O Cantinho do Carlos (Almoços e Petiscos) Gente do Belém

Exemplo de amor pelo Belenenses

"O Cantinho do Carlos" situa-se na Rebelva - Carcavelos, terra de gente Belenense, como por exemplo, a velha glória dos anos 50/60, Raul Moreira (vencedor da Taça de Portugal de 1960 e titular na final contra o Sporting). Aqui, pode ler mais detalhes sobre o "Cantinho" do Nenéu (Carlos), grande Belenense

A arte, a técnica e a velocidade de Franklin Oliveira


Franklin (ou Franklim)  Barbosa Oliveira. Vila Praia de Âncora, 6 de Junho de 1921.Lugar: Extremo (direito ou esquerdo).
Clubes: 37/38 a 44/45 - C.F."Os Belenenses"; 45/46 a 52/53 - Vitória Sport Clube (Guimarães)
Maiores êxitos: Vencedor da Taça de Portugal de 1942, na final 2-0, ao Vitória de Guimarães, quando jogava pelo Belenenses. Vencedor da Taça Sá e Oliveira, torneio de "reservas" em 1939/40, também pelo Belenenses.
Carreira no Nacional da 1ª divisão: 220 jogos, 53 pelo Belenenses e 167 pelo Vitória de Guimarães.
Classificações em 4 campeonatos pelo Belenenses: três 3º lugares e um 6º; 8 campeonatos pelo Vitória: um 6º lugar, um 7º, três 8º, um 10º e um 13º.
Carreira na Taça de Portugal: 4 presenças pelo Belenenses, além de uma vitória (41/42) o seu clube foi finalista (40/41) mas ele não alinhou no encontro da final contra o Sporting (D, 1-4) e atingiu duas vezes os quarto-de-final, em 42/43 (Sporting 0-1) e 43/44 (Benfica 1-2 e 2-8).

Manuel Bezerra, um angolano que fez furor no Belenenses de 1956 a 1958

Manuel Maria Conceição Bezerra
Luanda (Angola), 30 de Junho de 1933
Lugar: extremo-esquerdo
Clubes: em Angola; F.C. Luanda (filial do FC Porto). Em Portugal: Portimonense (53/54 a 55/56), Belenenses (56/57 e 57/58) e Torreense (59/60 a 66/67).

Manuel Bezerra em discurso directo:
"(...) tínhamos três bons guarda-redes, José Pereira, Ramin e António José e muitos outros bons jogadores, como o Carlos Silva; o Vicente, grande amigo, admirei-o muito, era correctíssimo, parecia que jogava de pantufas e metia o Pelé no bolso; Di Pace o melhor estrangeiro que, até hoje, vi em Portugal. Um malabarista, punha a bola onde queria e, cá fora, era amigo de todos.
Quando recebia o ordenado perguntava:"quem é que ainda não recebeu?" E se algum de nós estava precisado, ajudava.
O Matateu foi um dos melhores jogadores portugueses. Lembro-me de um jogo em Setúbal, era nosso treinador Riera, que lhe mostrou uma entrevista de Rino Martino, técnico dos sadinos, dizendo que Matateu era um jogador vulgar.
"Deixe, Mister, que isso é comigo", respondeu-lhe o Matateu. Foi jogar, marcou três golos e quando passava pelo banco do treinador do Vitória, dizia-lhe..."uma já lá está"...depois, "duas já lá estão" e, por último...três, deixando o Rino Martino com cara de poucos amigos...(...)"
Documento enviado pelo amigo do BI, Luís Pereira.

Joaquim Caetano recorda o jogo em que Patalino, Cabrita e Fernandes alinharam pelo Belenenses contra o Flamengo

📸 António Figueiredo, Feliciano, Fernandes (Benfica) Inácio Rebelo, Caetano e Castela  📸
Mário Rui, Umberto Buchelli, Patalino (Elvas), Fernando Cabrita (Olhanense) e Narciso.

