Separata da revista «Flama»
Ferro, Quaresma, Rodrigues, Esteves, Murça, Canário, Freitas e Serrano
Laurindo, Luciano, Walter, Gomes, Carlos Serafim, Godinho, Saporiti e Estêvão
Gomes, Manuel José, Bernardino, Cardoso, Quaresma e RodriguesRamos, Ernesto, Luciano, Alfredo e Sérgio
«No último domingo, as festas sportivas no campo das amoreiras, foram caracterizadas por uma lamentável falta de cultura cívica e de espírito sportivo - que os instantâneos flagrantes de Ferreira da Cunha fixaram nesta página. É preciso que os nossos homens do sport, que tão brilhantes exibições têem feito ultimamente se compenetrem da sua alta missão educadora e não se comportem como arruaceiros em viela, em torno duma bola de trapos...»
Encontro realizado no domingo 13 de Maio de 1928, no Campo das Amoreiras, entre o Club de Foot-Bal «Os Belenenses» e o Victoria Foot-Ball Club, a contar para os quartos de final do Campeonato de Portugal de Foot-Ball.
Post originalmente publicado em 12/06/2013.
Ex.mo Sr. Director Secretário do Club de Foot-Ball «Os Belenenses»
Comunico a V.Ex.ª que o Comité Executivo do Campeonato de Portugal, na sua reunião de 19 do corrente, resolveu julgar improcedente o protesto apresentado por esse Club relativamente ao jogo que realizou com o Victoria F.C. no Campeonato de Portugal, em 13 do corrente.
Com os meus cumprimentos, sou com toda a consideração
De V. Ex.ª Att.º Vnr. e Obgdo.Pel'O Secretário do Comité Executivo do Campeonato de Portugala) Armando de Sá
As pessoas que nos informam d'esse facto e que estão prontas a prestar todos os esclarecimentos a V. Ex.ª são as seguintes:
Ex.mos Srs. Luiz Elias Fontes Veiga, tenente de cavalaria do 1º esquadrão da G.N.R. no quartel do Carmo; Joaquim Ferreira Bogalho, director do Sport Lisboa e Benfica e arbitro da A.F.L.; Edmundo Martins, arbitro da A.F.L. e morador na R. das Pedreiras nº 17, Alcolena; José Diogo Cipriano, morador na Costa do Castelo nº 43, r/c; Moura - Relojoeiro, morador na R. dos Vinagres; José Avelino Pires, morador na Rua de São Paulo, nº 100 ultimo esq.; Augusto Bartolomeu, morador na Rua da Creche nº 9 pateo; Heitor Nogueira, morador no Largo Freire Heitor Pinto nº 10.
a) - O tempo util de jogo na primeira parte foi apenas de vinte e oito minutos.
b) - O arbitro tendo assignalado a marcação do corner depois de previamente ter consultado o Juiz de Linha, mostrou que em sua consciência não tinha a certeza da falta cometida, e, anulando a sua primeira decisão, e marcando a grande penalidade, satisfez apenas os desejos dos jogadores do Victoria e a exigencia d'uma parte do publico.
c) - Dada a substituição dum jogador depois de iniciado o jogo foi infringida a lei geral do Foot-Ball em desafios oficiaes.
Então os jogadores do Victoria, apoiados pelo publico, insistem na marcação do castigo maximo e o arbitro manda colocar a bola na marca da grande penalidade.
Amainado o conflito com intervenção da força armada e expulso o jogador Cesar o jogo recomeçou, para logo ser interrompido ás treze horas e quarenta minutos por haver novo conflito entre os jogadores e nova intervenção da força armada.
A segunda parte decorreu normalmente.
«O Belenenses foi batido por um deplorável incidente, que nasceu de um erro do árbitro, impondo um "penalty" contra o «onze» campeão. A história do incidente está feita. É deplorável, muito deplorável, tudo quanto se passou. E o resultado do jogo viveu desse conflito. O Belenenses, fez quasi todo o jogo com dez jogadores, privado do concurso de César de Matos.
O Belenenses protestou o encontro - e a Federação dirá agora a última palavra. São fundamentos da reclamação: - alguns erros de arbitragem e, principalmente, a circunstancia do primeiro tempo haver durado apenas, diz-se na reclamação, trinta e tantos minutos.
