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Na época de 1958/59, do meio-campo para trás, o Belenenses tinha cinco internacionais «A»

Época 1958/59. Pires, José Pereira e Moreira (em cima, da esquerda para a direita); Carlos Silva, Raul Figueiredo e Vicente (em baixo). A foto é do eterno António Capela. Do meio-campo para trás, o Belenenses tinha cinco internacionais A...
Foto, titulo e legenda do Amigo do Belenenses no Facebook, R. Dias

Carlos Silva e o lendário Francisco Carlos Pama

Estádio do Restelo, 3 de Abril de 1957. O lendário massagista Pama (à direita) ampara Carlos Silva, magoado durante o jogo contra a equipa francesa do Saint Étienne (vitória do Belenenses por 3-1).
Alinharam nesse jogo: José Pereira, Francisco Pires, Raul Moreira, José Maria Pellejero, Raul Figueiredo, Vicente Lucas, Miguel Di Pace, Matateu, Carlos Silva, Ricardo Perez e Tito.

Carlos Silva

Carlos Francisco Santos da Silva
1934 - 2007
Júnior do Belenenses nas épocas 1951-52 e 52-53
8 épocas como jogador sénior: 1953-54 até 1960-61

CARLOS SILVA do Belenenses campeão (por uns dias) pelo Benfica !

"[...] O excelente futebolista que se iniciou nesta modalidade no Belenenses, onde foi campeão, numa excelente equipa de juniores, preparada por José do Carmo, em 1952/53, tinha já sido antes campeão, embora só por uns dias, mas envergando a camisola do Benfica em Handebol ! [...]

Carlos Francisco Santos da Silva, nasceu há 77 anos

9 de Abril de 1934 - 4 de Fevereiro de 2007 
Júnior: 1951/52 e 1952/53 - Sénior: 1953/54 até 1960/61 - Treinador: 1967/68 e 1976/77


[...] Carlos Francisco Santos da Silva: nascido em Lisboa no dia 9 de Abril de 1934. Rezam as crónicas de quem o viu jogar, no Belenenses, na CUF ou no Sintrense, que intratável era o adjectivo que melhor encaixava nas suas características. Ele sempre se defendeu da acusação. Que era duro, isso sim, mas nunca violento. E que nunca lesionou gravemente nenhum companheiro de profissão. Não custa acreditá-lo. Apesar do seu feitio brincalhão, Carlos Silva não mente. «Havia, no meu tempo no Belenenses, jogadores massacrados pelos adversários, como era o caso de Matateu. Eu limitava-me a ir em defesa dos companheiros»…


O seu tempo de Belenenses foi de 1951 a 1961. Como jogador das primeiras categorias, claro! Seria caso para dizer que o seu tempo de Belenenses foi a vida toda. O Belenenses já era a paixão de seu pai, e Carlos Silva chegou às Salésias com apenas 17 anos. Há diferenças entre paixão e mister: o futebol podia ser a sua paixão, mas o seu ofício era o andebol. De 11, como se usava então. E Carlos Silva vinha do Benfica, campeão nacional da modalidade. Dois nomes entram aqui: Augusto Silva e Rodolfo Faroleiro. Foram eles que o trouxeram para outro desporto de 11 contra 11. Este com a bola jogada com os pés.

Se lhe perguntam qual foi o momento mais extraordinário que viveu ao longo de toda uma vida dedicada ao futebol, Carlos Silva responde: «Todos os que vivi aqui, na Selecção Nacional, e todos os que vivi no Olhanense. Porquê? Pela amizade, pela fraternidade, pelo ambiente de carinho que me envolveu, por tudo aquilo que aprendi…» Mas lembra-se também de um triunfo mágico: «Na final da Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa, em 1960. Vencemos o Benfica por 5-0 e eu estava encarregado de marcar o Germano que era, à época, uma das grandes figuras do futebol português. Mas as coisas correram-nos tão bem que, a partir do 2-0 já não prestava atenção ao Germano e queria era jogar e atacar como os meus companheiros. Ah! E esse Benfica foi, depois, Campeão Europeu».

Cedo chegou a «capitão» de equipa: algo próprio de uma personalidade que se impõe.
Era jovem, muito jovem, mas capitaneava grandes nomes do futebol português como os manos Matateu e Vicente. Por ambos, Carlos Silva nutre uma amizade imensa. Por ambos, Carlos Silva sente a admiração devida a grandes jogadores. «Matateu? Dentro da grande área foi dos melhores jogadores de todos os tempos. Talvez o maior! Atenção que eu digo ‘dentro da área’… Tinha um instinto goleador extraordinário, era uma verdadeira força da natureza. Como jogador de equipa era péssimo. Precisava de ter todos os companheiros a jogarem para ele. E nós fazíamo-lo com todo o gosto porque, se assim fosse, ele resolvia os jogos. O Matateu foi um marcador de golos como nunca vi igual». Fala alguém com autoridade para o fazer desta forma desassombrada.

