O zagueiro e o defesa central

Luiz Carlos FILGUEIRA e WILSON Constantino Novo Estrela 
guardados na memória belenense
Fotos cedidas pelo amigo do Belenenses Ilustrado no Facebook, Luiz Filgueiras.

Vítor Miranda e Joaquim Caetano

"Nesta fotografia estou eu e um miúdo que tinha 17 anos. Íamos para Luanda disputar a fase final do campeonato de Angola. Ele nem sonhava que no ano seguinte estaria a jogar no Belenenses. Refiro-me ao Vítor Miranda que eu já vi, há algum tempo, no BI num jogo contra o Benfica" Joaquim Caetano

Nas Salésias, os azuis atacaram com ímpeto, mas os benficas defenderam-se com vigor

Capa da revista "Stadium" de 8 de Novembro de 1950

Belenenses-Benfica: Os azuis atacaram com ímpeto, mas os benficas defenderam-se com vigor. Fernandes, neste lance, joga a bola de cabeça, a coberto de Xico Ferreira, repelindo o ataque de Aires Martins.

Feliciano pelo lápis de Pargana


Um "Pargana" de 1946, publicado na revista "Stadium".

Há 8 anos houve Sarau, Goleada e Míssil Furioso

Estádio do Restelo, 8 de Março de 2002. Belenenses, 3 - F.C. Porto, 0
Golos de Verona (27'), um míssil disparado por César Peixoto aos 74' e Cafú (88')

Belenenses: Marco Aurélio, Neto, Filgueira, Wilson, Pedro Henriques, Marco Paulo, Tuck, Rui Duarte, (Seba), Verona, (Gerson), César Peixoto, (Fajardo) e Cafú.
Treinador: Marinho Peres

FC Porto: Vítor Baia, Secretário, Ricardo Silva, (Pena), Jorge Andrade, Mário Silva, Paredes, Alenitchev, (Deco), Pavlin, Soderstrom, (Hélder Postiga), Capucho e McCarthy.
Treinador: José Mourinho.

C.F."Os Belenenses" Vice-Campeão Infantil de 1930


No Campo Grande, disputou-se a final do campeonato infantil entre os "teams" do Belenenses e do Casa Pia A.C. que este último ganhou por 2-0.
Jogo animado e correcto, em que os vencedores do principio ao fim, marcaram o seu domínio, o resultado, evidencia o triunfo dos melhores, no final duma luta em que nem sempre a "chance" os protegeu. Arbitrou o Sr. Tavares da Silva.
Reunido o júri, na passada segunda-feira em Santo Amaro, foi resolvido que o Casa Pia ficasse campeão do "team" infantil.
In "Notícias Ilustrado" de 6 de Julho de 1930.

B.S.B. - os "clássicos" do futebol lisboeta

Belenenses - Sporting, época 71/72: Mourinho mergulha aos pés do Chico Faria. João Cardoso, assiste


Benfica - Belenenses, época 1967/68: Ernesto, com Manuel José por perto, disputa a bola sob o olhar do benfiquista Humberto Fernandes. Ao fundo Adelino observa o desenrolar do lance.

Alípio Gabriel de Oliveira Matos

Treinador e "alma" da equipa sénior de futsal

Luiz Carlos FILGUEIRA

Filgueira em acção contra Nicolae, Djukic, Chiquinho Conde, Hélder Postiga, Gaúcho, Sokota, Pena, Acosta e Emanuel.

Fotos cedidas pelo Amigo do Belenenses Ilustrado no Facebook, Luiz Filgueira

Victoriano Suárez Montero

Suárez (Redondela/Vigo (Espanha), 29/09/1930 - São Paulo (SP) Brasil, 10/01/2015), transferiu-se do Sp. da Covilhã para o Belenenses, na época 1957/58. Foi uma das transferências "sensação" da época. Avançado de grande qualidade, terminou a sua carreira no Desportivo de Beja na época 1965/66.

Actualizado em 18/12/2019

A final do campeonato de Portugal da época 1925/26


Porto (Ameal), 6 de Junho de 1926: Marítimo, 2 Belenenses, 0 (*). 