➤ (...) um jogo a 17 de Junho de 1951 contra o Flamengo que perdemos 3-0. Esta foto tem a particularidade de o Belenenses ter jogado nesse jogo com três reforços: Fernandes, defesa esqº do Benfica, Patalino (Elvas) e Cabrita (Olhanense).
Estes jogadores substituíram os jogadores do Belenenses convocados para a Selecção Nacional (*). (...) ➤ Foto e texto de Joaquim Caetano

➢ (*) jogo contra a Bélgica que se realizou no Estádio Nacional imediatamente após o desafio do Belenenses.


⛹ Flamengo - Garcia; Biguá e Pavão; Valter Miraglia, Dequinha e Bigode; Nestor (Aloísio, 75'), Hermes, Índio, Adãozinho e Esquerdinha. 
⚽ Golos de Índio (34'), Hermes (46') e Aloísio (80')
➤ «Adão, avançado-centro do Flamengo, tem dado nas vistas, não só por ser de cor como também pela sua desenvoltura na condução da bola.» 
➢ «Três minutos passados, Adão apossou-se da bola, fintou Feliciano e Figueiredo, aproximou-se de Caetano e quando se preparava para «driblar» o guarda-redes de Belém, este arrojou-se-lhe aos pés, socando o esférico e arrebatando-o com uma excelente defesa.» 
➤ «O Belenenses não se desmoraliza e lança-se para o ataque, obrigando Garcia a duas intervenções. Também Caetano recebeu uma ovação, ao deter, em voo, um cruzamento de perigo.»
 Post actualizado em 27/12/2018.

Joaquim Caetano


CAETANO, num "boneco da bola" de 1949, cujo nº 23 corresponde ao primeiro "boneco" da equipa classificada em 3º lugar no campeonato nacional, dado que era esse o critério seguido pelos editores das cadernetas.

O Que Diz Gennaro

Parece que a liga portuguesa, sempre disposta a inovar, decidiu que a próxima época deveria incluir alguma batota como forma de ajudar, coitados, os já de si pouco beneficiados “três grandes”.
Assim, surge a proposta de impedir a realização de derbys nas quatro primeiras jornadas ou clássicos em jornadas consecutivas.
O que basicamente introduz um dado novo ao conceito de sorteio. Supostamente um sorteio seria uma questão de sorte ou azar.
Agora a liga decide alterar isso para instituir que alguns clubes não podem ter um calendário difícil no arranque da época.
Os outros, que provavelmente até gostariam de começar o campeonato pelos jogos mais acessíveis, como forma de cimentar um plantel em construção e dar tempo aos reforços para se ambientarem, podem jogar com os chamados “grandes” logo no arranque que à liga isso pouco importa.
É uma intromissão clara nas regras do jogo e uma alteração muito séria naquilo que deveria ser o princípio base da competição: Condições iguais para todos e no fim que ganhe o melhor.
Mais há mais. Concentremo-nos, por exemplo, no entendimento (vale sempre a pena recordar que foi esta liga que decidiu dar uma interpretação muito própria à expressão goal-average) daquilo que são derbys ou clássicos.
É que a julgar por aquilo a que sempre foram associadas as citadas expressões, então vou chegar à conclusão que o Belenenses não pode defrontar o Sporting e Benfica nas quatro primeiras jornadas e não pode realizar-se, por exemplo, um Belenenses – Académica seguido de um Belenenses – Porto.
Pois no primeiro caso tratam-se de jogos entre clubes da mesma cidade e com uma rivalidade associada (derbys) e no segundo estão em causa clássicos do futebol português. Obviamente que não é isto que a liga tem em mente.
O que é proposto é que os “três grandes” não possam defrontar-se nas quatro jornadas iniciais nem em jornadas consecutivas. Existe ainda outro aspecto particularmente curioso. Há mais uma medida que defende “intercalar de jogos em algumas regiões para evitar congestionamento”. Assim a liga defende que em Lisboa quando o Benfica joga em casa o Sporting tem necessariamente de jogar fora. E vice-versa. Mas não existe mais nenhum clube em Lisboa?
Ou o Belenenses já baixou de divisão apesar de ainda faltarem nove jornadas?
O mais curioso no meio disto tudo é não se terem escutado imediatamente vozes discordantes dos restantes clubes que não os “três”.
Espero que isso chegue na altura da votação em assembléia. A menos que achem piada ao papel de palhaços no circo que é o futebol cá do burgo.
Ontem, num programa de rádio, escutei um expert do futebol aplaudir as iniciativas, adiantando que deveria reduzir-se o número de clubes para – vou citar – “tornar o futebol português mais competitivo”, adiantando como exemplo o campeonato escocês no qual apenas competem doze emblemas na liga principal.
Ora tento em conta que na Escócia ora ganha o Celtic, ora ganha o Rangers, onde é que está a puta da competitividade nesse campeonato, caralho? A sério, eu qualquer dia passo-me.

