Pepe em FPF.pt : O mito do «Cometa Azul»

Nome: José Manuel Soares, dito «Pepe» Data de nascimento: 30-1-1908. Data de falecimento: 24-10-1931 Naturalidade: Lisboa 
Posição: avançado 
Jogos e golos pela Selecção Nacional: 14/7 golos 
Estreia: 16-3-1927, em Lisboa, contra a França (4-0). Último jogo: 23-2-1930, no Porto, contra a França (2-0) 
Não se consegue falar de José Manuel Soares sem sublinhar a negro os estranhos episódios que rodeiam a sua morte.
Na noite de 22 de Outubro de 1931, um jantar de família na sua casa da Rua do Embaixador, junto ao Mercado de Belém, onde a mãe tinha uma banca de fruta, ser-lhe-ia fatal. Uma intoxicação alimentar, provavelmente provocada por uma sopa de grão temperada com chouriço, atira Maria José, a mãe, Rogério e Susana, os irmãos para as urgências do Hospital de São José.
Pepe deu entrada no Hospital da Marinha, contorcendo-se com dores, sofrendo hemorragias. Morreu no dia 24, às 10h30. Tinha 23 anos.
Era um menino pobre que se transformara na estrela mais incandescente do futebol português. Estavam reunidos todos os argumentos para a construção do mito. E assim aconteceu. Outubro foi um mês marcante na vida de José Manuel Soares.
Foi no dia 18 de Outubro de 1924 que se estreou nas reservas do Belenenses, seu clube de sempre. Era o primeiro passo. Dois anos depois, então com 18 anos, surge na primeira equipa, num encontro frente ao Benfica, no velho Campo das Amoreiras.
Os azuis perdiam por 1-4 a 15 minutos do final. Mas a reviravolta foi terrível: chegaram ao empate e beneficiaram de um «penalty» no último minuto. Augusto Silva, o treinador do Belenenses, manda avançar Pepe para a marca de grande penalidade. Ele, ingénuo, ainda pergunta: «Eu senhor Augusto?» Mas não foge à responsabilidade. Chuta, faz o golo, garante a vitória. Nasciam dois mitos: o mito de Pepe e o mito do «quarto de hora à Belenenses».
A sua estreia na Selecção Nacional também confirmou a sua aura de menino-prodígio. Tinha 19 anos e o adversário foi a França, no Estádio do Lumiar. Vitória contundente, por 4-0, com dois golos de Pepe. Saiu do campo em ombros, no meio da euforia popular. A sua figura franzina, os seus dribles, a sua velocidade, o seu poder de impulsão e a espontaneidade dos seus remates encantavam o público. Durante os três anos seguintes foi titular indiscutível da «equipa de todos nós» e não falhou nenhum dos 14 jogos disputados por Portugal, entre os quais se incluíram os da grande aventura dos Jogos Olímpicos de 1928, apontando dois golos no jogo de estreia, com o Chile (4-2).
Ganhou a alcunha de «Cometa Azul». Foi um cometa no campo e na vida.
 Texto retirado daqui

Pepe: o jogador tipo do foot-ball português


Domingo, 14 de Dezembro de 1930
"No encontro Bemfica, 2 Belenenses, 4. 
Pepe marca imparavelmente a terceira bola do Belenenses."

In "Notícias Ilustrado" de 21 de Dezembro de 1930

O Foot-Ball e os Pombos Correios que a rapaziada de Belém larga em pleno azul, após as suas victorias


(para aumentar clique na imagem)


Já nos referimos aos pombos que a rapaziada de Belem larga em pleno azul, após as suas victorias. Hoje, fazemos mais.

Apresentamos o pitoresco duma fotografia em que se vê o popular Azevedo, findo o jogo com o Bemfica, abrir as mãos e atirar para imensidade a boa nova dum pombo correio, que levava o amavel segredo da victoria. . .
Bilhete curto, de caligrafia comovida e nervosa, ele ahi vai pelos ares fóra, sobre o coração da ave — pronto a tornar-se em foguetes e em vivas...
Ganhámos! Uma palavra apenas, a saber a lágrimas e a risos. A gente de Belem, á maneira antiga e desprezando os telefones—contenta-se assim, lá de longe, a olhar o céu anciosamente...
— Lá vem ! Lá vem !
Mas não é ainda. As desilusões sucedem-se.
A's vezes são gaivotas vadias que vêm em raids por terra e iludem os que esperam... Pombos correios, isso sim...Entardecera já.
Ficára combinado largarem um pombo ao primeiro goal e á hora de acabarem os noventa minutos — ainda o ceu estava virgem das azas brancas da bôa nova.Belem desesperava. O desafio estava dado como perdido — e todos se olhavam com tristeza. E quando finalmente, com sua fidelidade, generosa—o pombo surgiu, ninguem queria acreditar...
— Ganhámos ! Ganhámos !