Antevisão da final feita pelo capitão de equipe, Augusto Silva:
« "Os Belenenses" teem esperanças de obter um resultado honroso para Lisboa.

«Vamos com imensa vontade, mas não com a certeza de vencermos, pois que o Marítimo, segundo dizem, porque o não vi jogar, se encontra actualmente em grande forma.
Todos nós, porém, vamos esperançados em conseguir um resultado honroso para o football lisboeta.» 

O Marítimo vai jogar com alma, com, fé, e com a correcção de sempre! «Os rapazes do meu Club vão para o campo com a mesma fé de quando o encontro com o Football Club do Porto, e sobretudo com a mesma correcção de sempre» Domingos de Vasconcelos, capitão do Club Sport Marítimo.

(*) O Belenenses abandonou o desafio aos 20' da 2ª parte.

"Paco" Gonzalez pelo lápis de Pargana

Francisco "Paco" Gonzalez, pelo inesquecível caricaturista, Pargana.

Quatro (4) Belenenses na 1ª Selecção Nacional de Juniores

Solinger, 11 de Abril de 1954. Irlanda, 2 - Portugal, 2
Os históricos participantes: Roldão (FCP), Paz (CFB), Palma (Cuf), Tito (CFB), Hélder (SLB) e Poeira (SCO). Agachados: Palmeiro Antunes (SLB), Ferreirinha (FCP), Isídro (SLB), Inácio (CFB) e Angeja (CFB).

Equipa do C.F. "Os Belenenses" da época de 1983-84

Um "Onze" e um jogo para a História do Belenenses

Sesimbra, 6 de Maio de 1984.
O "Onze" formado por (seguindo as posses da foto): Miguel Quaresma, Jaime das Mercês, José António, Sambinha, Joaquim Pereirinha, Justino, Jorge Silva, Joel, Ruben Cunha, Dudu e Djão, vence a equipa da casa por 2-0 (golos de Djão) e assegura a subida à 1ª divisão, a uma jornada do final do campeonato.
➤ Relíquia: um pedaço da camisola de Djão, no canto inferior direito da foto, "conquistado" arduamente, entre safanões e encontrões, durante a invasão de campo, que se seguiu após o final do jogo, para celebrar o histórico, e inesquecível, momento.

Jerónimo Morais - A Cruz Azul de uma geração dourada

"Arrimado a uma bengala, chegou, hesitante, à sala de leitura do Lar de S. José, onde vivem os seus pesados 88 anos.
Dobrado para a frente, compensou o precário equilibrio apoiando-se na mesa colocada entre estantes habitadas por bons e pacientes amigos"


"(...) Não tenho aqui quaisquer recordação do meu clube. A recordação sou eu. De todas as vitórias, a que mais gostei foi a de 32/33. Fomos à final com o Sporting, no Lumiar, ganhámos por 3-1.

Grande festa, pá, grande festa, olha o balão, olha o arraial, viva o Belenenses, campeão de Portugal !
Até o Afonso de Albuquerque cantou. Sabes que ainda me recordo da equipa?
Queres ver ? Eu; Simões e Belo; Joaquim Almeida, Rodrigues Alves e César de Matos; Alfredo Ramos, Heitor, Faroleiro, Bernardo e José Luís.
Sabes quem meteu os golos? O Faroleiro marcou dois e o José Luís um. O deles foi metido pelo Abrantes Mendes. Confere ?"


"Nesse dia a Federação distribuiu as medalhas aos campeões, mas só dava medalhas aos jogadores que tivessem feito os dois últimos jogos.
Por isso, o Augusto Silva, lesionado num joelho, não tinha direito à medalha.
Então, o Joaquim Almeida subiu à bancada e ofereceu-lhe a dele.
Foi das coisas mais bonitas que vi no futebol"


In "A BOLA Magazine" nº 104 de Janeiro de 1996. Texto de Homero Serpa e fotos de Steven Governo.

"Belenenses Campeão de Portugal" - Versos do Campeão, Jerónimo Morais

(para aumentar, clique na imagem)
"Campeões de Portugal 1932-33" versos da autoria do Guarda-Redes Campeão, Jerónimo Morais.
Documento gentilmente cedido ao BI, pelo seu filho, Tito Morais.

