25 anos de publicidade nas camisolas do Belenenses

Foi no dia 26 de Fevereiro de 1984, num jogo contra o Barreirense (0-0), a contar para a 19º jornada do campeonato nacional de futebol da 2ª divisão, que a equipa de honra d'os Belenenses usou pela primeira vez publicidade nas camisolas do emblema da Cruz de Cristo, tendo como patrocinador a Lubritex.

Escusado será referir que os dirigentes de turno anunciaram o facto com pompa e circunstância, não esquecendo de mencionar que, o clube dos Rapazes da Praia, tinha chegado aos tempos modernos.

Sedosos por reerguer o clube, após uma passagem traumática pela 2ª divisão, os dedicados Belenenses aceitaram esta inevitabilidade, que lhe foi vendida como uma panaceia que ajudaria a resolver os problemas do Clube.
Naturalmente, os de tesouraria ou da compra de mais um jogador. Os estruturais, nunca.
Esses persistem.

Admiramos e até invejamos o Barcelona. Muito. Um Clube que tem associados e dirigentes que falam alto e bom som que "Nenhum dinheiro do mundo sujará o manto sagrado do nosso FC Barcelona!", e que num acto de altruísmo decidem durante uma época estampar no "manto sagrado" publicidade à UNICEF, merece o nosso respeito e acima de tudo faz-nos meditar: afinal um Clube é mais que uma paixão, é uma forma de estar e de ser na sociedade.

Lito Vidigal

José Carlos Fernandes Vidigal "LITO"
Luanda (Angola), 11/07/1969
Plantel 1995/96 a 2001/02

CHINA

João Pedro Santos Gonçalves "China"
Beja, 15/04/1982
Plantel 2008/09 (até à 17ª jornada)


"A Belenenses SAD chegou a acordo com o clube ucraniano, Metalurh Donetsk para a transferência dos direitos desportivos do atleta João Pedro dos Santos Gonçalves - China.
Este acordo estabelecido, defende os interesses da Belenenses SAD.
O Metalurh Donetsk demonstrou interesse imediato na aquisição do jogador e, dado o seu profissionalismo a SAD deseja ao atleta os maiores sucessos na sua carreira. " (11.02.09)

Um imenso amor azul


C. mora desde que se conhece, e já se conhece há quase sessenta anos, à sombra do Estádio do Restelo, couto sagrado aos seus olhos e consciência belenense. C. era, nos seus anos mais viçosos um "pardal" de Alcântara, no tempo em que Alcântara mais não era que um imenso quintal dos quintais de Lisboa. Pelas palavras de C. sou levado a montes e valados, quintas e casinhas, pomares e pedreiras, como se tudo não fossem já águas passadas, levadas e lavadas por um Tejo ali a dois passos. Ouvir C. falar dos seus tempos de criança é uma imensa viagem e apesar de o já ter ouvido muitas vezes, nunca se cansa a canseira de o fazer.

"Não sei porque sou belenense, não se explica, aliás Pedro, tu sabes que nessas coisas não se deve insistir, um tipo é o que é e pronto, cada barco tem a sua carreira, a minha parou em Belém e está tudo dito, não é?". Pronto, eu percebo, bebamos mais um copo aqui nesta esplanda em que transformaste a varanda do prédio onde vives e onde estamos. E estamos muitíssimo bem, em frente o azul das bancadas despidas a esta hora (e mesmo durante os jogos, acrescento eu mentalmente, porque não teria coragem de to dizer na cara, embora o saibas e isso te desgaste e desgoste), o relvado a gozar as delícias de uma rega de fim de dia, as balizas ali, brancas e impávidas a recuperar momentos nervosos de um e de outro lado. "Sou sócio desde os 18 anos, mas nunca vi um jogo sentado naquelas bancadas". Não me admiro. Aquela varanda vale por uma tribuna VIP, tem lugares marcados e sítios próprios para as crenças de quem ama o futebol, o vaso que tem de estar ali senão dá "galo", o guarda-sol que é arrumado para que o vizinho do lado possa gozar da vista toda, um conjunto de tradições que o teu filho já segue, ainda que se esqueça de um ou de outro preceito de quando em vez.

