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À hora do treino com o Mestre Artur José Pereira

Artur José Pereira dando indicações 
ao antigo internacional Alfredo Ramos, sôbre o treino

Eram umas seis horas da tarde quando entrámos no Campo de Belém. À nossa frente haviam chegado já muitos jogadores, sendo mais apressados os de categorias inferiores. Equipados e já a bater a bola uns oito. Entre êles, do «team» de honra, só Bernardo e Miranda. E, a orientar, em mangas de camisa, com a cabeça característica bem destacada - o mestre Artur José Pereira.
À volta do campo, fora das grades, uns cinquenta «suporters» assistiam interessados às praxes do treino.
Nós havíamos entrado sem nos fazer anunciar e, desconhecidos, deixámos-nos ficar colhendo impressões.
Os jogadores faziam passagens rápidas e chutavam  ao goal. Miranda procurava o mais possível defender. Os pontapés de Bernardo eram certeiros, sêcos... e eficazes. Junto às balisas havia garotos para apanhar as bolas e, entre os cinquenta adeptos, reinava um emocionante e interessado silêncio.
Apenas uma ou outra indicação de Artur José...e o baque sêco do esférico, sempre jogado, sempre a girar. De minuto a minuto mais jogadores foram entrando: José Luiz, César, Almeida, Ramos e outros das diferentes categorias.
A certa altura, Artur José saiu do campo e nós abordámo-lo, tendo-o já colhido a conversar com Ramos, a oportuna objectiva do nosso César Antelo.
- Amigo Artur José Pereira, os nossos cumprimentos e umas indiscreçõezinhas para a Stadium...
- Ora, que lhe posso eu dizer ? Nada... Agora não há nada... Estamos em principio de época...
- Pois é êsse nada mesmo que nós desejamos. Êsse nada em que o amigo resume os novos projectos...
O simpático treinador dos heróis de Belém, glória antiga do nosso futebol, descruzou os braços alisou a queimada testa rugosa e foi dizendo:

À tarde alguns fiéis às côres de Belém vão para as Salésias ver treinar os seus campiões


«Como sabe, o «team» de Belém costuma viver da prata da casa. Ora isso, se às vezes nos dá satisfação de apresentarmos elementos novos, rendendo à nossa imagem e semelhança o que o «team» precisa, também teu um contra: só nos permite lentamente renovar o grupo.
Raramente podemos ter o concurso de elementos já feitos, vindos de fora. Assim, é o que vê: só gente antiga, de muita alma e amor ao Club... É claro que terei de remoçar êste ano as linhas, especialmente a de médios. Mas os substitutos são ainda incertos. Todos, porém, vindos das categorias inferiores. Agora na Taça Preparação vou fazer alinhar vários elementos, ainda a escolher, obrigando-os a substituírem-se durante o encontro, para experiência. Todavia, espero alcançar o mesmo nível de classe do ano passado.
Os nossos treinos são, geralmente, doseados de forma a preparar os rapazes. Por agora, em principio de época, faremos uns treinos leves, cute, passes, e um pouco de jôgo a dois campos.
Com a época, vou reforçando, não só o ponto atlético geral como os particulares técnicos adaptáveis às condições de cada elemento, um por um. A toada do «team», êste ano, deverá ser o mesma»...
Artur estava a fazer falta no campo; deixámo-lo ir para os seus alunos e, aproveitando ainda a amabilidade extrema de um sócio antigo que estava destinando jogadores para a inspecção médica, ficámos sabendo terem tido os Belenenses, com os resultados da época finda, recebido mais 250 sócios !

Reportagem da revista "Stadium" de 28 de Setembro de 1932

Severo Tiago foi o primeiro futebolista português campeão nacional e internacional em duas modalidades desportivas

Terá sido o Severo Tiago o primeiro futebolista português internacional em duas modalidades? julgamos que sim. 
Houve o Guilherme Espírito Santo, também em futebol e atletismo e o Jesus Correia, em futebol e hóquei em patins. Houve mais, mas o Severo é o mais antigo.

