A última vez que o Belenenses venceu no Alvalade velho... e no novo

Este Dezembro, um dia depois do Natal, passam 54 anos sobre a última vitória do Belenenses como visitante frente ao Sporting. Daí para cá tiveram lugar 49 clássicos e a supremacia sportinguista é esmagadora.
Ainda por cima os azuis do Restelo nem sequer podem dizer que o último triunfo foi conseguido no Estádio de Alvalade, já que essa vitória teve lugar... no Jamor.
Aliás, para que conste, o vizinho dos leões nunca ganhou no Alvalade velho... nem no Alvalade novo.
Recuando-se, então, no tempo, rapidamente chegamos a essa tarde (era o tempo, belo e sonoro, da rádio!) de domingo de 26 de Dezembro no Jamor, cumpria-se a jornada número 13 do campeonato da época 1954/55, que viria a ter o Benfica por campeão no final das 26 rondas, com 39 pontos, os mesmos do Belenenses e mais 2 que o Sporting — o tal campeonato que os azuis já davam como certo mas os leões, nas Salésias, entregaram ao Benfica, com o golo do empate (a dois) obtido por Martins a quatro minutos do final. 
No Estádio Nacional o Sporting, quatro vezes campeão nacional consecutivas e a sonhar com o penta, não conseguiu aguentar um Belenenses candidato e com múltiplas opções, como muito bem definiu em A BOLA o saudoso mestre Vítor Santos, que na sua crónica titulou «A melhor equipa de Belém venceu excelentemente a 'actual' turma leonina». 
Azuis que ganharam vantagem ao minuto 54, numa cabeçada de Matateu; 13 minutos mais tarde os leões chegaram ao empate, também de cabeça, por outro moçambicano, Juca, mas com muitas culpas para José Pereira; aos 83 outra vez Matateu, novamente de cabeça, bateu Carlos Gomes e 2-1 para Belém.

Arbitrado pelo celebérrimo Inocêncio Calabote, que expulsou Mendonça a 21 minutos do final por este ter pontapeado Pires, as duas equipas apresentaram:

SPORTING — Carlos Gomes; Caldeira e Pacheco; Hrotko, Passos (cap.) e Juca; Hugo, Vasques, Martins, Travaços e Mendonça

BELENENSES — José Pereira; Pires e Serafim (cap.); Castela, Raul Figueiredo e Vicente; Di Pace, Dimas, Matateu, Perez e Tito
In "A Bola" de 20 de Setembro de 2008

Novo tão velho Belenenses

"No Belenenses, gente que se sumiu, mas que nunca se assumiu na explicação impossível de uma desvairada carrada de pernas de pau do Brasil, tem o desplante de dizer mal da gestão alheia..."


EM miúdo, ia pela mão de um dos meus tios ver todos os jogos do Belenenses ao Restelo.
Um quarto de hora antes das três da tarde, de cada domingo, fizesse frio ou calor, chuva ou sol, via o meu tio Armando e o meu primo Hélder ao fundo da rua.
Descia as escadas a correr e às três em ponto estava sentado no mesmo lugar de sempre, na bancada nascente, esperando milagres do Matateu.
Os anos foram passando, a bancada nascente (e não só) foi perdendo público, o Belenenses foi perdendo dimensão, eu fui perdendo ilusões, mas apesar de tudo ir mudando, uma coisa sempre se manteve: a incapacidade do Belenenses ser reconhecido aos homens que sempre lhe quiseram bem, alguns, mesmo, durante uma vida, nunca esperando nada, a não ser esse simples e merecido reconhecimento dos seus consócios.
A típica ingratidão do Belenenses em relação àqueles que dele mais gostaram e que por ele mais fizeram sempre foi transversal.
Varreu tudo e todos de forma igual, ao mesmo tempo que ia cumprindo a tentação de um desafio permanente do inexplicável desejo de ser grande como os maiores, à custa de aventureiros e de oportunistas.
O meu pai sofria com isso.
Era um daqueles a quem o clube se limitara ao reconhecimento institucional do papel passado na honra e no mérito, mas que nunca verdadeiramente o estimara.
O mesmo sucedia com muitos outros.
Muitos que já morreram e alguns mais (já poucos) que sobrevivem na mesma angústia e desesperança, vendo o Belenenses, por vezes, entregue a caricaturas de dirigentes, que não têm consciência de que um clube, sobretudo um clube com história, deve preservar a sua personalidade e o seu carácter, para que não lhe matem a alma.
Sempre fui bem menos idealista que meu pai.
E nunca consegui ter, como ele sempre teve, uma paixão tão pura e tão inocente pelas coisas que verdadeiramente amava.
Por isso, sempre mantive distância.
Por dever de ofício, sim, mas também por convicção pessoal.
Até mesmo quando o meu amigo de infância, Cabral Ferreira, assumiu a presidência do clube.
Outro que tal, e que nunca me pediria uma linha que fosse, para uma frase, ou um recado. Um caso invulgar de honestidade intelectual e grandeza de carácter, logo dois dos maiores pecados na desenfreada e desvirtuada vida de hoje.
É, pois, à distância que vejo, não impassível, essa sofrida e lenta agonia do Belenenses, onde gente que se sumiu, mas nunca se assumiu na explicação impossível de uma desvairada carrada de pernas de pau do Brasil, tem o desplante e a desvergonha de vir falar dos supostos males da gestão alheia.
Não, não tem esse direito.
Muito menos antes de explicar que interesses podem justificar que um clube, em tal estado de exaustão financeira, decida contratar um contentor de brasileiros trôpegos e, em maioria, impróprios para a função.
O dr. Nunes dos Santos, antigo e saudoso dirigente sportinguista, figura sempre muito respeitada e considerada em A BOLA, tinha, para estes casos, uma expressão inolvidável: «Gente que não tem moral nem para estar calada.»