Dez guarda-redes lendários do Belenenses


Jorge Martins, José Reis, José Manuel Mourinho Félix, João Ferreira Gomes, Francisco Assis, José Sério, Salvador Jorge, Jerónimo Morais, Manuel Capela e José Pereira.

Joaquim Fernando Ferreira Murça

Joaquim Fernando Ferreira Murça
Costa da Caparica, 07/10/1954
Júnior: 1972/73 - Sénior: época 1984/85 a 1987/88

Encerrou a carreira no Belenenses, tendo desde então sido membro das diversas equipas técnicas do futebol sénior do clube. Joaquim Murça é irmão do falecido jogador do Belenenses, Alfredo Murça.

Matateu em FPF.pt: Paixão do povo, vida de excessos

O benfiquista Artur Santos, o árbitro Hermínio Soares e o belenense Benitez observam a "oitava maravilha" em plena acção.

"Matateu foi, e continua a ser, mesmo após a sua morte, um extraordinário caso de popularidade. E, no entanto, foi já com 24 anos que chegou a Portugal continental, vindo da sua Lourenço Marques natal onde jogara no João Albasini, no 1º de Maio e no Manjacaze, clube da companhia em cujos escritórios trabalhava. O destino foi Lisboa e o Belenenses. Mas havia muitos pretendentes, como o Benfica, o FC Porto ou o União de Coimbra.

Homem simples, simpático, cordial, rapidamente conquistou o coração dos adeptos. De alguma forma pode dizer-se que Matateu foi o «Garrincha de Portugal», tal a afeição popular que lhe foi devotada. A Matateu, como a Garrincha, se atribuíram uma infinidade de episódios caricatos, também Matateu teve a fama de mulherengo, de vida desregrada, amante da cerveja e das noites de Lisboa. O seu estilo de jogador, plástico, fotográfico, foi decisivo para espalhar a sua fama pelos quatro cantos do país. Rápido a executar, felino nos movimentos, resistente ao choque e à violência contrária, rematador por excelência, Matateu terá sido o jogador português mais temível no espaço restrito da grande-área.

Em Setembro de 1951, frente ao Sporting, estreou-se na I Divisão com a camisola azul da Cruz de Cristo. Dois golos na vitória por 4-3 e uma saída aos ombros dos adeptos lançou Matateu para o apaixonado abraço de um país que o tomou como ídolo durante uma década.

De 1951 a 1959, Matateu marcou 195 golos no Campeonato Nacional, foi por duas vezes «Bola de Prata» (1952-53 e 1954-55), e só não foi campeão nacional por quatro minutos, no célebre empate do Belenenses com o Sporting, na última jornada da época de 1954-55 (2-2) que deu o título ao Benfica, jogo no qual viu um golo anulado para tão grande desespero de todos quantos enchiam o Estádio das Salésias.

Figura imensa do futebol português, Matateu não conseguiu na Selecção Nacional a mesma unanimidade que recolhia nas disputas clubísticas. Verdade é que viveu uma das fases mais negativas da equipa das quinas e, nas primeiras onze «internacionalizações» não foi além de dois golos apontados. O seu dia de glória com a camisola dos escudos azuis foi nas Antas, em Maio de 1955, numa retumbante vitória sobre a Inglaterra (3-1), a primeira, na qual marcou um golo e realizou uma exibição soberba. Esteve à beira de seguir para o Luxemburgo e para Londres, na deslocação da Selecção Nacional que marcava a fase decisiva do apuramento para o Mundial de 1962, mas uma lesão deixou-o arreliadoramente fora de combate. E Peyroteo, o Seleccionador Nacional, não cumpriu o sonho de o juntar a Eusébio e a José Águas na frente de ataque de Portugal. Matateu costumava chamar «filho» a Eusébio. Mas nunca jogariam lado a lado.