O juiz, perturbado com o incidente, resolveu suspender o encontro. O jogo esteve interrompido quasi meia hora, e quando recomeçou, o árbitro esqueceu-se de compensar devidamente o tempo de paragem do jogo.»
Homero Serpa (secretário-técnico), José Manuel Mourinho Félix (jogador-treinador de campo), Celestino Ruas, Alfredo Quaresma, João Cardoso, Estêvão, Ferro Pais, Pena, Alfredo Murça, Freitas, Amaral e Vítor Cabral.
Djalma, Arlindo, Virgílio, Aurélio Gomes, Laurindo, Camolas, Carlos Serafim, Ernesto e Godinho.
Estádio do Restelo, 22 de Fevereiro de 1959. O árbitro Virgílio Baptista, de Setúbal, dirigiu a partida da 22ª jornada do campeonato nacional.
Belenenses - José Pereira; Pires e Moreira; Carlos Silva, Figueiredo e Vicente; Yaúca, Abdul, Mendes, Matateu e «Tito». Treinador: Fernando Vaz.
Braga - Cesário; José Maria Azevedo e Narciso; Armando, Calheiros e Pinto Vieira; Ferreirinha, Amador, Júlio Teixeira, Fernando Mendonça e José Maria Matos.
Marcadores: Matateu (5', 40' e 44'), Mendes (35' e 64'), «Tito» (55') e Abdul (75'). Resultado final: Belenenses, 7 - Braga, 0.
Estádio José Alvalade, 14 de Janeiro de 1968. Mário Mendonça, de Setúbal, arbitrou o jogo da jornada 13 do campeonato nacional. Boa assistência.
Belenenses - Gomes; Rodrigues, Freitas, Cardoso e Esteves; Manuel José e Luciano; Adelino, Sérgio e Fernando. Treinador: Manuel de Oliveira.
Sporting - Carvalho; José Carlos, Armando, Alexandre Baptista e Hilário; Barão e Gonçalves; Marinho, Lourenço, Figueiredo e Peres. Treinador: Fernando Caiado.
Marcadores: Hilário (21') e Lourenço (36' e 90').
O Varzim actuou pela primeira vez em Lisboa e o Belenenses fez alinhar dois elementos novos: o ilhéu Virgílio e João Carlos. Aquele já experimentado nas «reservas» e o segundo, vindo de Moçambique, entrado directamente no grupo principal. Cumpriram plenamente as «novidades» lisboetas. Falhou, em parte, a atracção poveira.
Virgílio, o semiconhecido, é o protótipo do jogador infatigável, que luta e alia a esse empenho natural um sentido de oportunidade nada depreciável. O golo que marcou vale um atestado. João Carlos, o desconhecido, não se parece com o companheiro. Actua mais em «soupless» assente em dois bons pontapés e com pormenores subtis que revelam o habilidoso. Numa faceta, porém, se irmanam: o remate. O tento que obteve não engana.
Domingo de Carnaval, 9 de Fevereiro de 1964. Jogo no Estádio do Restelo a contar para 17ª jornada do campeonato nacional, com razoável assistência, arbitrado por Gil Baptista, de Setúbal. Antes de se iniciar a partida, guardou-se um minuto de silêncio à memória dos pais do secretário-permanente do Belenenses, Manuel Vácondeus, e de Pires, ex-jogador do Clube.
Belenenses - Nascimento; Rosendo e Rodrigues; Vicente, Abdul e Alberto Luís; Adelino, Virgílio, João Carlos (ex-Inhambane), Fernando Peres e Godinho. Treinador: Fernando Vaz.
Varzim - Justino; Fernando Ferreira e Sidónio; Fonseca, Quim e Salvador; Isidro, Fernando, Noé, Pacheco e Rogério. Treinador: Artur Quaresma.
Marcadores: Alberto Luís (16' e 60'), Virgílio (53') João Carlos (71') e Fernando (76').