Que ninguém se esqueça: Carlos Silva jogou contra muitos dos maiores génios da História do Futebol. Ele mesmo desfia o rol: «Pelé, Kopa, Fontaine, Cocsis, Csibor, Gento, Rial, Di Stéfano, Kubala… e outros de valor idêntico em Portugal, como Travassos, Eusébio, Vasques, Peyroteo, Jesus Correia…» E quem não sabe que fique sabendo: Carlos Silva assistiu, dentro de campo, à estreia de um menino de 16 anos que dava pelo nome de Edson Arantes do Nascimento. Nelson Rodrigues, grande cronista brasileiro, dizia: «Por extenso, Pelé!»

Foi no Brasil, numa digressão de uma equipa formada por jogadores do Belenenses e Vitória de Setúbal que defrontou um combinado de Santos e Vasco da Gama. Os portugueses foram goleados e o menino Pelé pintou a manta. Poucos dias depois estreava-se pelo Brasil num escaldante jogo frente à Argentina. «O Brasil estava a perder, Pelé saltou do banco e foi ele que marcou o golo do empate», conclui Carlos Silva.

Entre vitórias e derrotas. Entre momentos felizes e horas tristes. Carlos Silva não esquece o Campeonato Nacional perdido para o Benfica a quatro minutos do fim. Corria o ano de 1955. E não esquece igualmente um Campeonato Nacional de juniores perdido para o FC Porto dois anos antes. Ele sabe como se ergue um jogador do desânimo da derrota e se lhe incute a vontade de vencer.


Como vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol para a área do futebol profissional, Carlos Silva acompanha a Selecção Nacional-Clube Portugal há cerca de seis anos. «É verdade que esta equipa, por exemplo, sofreu um duro revés com a derrota na final do Euro 2004. Mas as derrotas, às vezes, fazem-nos ter ânimo para ir à procura de outras vitórias. Temos aqui jogadores muito experientes, habituados a ganhar e a perder e a ganhar outra vez. E a prova dessa maturidade esteve no apuramento para o Mundial 2006 que foi feito de uma forma tranquila por um conjunto de jogadores que souberam transformar essa derrota contra a Grécia num trampolim para novas conquistas». É bom ouvi-lo. Há nas suas palavras o optimismo dos jovens de espírito.

Por uma vez foi responsável máximo da Selecção Nacional de sub-21. «O técnico era o José Augusto, mas por via de uma ausência dele sentei-me no banco como responsável máximo num Portugal-Itália. Vencemos por 1-0, algo que, contra a Itália, deve ser motivo para orgulho. E nessa equipa jogava o Eusébio. Fui, por isso, seu treinador. Como fui seu mestre no curso de treinadores, muitos anos mais tarde».

Foi secretário-técnico do Belenenses, responsável pelo nascimento do Juventude de Belém, a equipa B do Belenenses, presidente da Assembleia Geral do Sindicato de Treinadores e, através dele, acedeu à Direcção Técnica Nacional. O passo seguinte foi a vice-presidência da Federação Portuguesa de Futebol, tendo a seu cargo a área das Selecções Nacionais.

Quando se lhe pede para falar de treinadores que o marcaram, não hesita: «Fernando Riera! Sem dúvida! Era um treinador extraordinário. Todos nós, jogadores, amávamos aquele homem. Por ter sido um extraordinário jogador, ensinava-nos tecnicamente movimentos dos quais nunca nos tínhamos lembrado. Tinha uma metodologia de treino fantástica o que fazia com que as sessões de treino fossem variadas e divertidas. Além disso era um ser humano de grande sensibilidade, capaz de criar um ambiente de muita proximidade entre todos. Nesse aspecto posso compará-lo ao nosso Seleccionador Nacional, Luiz Felipe Scolari».

Carlos Silva: devíamos ouvi-lo mais vezes. O mundo infinito de episódios que pairam na sua memória, valem por muitas páginas de jornais. Um deles, é preciso recordá-lo aqui: foi Carlos Silva que lançou, em Portugal, há cerca de vinte anos, a ideia peregrina de que os guarda-redes não deviam poder tocar com as mãos a bola que lhe fosse atrasada intencionalmente pelos pés de um companheiro. Provavelmente, houve quem considerasse a proposta estapafúrdia. O tempo deu-lhe razão. E o tempo fez dele um homem feliz: «Claro! Estou aqui, vejo a bola saltar, estou junto dos jogadores e da relva. É disto que eu gosto. Não sou rato de gabinete…»[...] texto e foto de 2006 retirados daqui

Festejando o 26º aniversário de Carlos Silva: Pires, Rosendo, Estevão, Otto Glória, Carlos Silva, Nascimento, Mário Paz, Yaúca, Dimas entre outros não identificados.

