabes o que dizes. Eu fui um marcador de golos, mas o Di Pace é que foi o maior de todos...

Foto autografada com dedicatória ao jornalista Fernando Dias

Quando os argumentos se esgotaram, em Fevereiro de 1999, para convencer Matateu a viajar do Canadá até Lisboa, cada um utilizou os que pôde. Rei Eusébio disse-lhe, com lágrimas nos olhos, "o senhor não pode fazer isso comigo"; a modéstia do jornalista, que só o conhecia pelo telefone, agarrou-se ao desespero: "O senhor tem de vir porque foi o maior". Matateu puxou então dos galões e pôs as coisas no lugar: "Está calado, pá, tu não sabes o que dizes. Eu fui um marcador de golos, mas o Di Pace é que foi o maior de todos..."
Rui Dias - Record - Sábado, 8 Maio de 2004

Faleceu Miguel Di Pace

31/08/1926 - 12/05/2015
Ayer 12 de Mayo de 2015 murió mi padre, Miguel Andres Di Pace, en la ciudad de Mar del Plata, Argentina. - Quien jugó para el Club de Fútbol Os Belenenses entre 1953/58 aproximadamente, quería hacerles llegar la noticia, ya que mi padre, siempre me pedía mirar noticias del club, y por eso tienen fotos de el blog de esta página, saludo atentamente, Miguel Di Pace (Hijo) - Mensagem enviada ao Belenenses Ilustrado
"D. Miguel representa para o Belenenses a memória de glórias irrepetíveis e é a nostalgia de uma felicidade que o tempo levou, algures na viagem entre as Salésias e o Restelo; meio século depois do regresso à Argentina, o seu nome continua a despertar emoções, mesmo naqueles que nunca o viram tocar na bola – é como se continuasse a jogar e fizesse parte do dia-a-dia. Em nome de uma vida inteira a ouvir elogiar o talento único e a sua irrepreensível formação, foi uma honra conhecê-lo.  Porque a eternidade é o destino dos génios, meu caro Di Pace, jamais esquecerei este momento." Rui Dias 
Clique aqui e veja tudo o que o Belenenses Ilustrado publicou sobre Di Pace