Fernando Vaz (Belenenses) e Mariano Amaro (Guimarães) técnicos portugueses que nada devem aos estrangeiros


"Porventura o Belenenses - ocorre-nos perguntar - lograria, nas mãos dos técnicos que na época passada lhe custaram uma fortuna, tão proveitoso ano de futebol, como o que está tendo sob a orientação de Fernando Vaz ?
Numa decisão muito corajosa, imposta, aliás, pela necessidade de equilibrar despesas (que anteriormente eram esbanjadas sem rei nem roque) a direcção do Belenenses impôs - contra vontade de muitos associados - a entrada do (actualmente) melhor técnico de futebol português para o mais difícil departamento do clube.
Começando a trabalhar num ambiente, verdadeiramente ingrato, Fernando Vaz venceu.
Esmagou a corrente que lhe era desfavorável por ideias doentias.
Arrumou a casa - e pôs a equipa a jogar, como só jogou nos tempos não muito distantes em que era orientada por Fernando Riera (outra vítima de incompreensões várias)."
In "Sport Ilustrado" de Janeiro de 1958

Barcelona - Belenenses: Taça Cidades com Feira 1962/63

📷JOSÉ PEREIRA, guardameta del equipo, es el gran rival de Costa Pereira, el portero del Benfica.

📷YAÚCA: Una de las clássicas acciones de Yauca, el magnifico interior portugués.
De él se dice que es tan bueno o mejor que cualquiera de los famosos delanteros del Benfica.

Cuatro veces campeón de Liga y dos de Copa, fue este año finalista del Torneo de Nueva York. – Ausente Matateu (por lesión) su máxima figura es el angoleño Yauca. – Pese al empate de Lisboa, el Club de Belen viene no vencido sino a vencer.

Estêvão e Vicente em destaque na revista "Barça"

"Estevão, el peligroso extremo isquierda. Fue el autor del gol de su equipo en el encuentro de ida.
Vicente Lucas, medio volante internacional, anuló completamente a Pelé en el ùltimo Brasil - Portugal, jugado recientemente em Maracaná" In revista "Barça" de 10/10/1962

Os Belenenses frente al Barcelona


Estos son Rafael, delantero centro de la "turma de Matateu", como popularmente se conece, em Portugal, al equipo de Os Belenenses, y Yauca, el fenónemo de la formacion lisboeta, un delantero que admite la comparación com cualquier "as" mundial.
El Belenenses ha sido, recordémoslo, finalista del Torneio Internacional de Nueva York de este año.
Fue vencido en la final por el América do Rio de Janeiro, por el minimo tanteo de 2-1.

In "BARÇA" de 10/10/1962

Joe Addo

Joseph Addo, nasceu em Accra (Gana) a 12/09/1971
Representou o Belenenses na época de 1997/98

Belenenses no pódio do campeonato nacional da época de 1956/57



Oito jogadores do plantel que conquistou o 3º lugar. Da esquerda para a direita: José Dimas, Ricardo Perez, Mário Paz, Manuel Bezerra, José Pereira, José Maria Pellejero, Miguel Di Pace e Tito.