Vítor Serpa in "A BOLA" de hoje, 19 de Setembro de 2008

Yaúca pelo lápis de Melo

Edição de 16 de Julho de 1963 do jornal “Record”

A Equipa de Honra do C.F. "Os Belenenses" da época 1951/52 pelo Lápis de Natalino

"Ídolos para recortar e pôr em pé!"
A equipa do Belenenses da época 1951/52 caricaturada por Natalino para a Revista “Cara Alegre”. Jogadores caricaturados: Rocha, Serafim das Neves, Sério, Feliciano, Rebelo, Narciso, Matateu, Francisco André, José Maria Pedroto, Mário Rui e António Castela.

Documento cedido pelo Amigo do B.I. Jorge Graça.

Belenenses derrota o Guimarães e "rouba-lhe" o 2º lugar

Na perseguição ao líder do Campeonato Nacional da época 1958/59, o Belenenses derrotou o Guimarães e "roubou-lhe" o 2º lugar da classificação. Curiosamente, fazendo lembrar a época passada, o Guimarães tinha acabado de subir à I divisão
In "SPORT ILUSTRADO" de Janeiro de 1959

O escândalo de Alvalade na época de 1981/82, visto pelo lápis de Francisco Zambujal

Caricatura de Francisco Zambujal, publicada no jornal “A Bola” e alusiva a um “roubo de catedral” de que o Belenenses foi vitima, num jogo contra o Sporting (2-2), em Alvalade, na 1ª jornada da época de 1981/82.
O autor, o árbitro Mário Luís, tinha viajado com a equipa do Sporting numa digressão à China a convite da direcção Leonina, o que só fez aumentar a suspeição de parcialidade.

Silvério António Pereira do Ó Beja

Santiago do Cacém, 5 de Março de 1960
Jogador do Belenenses na época 1986/87
22 jogos (4 completos) e 1 golo marcado

As Torres de Belém da década de oitenta


Jorge Martins, José António e Sobrinho ficarão para a História Belenense como as Torres de Belém da década de oitenta

Para os rapazes de Belém não há só esforço fisico, há esforço moral, há alma até almeida

"Depois o Belenenses. É sob todos aspectos um grupo diferente. É o Club dos grandes rasgos, dos esforços sobrehumanos, das tardes exepcionaes.
Onde o Belenenses não chega, num desafio decisivo, não chega mais ninguém.
Tem arrancos célebres na crónica dos seus desafios. A vontade dos seus elementos, a sua energia de ferro, acaba é claro em crises de esgotamento. Desta vez o Belenenses chega ao fim do campeonato com alguns homens arrazados.
Para os rapazes de Belém não há só esforço fisico, há esforço moral, há alma até almeida, há nervos enquanto os nervos não se queimam.
O público já o sabe – numa tarde decisiva para os Belenenses – é uma grande tarde de emoção."