São assim os entusiastas do grupo da praia. Querem ao seu club, como se quere a uma pessoa de familia. Amam-no e comovem-se, com os seus triunfos. Choram e afligem-se com as suas derrotas.Belem é assim um club — que vive das almas...

Eduardo de Azevedo, grande pilar do grupo, a alma esforçada do team—é como todos, um entusiasta, um crente. Entrega-se corajosamente—e a sua vontade pode mais que tudo o resto. Quando ele joga só uma coisa vê e deseja a equipe azul. Enchê la de gloria e de triunfo. Pode estar arrazado, doente, fisicamente combalido, mas entra no campo e transforma-se. O pombo correio que parte – é sua fé realisada, cortando o ceu...

Explicam se assim os seus triunfos - a fé jâ não abala montanhas mas ainda mete bolas nas redes adversarias - Pépe é na linha avançada - o resto da vontade de Azevedo.
Pépe realiza o sonho. Azevedo encarrega se a todo o custo de o manter.

A vida rola indiferente. A cidade debate-se nos seus conflitos intimos.
Cada casa é uma ambição. Por toda a parte lutas desiguais, sonhos, quimeras — e indiferença.
Uns dormitam, as mulheres à janela olham a vida, com placidez. Os gaiatos brincam nas ruas. Toda a aparencia é calma.
Mas no azul a aza branca esconde o fremito, o esforço enorme e là vai velozmente a transportar a noticia anciosamente esperada.
— Ganhàmos! Ganhâmos !

Quando Belem acaba um jogo, ha sempre lagrimas. E' o club popular por excelencia — o Belenenses. O seu entusiasmo sincero e comovedor cheio de ingenuidade talvez — é assim, enorme como um gigante de alma primitiva ...
Sorri quando vence, define-se por expressões plebeias...
Larga aos ceus e com entusiasmo, pombos correios quando vence — como se quizesse mandar a noticia ao mundo inteiro e confia sempre na victoria nesta frase risonha e popular
— isto estâ como hade ir...
... São assim os Belenenses !

In "Eco dos Spo" (página 4) de domingo, 22 de Maio de 1927

Plantel do C.F."Os Belenenses" da época 1972/73

Em cima da esquerda para a direita: Peres Bandeira (treinador), Carlos Serafim, Alfredo Murça, Ferro, Mourinho, Ruas, Parreira, Pietra, Freitas, Calado, Quaresma e João Silva (massagista).

Em baixo, da esquerda para a direita: Gomes, Ernesto, Laurindo, Quinito, Luís Carlos, Godinho, Leandro, Silva Santos, Júlio, Gonzalez e Canana

O Belenenses no livro "Cien años de Leyenda (1902-2002)"


O Belenenses é mencionado nas páginas 138 e 139 do livro oficial do centenário do Real Madrid, "Cien años de Leyenda (1902-2002)". Numa das fotos, Mariano Amaro cumprimenta o capitão do Real Madrid, Ipiña, antes do início do jogo de inauguração do Estádio Chamartin. Em 1955, o Estádio seria rebaptizado como Santiago Bernabéu, nome do emblemático presidente merengue (falecido em 1978).

Freddy Adu, o fenómeno americano já cá não está


A direcção de turno do CFB, fez o melhor acto de gestão até ao momento: devolver à procedência, aquele que o órgão central do SLB, vulgo "A BOLA", chamava de fenómeno americano, Freddy Adu. Barrete por barrete, antes aqueles que vamos enfiando à conta das nossas magníficas aquisições, sejam na forma de "por contentor é mais barato" sejam na forma por indicação de "experts".

Bonecos da bola - AZES DO FUTEBOL - 1944/45

Capela, Vasco, Feliciano, Mariano Amaro, Gomes, Serafim, Elói, Artur Quaresma, José Pedro e Rafael.

Enviado pelo Amigo do BI, Luís Pereira.

Vicente do Ó, um belenense que afirma excepcionais qualidades atléticas

«Vicente num arranco, remata.
A perseguição benfiquista era grande, e o pontapé saiu torto!»