César consegue desarmar um avançado espanhol, fazendo cair este e caindo por seu turno






VI Portugal - Espanha (2-2) - O empate contra a Espanha: O admiravel feito do "onze" de Portugal. (...) Mas isso não impede que demos destaque, pela actuação brilhantíssima, a Augusto Silva e a César, os dois melhores portugueses. A sua energia e a sua vontade de vencer, levando a frente a jogar, foram simplesmente notaveis (...) In "Eco dos Sports" de 16 de Janeiro de 1928.

O 1.º "team" do Club de Football Os Belenenses - Campeão de Portugal de 1927


Rodolfo Faroleiro, Júlio Morais, Raúl Silva, Augusto Silva, César de Matos e Assis.
Alfredo Ramos, Silva Marques "Zabala", Joaquim Almeida, Pepe e José Luiz

Neném o filho de um brasileiro chamado Mané Garrincha




José Geraldo Filipe, o «Neném», filho do formidável Mané Garrincha, foi jogador do Belenenses na época 1979/80. Neném, era ainda muito jovem quando chegou ao Belenenses, vindo do Fluminense. "Tapado" por Lincoln, Gonzalez, Cepeda, Djão, Carneirinho e Vasques foi muito pouco utilizado (*) por Juca, tendo por isso uma passagem discreta pelo Belenenses. Do Belém, transferiu-se para o futebol suíço. 
Estava de férias em Portugal quando morreu num acidente de automóvel, em Fafe, no dia 20 de Janeiro de 1992, aos 28 31 anos de idade (**). O sueco Ulf Lindberg, gerado durante uma digressão do Botafogo à Europa em 1959, é o único filho vivo de Garrincha. Um outro filho, Garrinchinha, morreu afogado no rio Imbariê preso dentro do carro em que seguia, após este se ter despistado e caído à água, no quilómetro 137,5 da estrada Rio de Janeiro - Magé.
(*) Neném foi titular em três jogos e foi suplente, não utilizado, em dois. 
(**) Neném foi "descoberto" em Pau Grande - Magé (RJ) no ano de 1976, com a idade de quinze anos, por José Lemos, director do Fluminense. 
➽ Post actualizado em 22/05/2018 

Mané beijando uma das suas onze filhas. Foto datada de 1965.
Acima, «Neném» com o seu pai Mané Garrincha

25 anos de publicidade nas camisolas do Belenenses

Foi no dia 26 de Fevereiro de 1984, num jogo contra o Barreirense (0-0), a contar para a 19º jornada do campeonato nacional de futebol da 2ª divisão, que a equipa de honra d'os Belenenses usou pela primeira vez publicidade nas camisolas do emblema da Cruz de Cristo, tendo como patrocinador a Lubritex.

Escusado será referir que os dirigentes de turno anunciaram o facto com pompa e circunstância, não esquecendo de mencionar que, o clube dos Rapazes da Praia, tinha chegado aos tempos modernos.

Sedosos por reerguer o clube, após uma passagem traumática pela 2ª divisão, os dedicados Belenenses aceitaram esta inevitabilidade, que lhe foi vendida como uma panaceia que ajudaria a resolver os problemas do Clube.
Naturalmente, os de tesouraria ou da compra de mais um jogador. Os estruturais, nunca.
Esses persistem.

Admiramos e até invejamos o Barcelona. Muito. Um Clube que tem associados e dirigentes que falam alto e bom som que "Nenhum dinheiro do mundo sujará o manto sagrado do nosso FC Barcelona!", e que num acto de altruísmo decidem durante uma época estampar no "manto sagrado" publicidade à UNICEF, merece o nosso respeito e acima de tudo faz-nos meditar: afinal um Clube é mais que uma paixão, é uma forma de estar e de ser na sociedade.

Lito Vidigal

José Carlos Fernandes Vidigal "LITO"
Luanda (Angola), 11/07/1969
Plantel 1995/96 a 2001/02