"Daqui da rua ao Vale de Alcântara não era propriamente perto, hoje um tipo apanha um eléctrico e está lá em dez minutos, mas antes não era assim...". Eu sei, também fui um viajante pedestre de Lisboa nos tempos em que o dinheiro não era para ser esbanjado em bilhetes de carro eléctrico. "O meu pai era serralheiro na Carris, e era eu que lhe levava o almoço. A minha mãe dava-me a lancheira dele pelas onze e eu ia levar-lha às Oficinas da Carris." Também conheci o ritual, não durante muito tempo é certo, mas também por aí passei.
"Almoçava muitas vezes por lá, eles tinham um autocarro velho que servia de refeitório, tinha mesas e cadeiras, aquilo era giro, era diferente e havia sempre uns mimos e umas buchas que me davam. Quando tocava para pegar ao serviço da parte da tarde, eu arrumava a tralha e vinha por aí fora a corta-mato, depressinha para ir para a escola". "Foi por essa altura que fiz a minha profissão de fé Belenense". Como? Conta lá essa que nunca ouvi.
"Espera, acho que poucas vezes contei isto, mas tu percebes-me com toda a certeza...". "Um dia houve em que os colegas me perguntaram qual era a minha equipa... Aquilo era tudo lagarto e lampião, até o meu pai torcia pelo Atlético, que Deus o tenha em descanso que ao Atlético já pouco falta, ai se ele me ouvisse!". "Eles tinham comprado um melão para a sobremesa, quer dizer, não sei se compraram, mas que ele estava lá, estava, amarelinho a rir-se para mim e se eu me pelava por uma talhada de melão. Percebi logo que tinha que dar a resposta certa, senão não cheirava sequer o melão... Aquilo custou-me muito, Pedro, custou-me muito. Quando o tipo me fez a pergunta eu quase estremeci, ia ter de dizer uma grande mentira. Não era pela mentira, era pela traição, percebes? Logo aquele, o Costa nunca mais me esqueci do nome do gajo, que não gostava do Belenenses nem um bocadinho... Mas enfim, lá fui enrolando, enrolando e acabei por comer o melão sem ter traído a consciência, pensei até que ele se tivesse esquecido.

O problema é que ele não se esqueceu. Estava eu a arrumar as coisas para me vir embora, já eles tinham saído todos do autocarro, quando vi que tinham fechado a porta, e eu ali, aflito para me ir embora, que a minha mãe dizia-me das boas quando me atrasava... Eu bem que a tentei abrir, mas aquilo tinha um fecho pelo lado de fora e as janelas tinham rede... E lá estava ele, encostado à porta a perguntar - Qual é o melhor clube do mundo? Qual é o melhor clube do mundo? E eu nada, nem tugia nem mugia e ele a rir-se, o cabrão, sem parar com a pergunta - Qual é o melhor clube do mundo? Qual é o melhor clube do mundo? e eu sem saber o que fazer. Então, mas como é que resolveste o problema? "Então, lá tive de dizer que era o Benfica, mas disse baixinho para ninguém ouvir..." Como é? Não ouvi nada! Benfica. Mais alto, mais alto que não ouço!" Benficaaaaa!. "Mas fiquei lixado, fiquei mesmo muito chateado, aquilo foi uma violência...! Assim que me apanhei livre, corri para o portão, desatei a fugir pela Junqueira abaixo, direito ao Altinho, sabes onde fica, não sabes, acho que nunca mais quis saber da lancheira e quando entrei nas Salésias, senti assim uma coisa pela espinha abaixo, fui ao meio campo, aquilo já estava um bocado decrépito, já nem tinha balizas nem nada, mas procurei o meio do campo, pus as mãos em concha à volta da boca e gritei o mais alto que pude: "BELÉÉÉÉÉM! BELÉÉÉÉÉM! BELÉÉÉÉÉM!"
Pedro Aniceto, 23/09/2005 in Reflexões de um cão com pulgas...

Luís Filipe Andrade de Oliveira

Lisboa, 30/09/1973
Plantel 1996/97 e 1997/98

Rui Jorge

Rui Jorge de Sousa Dias Macedo de Oliveira
Vila Nova de Gaia, 27/03/1973
Plantel 2005/06
Actual treinador da equipa de Juniores

A equipa do "União Futebol Comércio Indústria Tomar" da época de 1972/73

De todos os Clubes filiais do Belenenses, o União de Tomar, fundado em 4 de Maio de 1914 e filial nº 1, foi aquele que alcançou maior projecção em termos de futebol profissional com 6 presenças no campeonato nacional da 1º divisão, divididos por três biénio: 1968/69 e 1969/70, 1971/72 e 1972/73, 1974/75 e 1975/76, classificado-se respectivamente nos seguintes lugares; 10º / 14º / 12º / 16º / 12º / 14º.
O União conta no seu palmarés com os títulos de Campeão Nacional de Futebol da 2ª divisão (1973/74) e da 3ª divisão (1964/65).
A foto que publicamos hoje, refere-se à época 1972/73 e, dos onze, cinco são ex-Belenenses: Cardoso, Nascimento, Camolas, Manuel José e Pedro.
De pé e da esquerda para a direita: João Carlos, Fernandes, Cardoso, Kiki, Faustino e Nascimento. Agachados: Pavão, Camolas, Raul Águas, Manuel José e Pedro. Treinador: António Medeiros
O "Belenenses Ilustrado" dedica este "post" a todos os belenenses da cidade Nabantina.