«Vicente, num salto magnífico, que afirma excepcionais
qualidades atléticas, remata às balisas»
(...) Vicente do Ó, jogador com grande potencial mas teve uma passagem curta pelo Belenenses. Saiu muito zangado. O Belenenses, no ano seguinte, tentou o seu regresso, mas ele não quis regressar. As imagens são de jogos contra o Benfica e contra o Atlético, jogo que o Belenenses ganhou por 7-1 com 4 golos do Vicente do Ó (...) Joaquim Caetano

À volta das nossas nostalgias


Para todos aqueles que querem "...matar saudades e memórias ou até ressuscitá-las" o BI sugere fortemente um visita ao excelente Blog SANTA NOSTALGIA. Lá encontrará muito do que povoou a nossa infância e adolescênciaImperdível, conforme podem ver pela a amostra que retirámos de lá.

África belenense !

Pedroto faleceu há 25 anos

Em 1950, José Maria Pedroto, transfere-se do Lusitano de V.R.S.A. para o Belenenses a troco de 50 contos (25 para o Lusitano e 25 para o jogador) e de um emprego na Hidroeléctrica do Zêzere. Em 1951 estreia-se na Selecção Nacional, em Paris. Em 1952 a sua transferência para o F.C. Porto envolveu verbas astronómicas, para a época. O Porto pagou dez vezes mais que o Belém tinha pago.
Esse dinheiro foi fundamental para o arranque da construção do Estádio do Restelo

Feliciano e Rafael dois jogadores que Engrandeceram o C.F."Os Belenenses"


António Feliciano e Rafael António Correia

90 Anos de Guarda-redes Belenenses (III)


Pedro Espinha, Diamantino Figueiredo, Silvino Morais, Marco Gonçalves, Júlio César Jacobi, Pedro Alves, Luís Ferreira, Carlos Padrão, Marco Botelho, Hélder Moura, Tomislav Ivkovic e Paulo Costinha.
Oliveira Martins, Nelson e Carmo Duarte

90 Anos de Guarda-redes Belenenses (II)


Ferro Pais, José Delgado, José Reis, Jacinto João, Borislav Mihaylov, Salvador Jorge, Joaquim Melo, Alfredo Nascimento, Mário Duarte, José Pereira, Vítor Cabral e Marco Aurélio.

90 Anos de Guarda-redes Belenenses (I)


Rui Paulino, José Sério, Francisco Assis, Manuel Capela, Celestino Ruas, Vítor Valente, Joaquim Caetano, Mourinho Félix, João Gomes, Jorge Martins, Jerónimo Morais, Assis Giovanaz, Fernando Justino e Artur Dyson.

Belenenses, 2 - Bemfica, 0

Assis continua a mostra-se um bom guarda-redes
Está aqui mais uma prova da sua classe no desafio de domingo passado
Jacinto, guarda-redes do Bemfica, começa a impôr-se. 
Eis uma bela defesa do novel keeper do Bemfica no desafio de domingo passado.

  • In "Eco dos Sports" nº 61 de Domingo, 22 de Maio de 1927

Tonho, vê a bola fugir-lhe arrebatada pelo mergulho arrojado de Braúlio


No Restelo, este lance curioso junto às redes do Barreirense faz talvez lembrar as circunstâncias em que se verificou a expulsão de Tonho, em Guimarães. Na imagem, o mesmo Tonho vê a bola fugir-lhe, arrebatada pelo mergulho arrojado de Braúlio. enquanto envida esforços para não lesionar o adversário.

Carlos Silva: Arrogância Atlética não é sinónimo de violência

"Desde a primeira hora que enverguei a camisola do Belenenses, ou seja desde que comecei a praticar futebol oficialmente, em 1950, compreendi que teria que defender com toda alma e força da juventude o clube que sempre fora o ideal da minha meninice, o meu "mais que tudo".
Esse amor clubista, transformava-se, nos campos, em sangue ardente, buliçoso que, transmitindo-se aos músculos revigora as forças e desdobra a "genica".
Perdendo ou ganhando, continuo a lutar com a mesma vontade, o mesmo frenesim, num desejo indómito de mais e melhor fazer para valorizar a actuação da minha equipa. (...)"

 
Carta de Carlos Silva, publicada na revista "SPORT Ilustrado" de 4/11/1958, após ser punido com 3 jogos de suspensão por jogo violento.

As revelações juniores do Belenenses de 1958

Carlos Dias, um jovem com qualidades atléticas invulgares
Estêvão, em bom estilo (equilíbrio de pés e braços) vai centrar com perigo