Não sou indivíduo de muitas causas.
Regra geral sigo fiel o princípio do não me chateiem o juízo que eu também não chateio ninguém. Acontece, no entanto, que aqui e ali vão surgindo alguns “cavalos de batalha” interessantes.
Um deles diz respeito ao futebol negócio.
Que trocado por miúdos é basicamente a ideia de que é possível existir futebol sem adeptos.
Ou pelo menos olhar para estes como uma parcela insignificante do “bolo”.
É uma realidade com a qual sou confrontado de forma regular.
Por exemplo nesta tarde de sábado. Dirigi-me a Alvalade (que agora tem um Lidl dentro do estádio coisa que acho fascinante) para adquirir o bilhete para o jogo.
Isto porque no Restelo, e após várias tentativas telefónicas, lá disseram que não vendiam ingressos embora não tenham sido capazes de explicar a razão.
Não protestei. Em relação aos serviços do clube já fico feliz quando atendem o telefone.
Mas como estava a dizer, fui então a Alvalade e eis quando a personagem que estava na bilheteira pede 30 euros por um bilhete para a bancada destinada aos adeptos do Belenenses. Dei gargalhada.
A pessoa, detentora de umas trombas que nem vos conto, pergunta a razão de eu estar a rir. Respondi que quando me pedem seis contos para ver um jogo de futebol penso sempre que é uma anedota. A pessoa, que garanto-vos que eram umas trombas como não se encontram nem em repartições públicas, disse que não era anedota.
Questionei se porventura o bilhete incluía extras. Do género massagistas tailandesas ao intervalo.
A pessoa perguntou, porque eu ainda não estava a ser suficientemente claro, se ia comprar ou não um bilhete. Respondi que se a ideia é juntar dinheiro para pagar as multas ao Paulo Bento que não contem comigo para o peditório.
Tomei a iniciativa de remeter a personagem para a profissão isenta de impostos da sua progenitora, virei costas e vim embora que no Restelo há futsal a preços adequados.
Deixo, contudo, o apelo à direcção do meu clube.
Na segunda volta, quando o Sporting vier ao Restelo, lembrem-se deste post e façam o favor de carregar no preço dos bilhetes. Só para retribuir a gentileza.
- Gennaro, era o editor do Blogue "Alternativa Belém". Actualmente escreve no "Belenenses Ilustrado" quando lhe apetece.