Excerto de um artigo intitulado “Depois do Campeonato: O que foi a competição anual dos clubs da divisão de honra – os “teams” e a sua classe [...]” publicado na revista “Eco dos Sports” em 18 de Abril de 1927.

A Equipa Campeã Nacional de Andebol Feminino 1975/76, do C.F.“Os Belenenses”


De pé e da esquerda para a direita: Dina Carneiro, Fernanda, Paula Vaz, Ana Dória, Cidália, Rosália e Isabel Robalo. Agachadas, pela mesma ordem: Mila, Lena Duarte, Victória, Aldina e Paula Cordeiro

O Que Diz Gennaro


Introdução: Começo por esclarecer a vasta e estimada audiência do "Belenenses Ilustrado" que recusei por diversas vezes o desafio de aqui escrever, acabando apenas por ceder devido a forte pressão do editor da casa. 
O gajo colocou aqui uns 10 tipos à porta do meu local de trabalho aos gritos e eu, que no fundo sou um gajo que ao mínimo sinal de pressão tremo todo, acabei por aceder ao convite. Não sou portanto responsável pela poluição deste nobre espaço com textos de qualidade duvidosa.
1) Posto isto, gostaria de partilhar convosco as primeiras impressões do regresso ao Restelo para a nova temporada. Antes de mais, estou impressionado com a Bancada Super Bock.
Em particular com o facto de não existir uma Bancada Super Bock.
A menos que se trate de uma forma inovadora de contrato publicitário onde não se faça publicidade.
“A gente paga-vos para nos patrocinarem mas não queremos nada alusivo a nós”.
Se for assim parece-me bem.
Mas noto que em Setúbal existiu estratégia diferente. Aquela malta tem por lá uma Bancada Super Bock. Mais, até tem um slogan todo catita que diz: “Special One”.
Uma alusão à bebida, ao clube, e ao outro gajo que treina em Itália e que agora não me lembro do nome.
Em Belém, se permitirem a sugestão, já estava a ver uma faixa semelhante mas com três garrafas de Super Bock e a frase “Torres de Belém”.
Podem pegar na sugestão e fazer dela o que quiserem que não é por isso que a gente se vai chatear. Se afinal já não existiu acordo então tenho um problema. Se juntar às minhas divergências com a Sagres também a Super Bock ainda dou por mim a beber Tagus.


2) De resto já esta semana ficou a saber-se que a malta vai voltar a ir a votos. O presidente deixou de o ser.
Parece que foi “pressão” e “clima de terror”. Eu sou testemunha. Pelo menos da última parte.
Posso garantir que estive presente no jogo com o Covilhã e depois com o Paços de Ferreira e realmente aquilo que se viu em campo parecia um filme de terror. Daqueles de baixo orçamento. Por falar em orçamentos, parece que voltamos a ocupar lugar entre os sete mais altos do campeonato, o que aliás se compreende se tivermos em conta que os responsáveis pelo clube avançaram com a UEFA como objectivo.
Agora olhando para isso e para fenómenos como o de Alicio Julião, que chegou, treinou, falou à imprensa....e afinal já não conta, é que eu tenho alguma dificuldade em perceber.
Mas eu sou um tipo que também raramente percebe as coisas à primeira.
Lembro-me de uma vez ter dito, num início de época, “este Petkov é que é um senhor jogador”. Mais tarde, no mesmo ano, disse “este Sallam Sow ainda nos vai render bom dinheiro”.
Até tenho vergonha de confessar estas coisas.


3) O público continua sem aparecer no Restelo.Sejam sócios ou adeptos.
Aliás, refira-se que o Belenenses deve ser o único clube a nível mundial onde um gajo que vá com regularidade ao futebol sai mais barato não ser sócio do que ser.
Senão vejamos: Sendo sócio pago 8,5 euros/mês + 6 euros de 15 em 15 dias.
Não sendo sócio pago 10 euros de 15 em 15 dias.
É claro que neste último caso não posso usufruir das inúmeras vantagens que o clube me disponibiliza por ser sócio.
Que são tantas que dava muito trabalho indicá-las todas agora.
Não fosse eu viciado naquele gesto do descola-a-quota-cola-a-nova e era capaz de começar a pensar duas vezes.