Fernando Vaz mantém Matateu inactivo de Setembro de 1963 a Fevereiro de 1964. O ídolo belenense é pura e simplesmente ignorado pelo treinador sob o pretexto de já não ter condições físicas para jogar numa equipa de alta competição. Os sócios revoltam-se pela atitude de Vaz, mas não encontram o apoio que esperavam por parte da direcção. Somente Acácio Rosa se põe ao lado dos sócios e de certa forma «lidera» a revolta. Por que, de facto, de revolta se tratou:
Há incidentes vários nos treinos (tendo havido intervenção policial num ou noutro caso) e nos jogos. A 21 de Fevereiro realiza-se, na Casa do Alentejo, uma Assembleia-geral para discutir um só assunto: «o caso Matateu». A participação é tanta e tão agitada que a assembleia é suspensa por exiguidade do espaço. O Pavilhão dos Desportos, é o local escolhido para a continuação da assembleia.
Acácio Rosa, escreve: «A massa associativa havia ocorrido em vão. Mas a sua presença impressionante no número e no entusiasmo, não deixara de constituir uma notável demonstração de grandeza e vitalidade de um clube».
A 23 de Fevereiro de 1964, o Belenenses recebe e vence (2-1) o Olhanense em jogo a contar para a 19ª jornada do campeonato. Durante o desafio, uma bola chutada violentamente pelo algarvio Gancho acerta em Fernando Vaz e derruba-o estrondosamente, para gáudio dos assistentes.
É essa situação caricata, mas hilariante, que o lápis de Pargana retrata e no dia seguinte dá notícia nas páginas de um vespertino de Lisboa.
A 8 de Março, o Belenenses recebe a Académica e perde por 2-0. Fernando Vaz, apresenta a demissão e ruma a Setúbal, para dirigir o Vitória. Matateu volta à equipa, mas, nunca mais foi a mesma coisa...
No final da época, a direcção do Clube, agora já sem Fernando Vaz como «testa de ferro», assume-se e coloca pela 2ª vez, o símbolo do Clube e ídolo dos Belenenses na lista de dispensas.
Ficou registado nos anais da história do Clube de Futebol «Os Belenenses»: A direcção do Clube era presidida por José Vale Guimarães, que tinha herdado o problema da gestão anterior, presidida por António Manuel Pereira.
«Mais tarde soube que a alergia, de Vaz a Matateu, vinha de um problema de "saias" e de "ciúmes"...» Acácio Rosa.
Jogo nocturno (21 e 45) no Estádio do Restelo. 17 de Outubro de 1965. Jornada 6 do campeonato nacional. Árbitro: Mário Mendonça, de Setúbal.
Belenenses - José Pereira; Rodrigues, Quaresma, Vicente e Alberto Luís; Carlos Pedro e Cardoso; Correia, Gaspar, Teodoro e Ramos. Treinador: Jorge Vieira.
F.C.Porto - Américo; Festa, Alípio (expulso aos 75'), Paula e Atraca; Pinto e Ernesto (ex-júnior); Jaime, Manuel António, Amaury e Nóbrega. Treinador: Flávio Costa.
Marcadores: Amaury (12') e Teodoro (27' e 44').
Lisboa, 7 de Março de 1965. Jogo no Estádio da Luz com boa assistência. Jornada 20 do campeonato nacional de futebol. Árbitro: Joaquim Campos, de Lisboa.
Belenenses - José Pereira; Rosendo e Rodrigues; Vicente, Ribeiro e Quaresma; Adelino, Liras, Palico, Peres e Godinho. Treinador: Mariano Amaro.
Benfica - Costa Pereira; Cavém e Luciano; Peridis, Germano e Cruz; Coluna, José Augusto, Torres, Serafim e Simões: Treinador: Elek Schwartz.
Marcadores: Coluna (16' de penalty), José Augusto (52'), José Torres (68'), Liras (72') e Adelino (76'). Resultado final: Benfica, 3 - Belenenses, 2.
Estádio do Restelo, 27 de Dezembro de 1964. Jogo da 11ª jornada presenciado por pouco público, sob a arbitragem de Francisco Pacheco, de Beja.
Mariano Amaro, substituto do demitido Franz Fuchs, dirige oficialmente o «team» pela primeira vez.
⛹Belenenses - José Pereira; Rodrigues e Alberto Luís; Esteves, Abdul e Vicente; Adelino, Pelézinho, Liras, Peres e Godinho. Treinador: Mariano Amaro.