Grupo Desportivo dos Tabacos

Com a publicação desta foto, o "Belenenses Ilustrado" evoca um tempo que desapareceu há muito e, nesta era do politicamente correcto, parece até surrealista. De facto, hoje, tem o seu quê de bizarro saber que uma equipa do Grupo Desportivo dos Tabacos... ter sido campeã de basquetebol, ainda que de um campeonato secundário.
Nesses "longínquos" tempos, Lisboa, foi mátria de pequenos-grandes clubes recreativos e desportivos de bairro e de Empresas. Repartíamos, então, a nossa paixão clubista entre o "nosso bairro", o clube da empresa dos nossos pais e, o Belenenses, Sporting, Benfica, Atlético ou o Oriental.
Nos difusos sinais desses idos, há um que resiste, e remete para uma espécie de homenagem aos operários tabaqueiros, fundadores da "Voz do Operário": a Rua do Jardim do Tabaco.
Só Lisboa poderia ter um Jardim assim, que o é, sem o ser.

O 1º "Onze" do Caldas Sport Clube

O Belenenses Ilustrado, dedica a foto do 1º "Onze" (1927) do Caldas Sport Clube, a todos os Belenenses naturais ou residentes nas Caldas da Rainha.

Mariano Amaro o «Einstein da bola»

Mariano Rodrigues Amaro
Lisboa, 07/08/1914 - 23/05/1987
Jogador do Belenenses de 1934/35 a 1947/48
Substituindo o austríaco Franz Fuchs foi treinador do Belenenses na época 1964/65

PEPE nasceu há 101 anos

Última fotografia de PEPE, tirada em Outubro de 1931, três dias antes de morrer.
Idalino Gaivoto, gerente da Fotografia Nunes da Rua da Junqueira, escreveu no sobrescrito onde arquivou o negativo: "Última chapa do PEPE. Veio tirar o retrato entrando pelo quintal que dava para a Rua do Embaixador. Ele morava no número 17, a Foto tinha saída ao lado, pelo número 19. Ele, coitado, pediu-me para eu entregar as fotos na casa em frente. Entretanto faleceu no hospital da Marinha. nem chegou a ver as fotos."


A foto e texto retirado do livro "História do Futebol em Lisboa" de Marina Tavares Dias.

Serafim das Neves

  • 17º jogador Internacional “A” do Clube de Futebol “Os Belenenses”
  • 18 Internacionalizações enquanto jogador do Belenenses
  • Total de Internacionalizações: 18
  • Estreia a 11 de Março de 1945 contra a Selecção da Espanha (2-2)
  • Posição: Defesa e Médio - Golos marcados: Nenhum
  • Serafim das Neves, é o 5º jogador da história do Belenenses, com mais Internacionalizações

O Que Diz Gennaro

Como este fim de semana parece que o nosso clube joga contra um adversário acessível, que apenas foi campeão nacional e lidera a liga, os responsáveis entenderam que era o momento ideal para fazer as malinhas e voar para Angola.
O que me parece interessante a vários níveis.
Sobretudo se pensarmos que chegaram reforços, nomeadamente no sector defensivo, e o que seria mesmo giro era que neste momento estivessem ocupados com aquilo que se chama de “adaptação ao clube”.
É claro que isso também pode ser feito a bordo de um avião. Mas não é a mesma coisa.
Como não é a mesma coisa treinar as marcações ao Hulk e ao Lisandro a jogar contra malta do Girabola.
Mas eu até aceitava tudo isto, a sério meus caros. O problema é a tal conversa do investimento do tal senhor general.
E sobretudo ainda não ter escutado ninguém responsável pelo clube a desmentir essa hipótese. Servia algo mais ou menos assim: “Essa hipótese é interessante mas somos apenas uma comissão de gestão, logo não temos poder para tomar uma decisão dessa importância para o clube”.
E pronto, ficava eu mais descansado.
Daqui a uns meses há eleições e quem quiser abrir o capital do clube a majores, coronéis, tenentes ou malta na reserva territorial que coloque a intenção no seu programa de candidatura e se os sócios assim o desejarem colocam a cruzinha no respectivo cavalheiro.
Agora se fizerem favor não andem a maçar-me o juízo, que quando parece que está tudo bem com o nosso clube há sempre qualquer coisinha que aparece para deixar a “pulga atrás da orelha”, que é expressão que gosto muito logo a seguir a “prontos é assim”.
Então prontos é assim não vos maço mais, obrigado pela atenção.



GENNARO, era o editor do ALTERNATIVA BELÉM, escreve no "Belenenses Ilustrado" quando lhe apetece e, por acaso, esta foi a 4ª vez que lhe apeteceu.