Salésias, 24 de Abril de 1955. O golo do empate - de autoria de Martins - contra o Belenenses, no último dia do Campeonato de 1954/55, a quatro minutos do fim.
José Pereira, passado um ano, recordava esse inesquecível momento:
"Não pensava, nunca admiti que «aquilo» acabasse assim ! Faltava pouco tempo para o fim e eu estava ansioso por isso ! Voltei-me para trás e perguntei a um chefe de Polícia que ali estava quanto faltava ainda. «Seis minutos» - respondeu-me. Mais me convenci de que efectivamente, seriamos campeões - O Belenenses ia ser campeão ! E não cabia em mim de contente ! Novamente a perguntar: Cinco minutos...quatro minutos, Zé! disse-me desta vez o nosso massagista Pama. Havia foguetes no ar, exclamações de incontido regozijo, milhares de lenços em adeuses...Eu próprio dizia à defesa que aquilo estava a terminar e era «canja»...E deu-me ganas de ir a correr por ali fora, gritando a minha alegria, abraçar os meus colegas, os dirigentes, os sócios e adeptos...Mas...
- Mas, eis senão quando surge o imprevisto...nos pés de Martins. Vi-o sozinho à direita. A minha ideia foi lançar-me aos pés do «operário» leonino. Mas já era tarde! Fiz-me à defesa...e cai. Ao fim e ao cabo, o Sporting empatava o jogo e oferecia a vitória do campeonato ao Benfica. Não tive forças para me levantar. Ouvia a assistência a gritar: «golo! golo!» - e pouco faltou para chorar. Melhor fora que chorasse do que sofrer «em seco» como eu sofri"