Uma situação difícil de repetir nos tempos que correm. Não estamos a ver o Mozer a jogar à bola e a fazer barreiras, nem tão pouco o Rui Barros a jogar na Juventus e a lançar o peso.

Mas os tempos eram outros…«o futebol parava nos meses de verão e eu gostava de praticar atletismo, sobretudo correr. Como já trabalhava na Shell, todas as manhãs, antes de pegar no trabalho, dava um salto às Salésias para me treinar. Lembro-me que havia uma vizinha que morava em frente do campo e, quando se levantava e abria a janela, dizia 'lá anda o maluco'…mas eu não me importava, gostava de me preparar, de manhã no atletismo e ao fim da tarde, no futebol».

A sua especialidade, como dizíamos, eram as corridas de velocidade, 100 e 200 metros, mas também saltou em comprimento, fez barreiras e chegou a correr nos 400 metros. Mas era sobretudo veloz…"lembra-me uma vez em que se abeiraram de mim uns miúdos que andavam na escola e um voltou-se para mim e disse: o senhor é mais rápido que o comboio rápido».

No seu tempo de jogador, outros futebolistas do Belenenses fizeram atletismo. Só por curiosidade vejamos alguns casos e os tempos registados nas respectivas provas.

Mário Duarte, que foi guarda-redes e diplomata consular após terminar a carreira futebolística, também correu os 100 metros, lançou o peso, saltou em altura e em comprimento, atingiu os 5,61 metros.
Outro, que mais tarde foi também guarda-redes, o José Miranda fez valer os seus méritos com 1,56 metros no salto em altura - e o avançado José Manuel Soares «Pepe», o tal que, hoje, estaria em Itália a marcar muitos golos, fez 20 segundos nos 110 metros barreiras.

Outros: Joaquim Almeida lançou o dardo a 32,80 metros e fez 28 s 7/10 nos 200 metros; Alfredo Ramos correu os 5000 metros (mas não temos o tempo) e João Pedro Belo, no futebol, defesa lateral, foi também, um bom atleta no salta à vara (3,29 metros), saltando em comprimento (5,20 metros) e no triplo (12,17 metros).

O melhor de todos, porém, foi o "internacional" Severo Tiago: 100 metros (11 s 2/5), 200 metros (23 s 3/5) e no salto em comprimento (6,57 metros) - sendo recordista, campeão de Portugal e de Lisboa em todas aquelas provas e na estafeta 4x100 metros.

Henrique Parreirão, in jornal "Record", final da década de oitenta
Caricatura de Severo, de autoria de José António Marques, datada de 1927

O Futebol e o Rugby Belenense a favor do Asilo Nuno Álvares

No último domingo efectuou-se no campo das Salésias um festival a favor do Asilo Nuno Álvares.
O programa compreendia um encontro de «foot-ball» entre o Belenenses e o União Lisboa e um outro de rugby entre o Belenenses e o Carcavelinhos.
Em «association», o Belenenses venceu por 4-2 não obstante ter alinhado sem os seus melhores elementos.
O jogo teve pouco que o recomendasse, e nem sequer deve ter satisfeito o fim em vista, pois a assistência foi muito diminuta.
O encontro de «rugby» terminou com o resultado final de 6-3 a favor dos alcantarenses.
In 'O Notícias Ilustrado' de 4 de Janeiro de 1930

Club de Foot-Ball Os Belenenses, 5 - Union Sporting de Vigo, 0

"Ás 15 horas do passado dia 31, o arbitro, sr. Rogerio Peres, deu começo ao desafio entre o Union Sporting de Vigo e o Club de Foot-Ball os Belenenses.

