Luís Sobrinho pelo lápis de Francisco Zambujal

Luís Fernando Peixoto Gonçalves Sobrinho
Caricatura referente ao Campeonato do Mundo de 86
(um dos três jogadores do Belenenses seleccionados)

Eduardo Laurindo da Silva

Eduardo Laurindo da Silva
Silva Porto - Bié (Angola), 30 de Setembro de 1944
  • post publicado originalmente em 25/12/2007

José Manuel Soares Louro "Pepe"

José Manuel Soares Louro. Pepe. Simplesmente Pepe. 
Para a fama, para a tragédia, para a história. 
Nado e criado nas Terras do Desembargador, ainda garoto de rua apresentou-se num dia de 1926 a jogar, nas Amoreiras, pelo Belenenses, contra o Benfica — numa equipa em que militavam astros como Augusto Silva, César de Matos, Almeida... Fora Augusto Silva quem insistira em pôr o miúdo a interior-direito. 
A 15 minutos do fim o Benfica ganhava por 4-1. Acabou por perder por 4-5, o golo da vitória dos homens da cruz de Cristo foi apontado, já ao lavar dos cestos, por Pepe, na transformação de um penalty. 
Ninguém queria assumir a responsabilidade de o bater, olhavam todos uns para os outros, Pepe, em jeito de puto reguila, disse para Augusto Silva: «Deixem estar que eu chuto!» 
Naquele pontapé nasceu uma nova estrela. 
Nesse mesmo ano estreou-se pela Selecção Nacional, contra a França, marcando dois dos quatro golos de Portugal. 
Severiano Correia passa duas pinceladas sobre o seu génio: «Era de facto um jogador extraordinário! Irrequieto e franzino, dentro do rectângulo era um elemento que chamava as atenções do público. Chutador por excelência, de uma combatividade extraordinária, constituía perigo para qualquer defesa, por muito valiosa que fosse. Era o menino mimado das gentes de Belém, de tal modo que nem com uma rosa se lhe poderia bater — expressão do seu mestre Artur José Pereira.» 
Em apenas cinco anos contribuiu para o crescimento fulgurante do Belenenses, que viu passar do Campo do Pau do Fio para as Salésias, ajudou à conquista de três Campeonatos de Lisboa, em 1926, 1929 e 1930, num jogo contra o Progresso marcou 10 dos 11 golos do seu clube — um record nunca mais batido em competições oficiais... 
Na época de 1931/32 o Belenenses voltou a sagrar-se campeão da AFL. 
A fotografia comemorativa do título mostra todos os heróis de fumo negro. Por Pepe. Fora assim que jogaram o ano inteiro.
In "O Século XX do Desporto" Ed. "A BOLA"
este post foi publicado originalmente em 26/01/2008

Pepe: História e Lenda

Num dia sujo de Outubro de 1931 a morte ceifou o génio e abriu um mistério que o tempo nunca mais desfez, adensou, transformou em lenda. Em lendas. Pepe estava a caminho dos 23 anos, nascera a 29 de Janeiro de 1908. Comprovado está que morreu ao comer um chouriço. Versões sobre o envenenamento há várias. Uma que foi a namorada que deixara que se infiltrou à sorrelfa pela casa, deitando na cozedura deletério qualquer. Outra que foi a irmã Ana, casada com o também futebolista Rodolfo Faroleiro, que por inveja o quisera matar — no que, em Belém, ninguém acreditou, por ser Pepe quem mais a ajudava em momentos de aflição e penúria. Outra ainda que fora uma osga que caíra do tecto e na fervura espalhara peçonha. No entanto, a partir de trabalho publicado por Homero Serpa, em A BOLA magazine, se desvenda a versão mais credível. Muitos anos depois da tragédia um agente da PJ haveria de contar que fora a potassa que a mãe confundira com sal que matara Pepe, que a versão oficial se guardou em silêncio para não destroçar ainda mais quem tão tragicamente perdera o filho destinado a herói. O veneno segregara-se no chouriço, o pai e a irmã, que apenas comeram o caldo, salvaram-se com simples lavagens de estômago no Hospital de São José. Pepe, quando agonizava no Hospital da Marinha, já só teve força para lançar meia-dúzia de dramáticas últimas palavras: «Cortem-me as pernas mas salvem-me a vida.» Nada se conseguiu. E foi, então, um país inteiro em pesadume, o mito em voo largo para a eternidade — e todos os anos a imagem, que não deixa de comover, das flores que os jogadores do F. C. Porto depositam no monumento que se transferiu das Salésias para o Restelo, o mausoléu construído para perpetuar o ídolo grande, apesar da vida pequena

In "O Século XX do Desporto" Ed. "A BOLA"
  • este post foi publicado originalmente em 26/01/2008

Pepe: História e Lenda - O rapaz da praia (II)