Salvador do Carmo

Salvador do Carmo, na foto (datada de 1932) vestido com o equipamento de árbitro. 
Um dos grandes dirigentes da história do Belenenses. Além de árbitro, foi várias vezes seleccionador nacional de futebol.

Antônio Lopes


Antônio Lopes dos Santos (Rio de Janeiro, 12 de Junho de 1941), mais conhecido como Antônio Lopes, um dos maiores treinadores da história do futebol brasileiro. Foi treinador do Belenenses na época de 1990/91 tendo substituído o seu compatriota Moisés de Andrade.
Teve uma passagem, pelo Restelo, pouco feliz, porque não conseguiu evitar a descida de divisão. Recentemente, 7/8/2008, foi demitido do cargo de treinador do Club de Regatas Vasco da Gama do qual já foi treinador em 7 diferentes épocas

Coisas Tristes do Belém

Panfleto anónimo do inicio da década de 80. Este foi um dos meios utilizados numa campanha suja e caluniosa aquando duma eleição para o Conselho Fiscal do C. F. "Os Belenenses". A publicação deste panfleto tem como intuito não permitir o branqueamento da História do Belenenses e ser mais um contributo para a reflexão sobre o que somos (estamos) e o que poderíamos ser (estar).

AS MIRAGENS D'A BOLA ONLINE




A única razão para a existência do “Belenenses Ilustrado” é a divulgação do Clube. Nesse sentido, o Belenenses Ilustrado, utiliza os meios que, neste caso, a “A Bola Online” propociona através do espaço MIRAGENS D’A BOLA.Divulgue o Clube de Futebol "Os BELENENSES" baluarte ímpar do desporto português

O ‘Belenense’ Matateu: longevidade e simplicidade de um craque


Lucas Sebastião da Fonseca, o “Matateu”, nasceu em Lourenço Marques (Moçambique) a 26 de Julho de 1927, então província ultramarina de Portugal, e faleceu no Canadá (Colúmbia Britânica) a 27 de Janeiro de 2000, com 72 anos de idade.
Desde pequeno, no Alto Mahé, bairro pobre da capital moçambicana, que Matateu era conhecido pela sua alcunha, cuja origem nunca foi completamente esclarecida, embora Matateu ligasse a alcunha ao termo landim “tateu”, que significa “pele a cair”, ou por efeito do Sol ou por efeito de andar sempre com as pernas esfoladas.

Desde pequeno que a delícia de Matateu era jogar à bola e o sonho maior era ser um craque ao mais alto nível. Ninguém na família o contrariou e Matateu iniciou a sua carreira em Moçambique, onde jogou pelo Albasini e depois pelo 1º de Maio, filial de Os Belenenses, clube português. Daqui ingressou no Manjacaze, onde lhe ofereceram emprego, mas logo no final do primeiro jogo, foi abordado pelo árbitro, antigo e famoso internacional do Belenenses, João Pedro Belo, que lhe perguntou: “Queres ir para Lisboa?”


Matateu ficou boquiaberto, apesar de já ter havido rumores sobre o interesse do Benfica, do Porto e do União de Coimbra nele. Imediatamente a seguir, a 4 de Setembro de 1951, Matateu desembarcou no Aeroporto de Lisboa para assinar contrato com o Belenenses, terceiro maior clube de Lisboa após o Sporting e o Benfica e quarto de Portugal. Doze dias após a chegada, o jovem jogador de 24 anos estreou-se contra o Porto, no Estádio Nacional.
A imprensa ficou bem impressionada com a agilidade, a imaginação, o drible desconcertante e o remate poderoso do avançado, e a consagração deu-se uma semana depois quando, no encontro inaugural do Campeonato Nacional, o Belenenses venceu o Sporting por 4-3, com dois golos de Matateu, sendo o último assinalado a escassos minutos do fim e assegurando a vitória dos azuis de Belém. Os adeptos do Belenenses invadiram o relvado das Salésias e, pela primeira de muitas vezes, levaram-no em ombros, iniciando-se a consagração do craque.
Um ano após, a 23 de Novembro, Matateu estreia-se na selecção nacional de Portugal contra a Áustria, no estádio das Antas. No ano seguinte, em 1953, torna-se o artilheiro do campeonato nacional com 31 gols e conquista a “Bola de Prata”, repetindo a façanha em 1955 com 32 gols. Em 1960 Matateu conquista a Taça de Portugal após uma campanha extraordinária realizada pelo Belenenses, obtendo dez vitórias e apenas uma derrota: Atlético (3-2, 3-0), Lusitano de Évora (4-1, 3-1), Sporting de Braga (1-0, 1-0), S. C. Portugal (3-0, 6-0), Porto (3-1, 0-1) e Sporting (2-1).