Este ultimo team apresentou-se em campo com elementos de segunda categoria.
Coube a bola de saída ao onze galego, começando assim o jogo, para logo depois ser interrompido em virtude de ter sido derrubado o half-back centro do Union. Este jogador não continuou no campo, pelo que de acordo com o onze português foi substituído, tendo o grupo espanhol modificado um pouco a sua linha.

Recomeça o jogo e os players do Union pedem a substituição da bola, que por já ter sido jogada estava muito pesada. Veio outra bola e pouco depois ainda outra, parecendo-nos que das três a única nova foi a ultima.
Os Belenenses teem uma boa avançada, mas rematam alto. Numa segunda fuga Rio centra a bola, que já passara a linha, e o meio direita consegue coloca-la dentro do goal galego.

Os jogadores do Union protestam, alegando ter a bola ido fora do jogo, e o arbitro concordou dando sinal para pontapé de saída.
É, passados alguns momentos, que o avançado centro do onze português enfia a primeira bola nas redes espanholas.
O keeper do Union tem a seguir uma magnifica defesa, terminando logo a primeira parte do jogo.

Inicia-se a segunda parte, sendo senhores da bola os Belenenses, que a perdem na sua primeira avançada, Stock, o guarda-redes português, tem uma má defesa e Joaquim Reis consegue a seguir a segunda bola, a favor do seu clube, aproveitando uma passagem de Rio.
Segue-se uma avançada do onze espanhol que poz em risco as nossas cores. Há depois uma boa cabeça de Almeida, rematando uma passagem de Rio, mas a bola bate na trave.

É, contudo, este jogador que ainda marca a terceira bola portuguesa.
Marca-se um corner contra o Union e Rio fura as redes espanholas com uma cabeça.
Ainda é este jogador quem mete a quinta e ultima bola a favor do onze português, terminando assim o desafio pela victoria dos Belenenses por 5 bolas a 0.

Os Belenenses jogaram com acerto, distinguindo-se Rio que esteve incansável.
Não nos agradou a forma de Stock. A defesa espanhola era a parte mais forte do team. (…)

(…) em segundo desafio para a disputa da taça Mutilados da Guerra, os Belenenses, venceram o Internacional, no campo de Palhavã, por 3 bolas a 1.
Foi Sobral (*) que conseguiu o primeiro goal da tarde a favor dos Belenenses, logo seguido da bola do Internacional.
Na segunda parte o jogo decorreu monótono, até que quasi no final os Belenenses conseguiram mais duas bolas, sendo portanto dificilmente que venceram os seus adversários.
O guarda-rede do Internacional, Guimarães, esteve bom, tendo magnificas defesas. (…)

(*) alcunha de Augusto Silva
In "Ilustração Portugueza" de 6 de Janeiro de 1923
Documento amavelmente cedido pelo amigo do BI no Facebook, Paulo Pires Teixeira

Um grande remate do sportinguista José Manoel e uma grande defesa de Assis, «guardião» belenense

Março de 1927
"Sporting-Belenenses - José Manoel remata e Assis lançando-se a tempo e com estilo consegue defender. Êste belo instantaneo tirado no momento em que a bola já partiu mas ainda não foi defendida é do nosso fotografo João dos Santos"

O 14º aniversário do Clube de Futebol 'Os Belenenses'

Flagrantes do festival de domingo, nas Salésias
23 de Setembro de 1933 
  1. O veterano Almeida, ladeado por João da Silva Marques e Severo Tiago, sustenta galhardamente o pavilhão do Belenenses;
  2. O Sporting e o Barreirense, antes do encontro;
  3. O Primeiro 'goal' belenense, marcado por José Luiz, contra o Benfica;
  4. Saudação da equipa benfiquista a S. Exª. o Sr. Presidente da República, Óscar Carmona;
  5. S. Exª. o Sr. Presidente da República ao condecorar a bandeira do Belenenses.
Para ver mais imagens sobre este evento histórico, clique aqui