A vitória na Taça de Portugal, aos 33 anos, era o «canto do cisne» de uma carreira fantástica. Os golos começaram a rarear, as lesões surgiram, partiu uma perna numa digressão do Belenenses a Nova Iorque, foram sendo públicos os conflitos com treinadores e dirigentes do clube. Aos 37 anos muda-se para a Tapadinha e para o grande rival Atlético. Treinado por José Águas, ajuda os alcantarenses a regressarem à I Divisão. Mas os tempos eram outros. Matateu arrasta-se no Gouveia, no Amora e no Chaves, perdido em divisões secundárias até aos 42 anos. Depois jogou no First Portuguese, de Toronto. Encontrou no Canadá o lugar indicado para o sossego propício a um final de vida."

Texto retirado daqui

Vicente em FPF.pt: A sombra tranquila de Pelé

Vicente Lucas

Data de nascimento: 24-9-1935
Naturalidade: Lourenço Marques, Moçambique
Posição: defesa central
Clubes principais: Belenenses
Jogos pela Selecção Nacional: 20
Estreia: 3-6-1959, em Lisboa, frente à Escócia (1-0)
Último jogo: 23-6-1966, em Liverpool, frente à Coreia do Norte (5-3)

Começou por ser, simplesmente, o irmão de Matateu. Mais novo do que o avançado do Belenenses, Vicente ainda se manteve por Lourenço Marques mais uns anos, jogando no 1º de Maio enquanto o seu irmão já fazia furor na Metrópole. Depois, em 1954, foi a sua vez. Como Matateu, o destino foi o Belenenses.

Calado, tranquilo, bondoso, Vicente tornou-se numa das figuras mais queridas da história do futebol português. O seu estilo subtil, instintivo, como se jogasse de pantufas, marcou uma época e entrou na galeria dos mitos. Se chegou a Lisboa envolto na expectativa de seguir as pisadas goleadoras do irmão, rapidamente desmentiu essa fantasia e criou uma verdade bem mais a seu jeito: a de ser um defesa de categoria ímpar, de técnica apuradíssima e rapidez de movimentos im press ionante. Na sua capacidade de antecipar os lances e os movimentos do adversário, chegando sempre primeiro às bolas em disputa, alicerçou uma carreira que o Mundo soube apreciar por inteiro. Vicente era o defesa que não cometia faltas, jogava limpo e era discreto como ninguém mais conseguia ser.

Cinco anos depois de ter assinado pelo Belenenses, Vicente chegava à Selecção Nacional na qual nunca teve uma presença muito firme. Os confrontos com o Brasil, sobretudo aquela célebre vitória de Abril de 1963, em Lisboa (1-0), criaram um facto inesquecível na vida do defesa central português: a forma como soube marcar Pelé, a grande estrela do futebol mundial, secando-o por completo, sem utilizar meios ilícitos, e que permitiram à imprensa rejubilar em manchete: «Vicente meteu Pelé no bolso!» Não admira, portanto, que das suas 20 «internacionalizações», Vicente some 6 contra o Brasil. Desta forma, quando convocado para a fase final do Mundial de 1966, em Inglaterra, e sabendo que seria titular no primeiro encontro, contra a Hungria (3-1), surpreendeu-se: «Pensei que vinha só para marcar o Pelé…» Não tendo participado em nenhuma das partidas da fase de qualificação, Vicente jogou quatro encontros da fase final, saindo da equipa na meia-final, contra a Inglaterra (1-2), alegadamente por ter sofrido uma lesão no pulso, mas com muita gente a levantar a suspeita de que teria havido movimentações para o preterirem no onze português em favor de um companheiro. O Portugal-Coreia do Norte (5-3) marcaria assim o seu adeus à «equipa de todos nós». Não adivinhava, então, que a época seguinte, na qual só realizou três jogos pelo Belenenses, seria a última. Um estúpido acidente de automóvel provocou-lhe um rasgão na córnea. Era o fim do defesa central azul, que sabia como não deixar jogar Pelé e passou pelo futebol como sempre foi na vida: com educação e bondade.

Texto retirado daqui

Vicente, o homem que não foi vencido

A 1ª edição (desta revista) foi ofertada a VICENTE e à comissão de festa do simpático jogador que procederá à sua venda. Preço 5$00.