A final com o Sporting realizou-se a 3 de Julho de 1960. O adversário era poderoso, mas Matateu e toda a equipa do Belenenses agigantaram-se e levaram de vencida o Sporting. Ao intervalo registava-se um empate de 1-1. 
No segundo tempo, o mais internacional dos internacionais azuis, Matateu, recebeu um passe magnífico de Yaúca e rematou imparavelmente para a conquista da Taça de Portugal. Após um jejum de dezoito anos de títulos oficiais, o Belenenses tornou a inscrever o seu nome no palmarés do futebol português e Matateu saboreou o dia mais extraordinário da sua carreira de futebolista numa das mais brilhantes campanhas que realizou. À época, o jornalista Alberto Valente escreveu: “Matateu foi o ‘galvanizador’ das energias dos seus colegas. Dez contra onze… e Matateu contra o Sporting”.

Foi nesse ano de 1960 que Matateu efectuou o último jogo pela selecção portuguesa, defrontando a Iuguslávia no campeonato Europeu aos 32 anos de idade. O craque ficou a um gol de Peyroteo na selecção nacional e não chegou a jogar com Eusébio, que apenas se estrearia no ano seguinte. 

Desde aí Matateu ficou fora de forma e deixou o Belenenses numa má fase da sua carreira,. Em 1964, o treinador Fernando Vaz pôs em causa a sua utilidade na equipa e o mal-estar instalou-se em Belém, porque se pensava em Matateu para o cargo de preparador da escola de jogadores do clube. Matateu passou então a reserva e tudo terminou com o despedimento do treinador e o ingresso de Matateu no Atlético Clube de Portugal, equipa da II Divisão, em Dezembro de 1964. Foi com ele que, na época seguinte, o Atlético regressou à I Divisão.


Em 1967/68 ingressou no Gouveia, porém a relação foi curta. Matateu era reserva, mas nunca reagiu. Tinha um contrato a cumprir e cumpriu, Chegou a ser goleiro por duas vezes, mas não se importou. Foram dias difíceis devido ao isolamento da cidade de Gouveia, conta Matateu ao jornal A Bola: “A única coisa que eu fazia era ir para a serra ouvir os lobos. Eu metia-me no carro, já que tinha sítios certos, onde sabia que havia lobos, e então deixava o carro fechado e ficava ali horas seguidas a ouvir os lobos a uivar”.
E logo em 1968/69 entrou para o Amora, com 41 anos de idade. Matateu comenta, ao jornal A Bola, a sua decisão à época: “Muita gente me tem dito, então Lucas, tu foste internacional tantas vezes, aceitas ir jogar para um clube assim que nem é da 3ª. Divisão? Mas eu respondi sempre que isso não me interessava, futebol é futebol e é igual em toda a parte, isso de divisões tanto me faz, a primeira como a segunda ou a terceira, são só números e nada mais. O futebol é só um e é sempre o mesmo, o que importa é que eu me dê bem com os colegas e com toda a gente e que o dinheiro não falte no fim do mês…”
No Amora foi Campeão Distrital, obtendo 21 gols, e ajudou a equipa a subir à III Divisão Nacional. O campo do Amora passou a registar enchentes de adeptos, muitos dos quais do Belenenses, que iam “matar” saudades de Matateu vendo-o jogar pelo Amora. Ouça-se novamente o Matateu quarentão: “Tenho 41 anos, mas parece que tenho 19, porque estou conservado em cerveja. (…) Acredite, quando não bebo cerveja, não sou o mesmo, sinto-me mal e o meu rendimento é sempre inferior. (…) É verdade, se eu não bebesse cerveja, já teria arrumado as botas há muito tempo».
Finalmente, na época de 1970/71 mudou-se para o Canadá onde jogou até 1977/78, quando celebrou 50 anos de idade!

Em 2006, o jornalista desportivo Fernando Correia publicou a biografia do craque sob o título “Matateu, a oitava maravilha”.