Carlos Silva: Arrogância Atlética não é sinónimo de violência

"Desde a primeira hora que enverguei a camisola do Belenenses, ou seja desde que comecei a praticar futebol oficialmente, em 1950, compreendi que teria que defender com toda alma e força da juventude o clube que sempre fora o ideal da minha meninice, o meu "mais que tudo".
Esse amor clubista, transformava-se, nos campos, em sangue ardente, buliçoso que, transmitindo-se aos músculos revigora as forças e desdobra a "genica".
Perdendo ou ganhando, continuo a lutar com a mesma vontade, o mesmo frenesim, num desejo indómito de mais e melhor fazer para valorizar a actuação da minha equipa. (...)"

 
Carta de Carlos Silva, publicada na revista "SPORT Ilustrado" de 4/11/1958, após ser punido com 3 jogos de suspensão por jogo violento.

Pires: rijo, coriáceo, forte como uma rocha

Pires, como todos os jogadores de primeiro plano, tem no futebol muitos motivos de valorização pessoal. As viagens, então, além do seu aspecto turístico, sempre agradável, proporcionam inestimável fonte de convívio social e de cultura. Aqui vemos Pires, com os seus colegas do Belenenses, na Ilha da Madeira.

Carlos Silva: Uma vida dedicada ao desporto e à grandeza do Belenenses

CARLOS FRANCISCO DOS SANTOS SILVA, nasceu em 9 de Abril de 1934, no bairro lisboeta da Graça. Interessou-se pelo desporto logo nos tempos do liceu - no antigo Liceu Gil Vicente, em Lisboa - onde chegou a experimentar o futebol e o voleibol, mas inicialmente foi no andebol de onze que conseguiu o maior destaque, vindo a competir pelo Sport Lisboa e Benfica.
No entanto, sendo filho de Belenenses e ele próprio sócio e adepto fervoroso, o seu maior sonho era representar o seu clube predilecto. Tal aconteceu aos 15 anos, quando começou a participar em várias provas de atletismo, evidenciando desde logo aptidão física invulgar.
Pouco tempo depois, por sua iniciativa - embora timidamente - pediu para treinar nas equipas de futebol, onde captou a atenção de Augusto Silva e Rodolfo Faroleiro, antigos jogadores de primeiro nível e técnicos consagrados.
Foi o último que, no final da época de 1950/51, se encarregou de ministrar a sua primeira formação específica para o futebol (como que lapidando um “diamante” em bruto).
Na época de 1951/52, Carlos Silva passou a alinhar na equipa B de juniores, no lugar de avançado centro (marcando bastantes golos, hábito que manteria para o futuro, mesmo jogando noutras posições).
Não tardou para que fosse, na mesma época, elevado à equipa A de juniores.
Na época seguinte (1952/53) conseguiu os primeiros sucessos, já como médio-avançado: foi finalista do Campeonato de Portugal e campeão de Lisboa.
A sua evolução como jogador era notável.
Na época de 1953/54 alinhou já pelas equipas de Aspirantes e de Reservas, aproximando-se cada vez mais da equipa principal - pela qual alinhou pela primeira vez na época de 1954/55.
E conseguiu afirmar-se, ao lado de grandes lendas do nosso futebol como Matateu, Vicente, Di Pace, Serafim, José Pereira, Perez, Dimas ou Pires, para além de outros “tesouros” da formação Belenense como Raúl Figueiredo (que nessa altura substituiria o campeão nacional Serafim como capitão de equipa), Moreira, Tito, Angeja ou Inácio...(...)"


In Jornal "OS BELENENSES" edição de Fevereiro de 2007.

Carlos Francisco Santos da Silva

"Carlos Francisco Santos da Silva, nasceu em Lisboa, em 9 de Abril de 1934. Homem de uma só camisola, Carlos Silva jogou nos infantis do Belenenses em 1950-51, nos juniores na época seguinte, subindo à 1ª categoria em 1954. Não sendo um jogador brilhante é dos mais úteis dentro da equipa de Belém, pois joga indiferentemente a defesa, médio ou avançado. É o que se chama "pau para toda a obra" e neste campeonato de 1955-56 alinhou em cinco lugares diferentes."