Joaquim José de Almeida

"Joaquim de Almeida, veterano do futebol do Belenenses, e um dos elementos mais representativos da "alma" que lançou o clube com entusiasmo, nos seus primeiros tempos.
Homenagear Joaquim de Almeida é prestar homenagem a quantos se afirmam pelo espírito de sacrifício com que se batem e trabalham pelo o seu clube."
In Jornal Stadium de 4ª feira dia 26 Outubro 1932

Belenenses, 2 - Bemfica, 0

Assis continua a mostra-se um bom guarda-redes
Está aqui mais uma prova da sua classe no desafio de domingo passado
Jacinto, guarda-redes do Bemfica, começa a impôr-se. 
Eis uma bela defesa do novel keeper do Bemfica no desafio de domingo passado.

  • In "Eco dos Sports" nº 61 de Domingo, 22 de Maio de 1927

O 1º titulo nacional em Atletismo do C.F. «Os Belenenses»

UM CLUB QUE TRABALHA E PROGRIDE - A equipe do Club de Football "OS BELENENSES" que acaba de despontar para os sports atléticos apresentando a revelação Severo Tiago "Sprinter" de largo futuro. In "Eco dos Sports" de 15 de Agosto de 1926.


🏃Na foto, a equipa de atletismo que representou o Clube, pela 1ª vez, nos campeonatos nacionais de Atletismo: Dirigente não identificado, Belém Rodrigues, Joaquim de Almeida (também campeão de futebol), Luís Teixeira, João Dória, Jorge Pancada da Silveira, Libertino Basto, Severo Tiago (também campeão de futebol), António de Carvalho e Clodemiro Alves.

Nos campeonatos nacionais que se realizaram no Stadium em 31/7 e 1/8/1926, Severo Tiago, tornou-se campeão do salto em comprimento (6,05 metros), dando assim ao Belenenses o seu primeiro titulo nacional em atletismo.

O 1º "Onze" do Club de Foot-Ball Os Belenenses - Campeão de Lisboa da época de 1925-26


(Eduardo) Azevedo I, José Viriato, Augusto Silva (Capitão), Francisco Assis, (Raúl) Azevedo II, Cezar de Matos e Alfredo Ramos.
Severo Tiago, Rodolfo Faroleiro, Joaquim de Almeida e José Manuel Soares «Pepe»

Ora tomem lá o Campeão de Portugal de 1924 - Sporting Club Olhanense - Porque dos fracos não reza a história

O TEAM CAMPEÃO DE PORTUGAL - 1924

  • "SPORTING CLUBE OLHANENSE"Campeão do Algarve, depois de ter jogado e vencido o Victoria Foot-ball Club, campeão de Lisboa, 1-0, Sporting Club de Tomar, campeão regional, 5-0, Sport Club Marítimo, campeão da Madeira, 5-1, venceu brilhantemente, na tarde de 8 d'deste mez, o foot-ball Club do Porto, campeão do norte, por 4-2, conquistando assim, com honra, o titulo maximo do foot-ball portuguez.
MANUEL VIEGAS GRAZINA - Símbolo (anos 40/50) do S.C.Olhanense
  • Festa de Homenagem ao mítico jogador algarvio (8 de Dezembro de 1953): Olhanense, 2 - Belenenses, 7. Matateu marcou 6 golos.

Maio de 1924
NO DESAFIO BELENENSES-SPORTING OLHANENSE

  • Almeida, avançado centro do Belenenses, e o back esquerdo do Olhanense, Falcate, disputam a bola. Este desafio não terminou por abandono do Belenenses, quando estava a vencer por 5-4.

Joaquim de Almeida «Cachon»

capa da revista "Stadium" de 4ª feira 26 Outubro 1932
«Joaquim de Almeida, veterano do futebol do Belenenses, e um dos elementos mais representativos da "alma" que lançou o clube com entusiasmo, nos seus primeiros tempos.
Homenagear Joaquim de Almeida é prestar homenagem a quantos se afirmam pelo espirito de sacrificio com que se batem e trabalham pelo o seu clube.»