Fontes principais:

Este conteúdo foi publicado em 23 de Novembro de 2007 às 23:57 e está arquivado em
O Autor, RUI MOURA, é o Editor do Blog Botafoguense Estrela Solitária
a quem agradecemos a amável autorização para publicarmos no BI este excelente artigo sobre este enorme simbolo Belenense. Bem Haja.

Oswaldo Baptista Dias «Pelézinho»

Oswaldo Baptista Dias “Pelézinho”

Foto (datada de 1963) gentilmente cedida pelo Amigo do B.I., Jorge Graça

Faleceu o Antigo Treinador do Belenenses "Xerife" Moisés de Andrade


Morreu na madrugada desta terça-feira, no Rio de Janeiro, o ex-zagueiro Moisés Mathias de Andrade. Conhecido por ser um jogador de estilo viril e apelidado de "Xerife", o ex-jogador e treinador faleceu aos 60 anos, vítima de câncer pulmonar.

Nascido em 10 de janeiro de 1948 na cidade de Resende (RJ), Moisés iniciou a carreira no Bonsucesso e atuou também pelo Flamengo, Botafogo, Vasco, Corintians, Fluminense, Portuguesa e Bangu. Disputou uma partida pela seleção brasileira, o amistoso contra a União Soviética no dia 21 de junho de 1973, em Moscou (1 a 0 Brasil).

Como jogador, foi titular do Corinthians na histórica conquista do título paulista de 1977, que interrompeu um jejum de 22 anos do Alvinegro em São Paulo. Em nota no site oficial do clube, a diretoria corintiana lamenta a morte do ex-atleta, que disputou 122 jogos pela equipe de 1976 a 78, e oferece condolências aos familiares e amigos.

Considerado por muitos como um jogador violento, Moisés até alimentava essa fama.
O zagueiro tem que ser respeitado. O atacante tem que saber que está sendo marcado duro, nunca deslealmente. A lei até permite que o jogador faça uma falta violenta. E mantenho a opinião de que zagueiro que se preza não pensa em (ganhar o Prêmio) Belfort Duarte. Seria muita falta de sorte receber o Belfort Duarte. Aí perderia a moral - afirmou, em tom irônico, em 1982, sobre a premiação entregue a atletas disciplinados.

Também alcançou destaque como treinador. Especialmente no comando do Bangu. Em 1985, levou a equipe carioca ao vice-campeonato brasileiro.

Apesar do estilo duro em campo, fora dele era conhecido pelo bom humor. Gostava muito de Carnaval e ajudou a fundar o "Bloco das Piranhas", no qual jogadores de futebol desfilavam vestidos de mulher por ruas da Zona Norte do Rio.

O corpo do ex-jogador foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo (Zona Sul do Rio), no final da tarde desta terça-feira.

In GLOBO ESPORTE
  • Moisés de Andrade foi treinador do Belenenses em três épocas, todas incompletas: 1989/90 (substituiu Hristo Mladenov), 1990/91 (foi substituido por Henri Depireux) e 1991/92 (foi substituido por Abel Braga)

Lá estava esvoaçante e visível, rotinha, mas orgulhosa e digna, a bandeira do Belenenses

"[...] algo que no momento me pareceu mais que curioso, verdadeiramente simbólico: num local improvável, em pleno campo, perto de Vilar Seco, Nelas, lá estava esvoaçante e visível para quem passa na EN 231, rotinha, mas orgulhosa e digna, a nossa bandeira."

Texto e foto do Amigo do BI, Rui Peixoto (Sócio nº 6475)

Márcia Neves, voleibolista belenense


Márcia Neves, a Campeã nacional de Volei A2 

Trinta Anos de Clássicos entre dois históricos do futebol português (Os Belenenses/FC Porto)

Estádio das Antas (ainda com a pista de ciclismo), 2 de Junho de 1963
⚽ Jogo a contar para os quartos de final da Taça de Portugal. Resultado: 1-1

📷 No lance, Abdul vai rematar à barra, com a oposição de Mesquita, enquanto na baliza Atraca em desequilíbrio substitui o guarda-redes Américo que de “gatas” anda aos “papéis”. Ao longe reconhece-se Fernando Peres e Hernâni

Estádio do Restelo, anos 80: Mladenov disputa a bola com André

Estádio do Restelo, anos 90: Latapy "passou" por Bino

Fotos gentilmente cedidas pelo Amigo do BI, Jorge Graça