⛹Seixal F.C. - José Henriques; Quim e Hermenegildo; Jeremias, Aniceto e Carlos Alberto; Cambalacho, Caldeira, Feijão, Teles e Carvalho. Treinador: José Mário.
⚽Marcadores: Pelézinho (20'), Liras (28' e 44'), Peres (53' e 70') e Cambalacho (89'). Resultado final: Belenenses, 5 - Seixal, 1.
Estádio do Restelo, 1 de Dezembro de 1963. Sétima jornada do campeonato nacional. Sob arbitragem de Eduardo Gouveia os grupos alinharam:
Belenenses - Nascimento; Rosendo e Alberto Luís; Pelézinho, Paz e Vicente; Adelino, Palico, Estêvão, Peres e Godinho. Treinador: Fernando Vaz.
Benfica - Costa Pereira; Cavém e Jacinto; Coluna, Luciano e Raúl; José Augusto, Santana, Yaúca, Serafim e Simões. Treinador: Lajos Czeizler.
Marcadores: Peres (18') e José Augusto (27').
- Esperamos que os rapazes de Belém digam "Arriverdeci Roma", em beleza, e não se distraiam muito...
Minuto 40. Carlos Pedro marca e festeja. Costa Pereira sofre o 2º golo de 1967
Humberto Fernandes, com o avançado belenense, Carlos Pedro, em movimento perigosíssimo, limitou-se a estender o perna para o desequilibrar. Conseguiu-o, mas o árbitro estava atento. Raúl Machado e Cavém, mais afastado, são testemunhas do lance.
Carlos Pedro estatelado no terreno. Costa Pereira recolhe a bola. Raúl Machado seguiu a jogada até ao final.
⚽ Estádio do Restelo, 1 de Janeiro de 1967 - 12ª jornada do campeonato - Belenenses, 2 - Benfica, 1
Carlos Pedro beija Carlos Silva, junto ao banco de suplentes, durante a comemoração do primeiro dos dois golos que marcou. No meio dos dirigentes reconhece-se o treinador e antigo jogador do Clube, o argentino Ricardo Perez.
«Lágrimas... vi, sim, lágrimas nos olhos de alguns belenenses anonimamente instalados na bancada fronteira ao «aquário» reservado aos órgãos de informação. Mas eram lágrimas de alegria, fios de prata a brilharem em rostos abertos num sorriso de contagiante satisfação.
Quando Carlos Pedro (que diria ele?) se aproximou, após o seu primeiro golo, do local dos sócios do seu clube, gesticulando e saltando - ah!, o fascínio das «loucuras» do desporto - compreendi, compreendemos todos, a razão de ser de algo que se festejava, quase que infantilmente, na bela e apetitosa tarde de ontem.
O Belenenses a viver momentos de angustia dolorosa, com laivos de tragédia, queria significar, aliás significou isso mesmo, o regozijo que transbordava da sua alma. E não ofendeu ninguém com essa atitude. Era legitimo. Era fundamentado. Era enfim o primeiro êxito, à 12ª jornada (!), do Belenenses no «seu» Restelo. Aleluia !»
Estádio do Restelo, 1 de Janeiro de 1967 - 12ª jornada do campeonato nacional. Árbitro: Mário Mendonça.
Belenenses - Gomes; Quaresma; Rodrigues, Cardoso, Alfredo e Bernardino; Canário e Adelino; Ramos, Carlos Pedro e Simões. Treinador: Ricardo Perez
Benfica - Costa Pereira; Cavém, Raúl Machado, Humberto Fernandes e Jacinto; Santana e Coluna; Jaime Graça, Eusébio, José Augusto e Yaúca. Treinador: Fernando Riera
Marcadores: 1-0, aos 27' e 2-0, aos 40' (penalti) ambos por Carlos Pedro; 2-1, aos 80' por Coluna.
⛹ Carlos Pedro, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 5/08/1942 e faleceu com 51 anos, em Macaé (RJ), a 25/10/1993.
⚽Representou o Belenenses nas épocas de 1965/66 - foi titular em 24 jogos para o campeonato e marcou 10 golos - e 1966/67, titular em 21 jogos e 9 golos marcados.