O pai de Pepe mercanciava hortaliça de porta em porta numa carrocinha, a mãe vendia fruta no velho mercado de Belém, destruído em holocausto à Exposição do Mundo Português — a família vivia assim numa pobreza cortante, só atenuada quando o filho começou a ganhar algum (secreto) dinheiro no futebol e o ordenado de operário no Arsenal da Marinha. Para almoço de gente em paupérie, numa altura em que o País continuava mergulhado em crise profunda, sopa havia e pouco mais. Luxo era juntar-lhe um enchido. Foi o que se fez naquele dia trágico. À mesa comeram-se os legumes apenas na malga, o chouriço foi posto carinhosamente, pela mãe, na lancheira de Pepe para que merendasse no trabalho. Deu uma lasca a uma gata e ela morreu. Ele faleceria algumas horas depois. Em O Século, Tomé Vieira conta assim os primeiros sinais da tragédia: «Às 10.30 Pepe sai do torno e vai buscar a bucha. Meia hora depois sentiu-se mal. Ainda ironizou — ‹há quinze dias que tomei o purgante e só agora é que está fazendo efeito.›» Flamínio Azevedo, no Diário da Manhã, desvenda as horas amargas, a angústia do morbo, a vida a desfazer-se, no entardecer do dia triste — as palavras de Mendes Belo, médico do Hospital da Marinha: «Impressionou-me com a sua modéstia, vinha de fato de ganga e boina e quando lhe perguntei do que sofria queixou-se de violentas dores de barriga. Daí por duas horas apareceram sintomas de mais gravidade, aquilo foi vertiginoso: algidez, hemorragias, colapsos, reacções deficientes às excitações exteriores, Pepe a queixar-se de que tinha vontade de vomitar e não podia... O pulso desaparecera e duas transfusões de sangue não deram qualquer resultado...»
In "O Século XX do Desporto" Ed. "A BOLA"
  • este post foi publicado originalmente em 26/01/2008 

Pepe: História e Lenda - O rapaz da praia

Mistério e romance. A abordagem do velório de Pepe por Belo Redondo, um dos maiores repórteres portugueses deste século. Aliás, o título da peça era como algodão, não enganava: O Mistério da Dama de Luto. «Chamava-se Celeste, figura simpática da cidade noctívaga, uma personagem da cidade maldita. Tinha a paixão pelo Benfica e de vermelho aparecia muitas vezes, de madrugada, na Leitaria Martins, na Rua da Escola Politécnica. Mas mais forte fora a paixão pelo Pepe, que vira pela primeira vez no Portugal-França. E por ele se encantou, pelo Belenenses se apaixonou. Na câmara-ardente, sentou-se à esquerda da mãe de Pepe, à direita estava Rosa do Carmo, a noiva do jogador, que residia na Calçada do Galvão. Existia entre as duas mulheres um abismo e um mistério.» Homero Serpa recontou em A BOLA magazine o que Belo Redondo desvendara então, a propósito da cena de ciúmes que uma coroa de flores, com mensagem de amargura e paixão e transportada até junto da urna por Augusto Silva, provocou em Rosa do Carmo: «Só ela tinha o direito de ser ali a noiva enlutada» — e por isso quis expulsar da sala a dama de luto, mulher que sofrera o amor impossível e ali estava apenas para chorar o seu ídolo. Soube-se depois que a coroa fora enviada por uma senhora portuense chamada Maria das Dores.
In "O Século XX do Desporto" Ed. "A BOLA"

  • este post foi publicado originalmente em 26/01/2008
  • Belenenses, vencedor da Taça de Portugal de Andebol de 1981/82

    🤾O plantel: Valverde, Raúl, Mendonça, Napoleão, Peixito, Luís Nascimento, Armando Espadinha, Veiga, Manuel Mendes, Diegues, Guerreiro, Luís Hernâni, Florêncio, Filipe, Ricardo e Bento. Treinador: Fonte Santa.
    • post publicado originalmente em 19/01/2008

    O "Team" de Hand Ball do C.F. "Os Belenenses", Campeão de Lisboa da época de 1937/38

    De pé, da esquerda para a direita: António Henriques, P. Santos, Macara, Rómulo, Ranito, Torres, Floriano, Lucas, Délio, Santos, Veiga e Acácio Rosa. Agachados: Moura, Pinhanços, Abílio, Natalio e Pesca
    • Documento cedido pelo Amigo do BI José Torres, editor do Blog INSÉTE
    • post publicado originalmente em 25/10/2009

    O "Team" de Hand Ball do C.F. "Os Belenenses" - Campeão de Lisboa da época de 1940/41

    🤾O "Team" do Belenenses, Campeão de Lisboa da época de 1940/41 
    e finalista do campeonato de Portugal em Hand Ball 🤾
    🤾Documento cedido pelo Amigo do BI José Torres, editor do Blog INSÉTE🤾 
    ➢post publicado originalmente em 26/10/2009

    Os Componentes da equipa de Handball do Clube de Futebol "Os Belenenses", Campeões de Lisboa de 1940/41


    "Os componentes da equipa de handball do Clube de Futebol "Os Belenenses", brilhante vencedora do campeonato de Lisboa, visitaram na quarta-feira o nosso jornal. 
    Ei-los sorridentes na foto que publicamos, acompanhados pelo nosso director, Sr. Raul de Oliveira, e pelo nosso camarada de redacção Alberto Freitas"

    • Documento cedido pelo Amigo do BI, José Torres, editor do Blog INSÉTE
    • post publicado originalmente em 03/11/2009

    Paulo Lourenço Sobrinho «Palico»

    São Bernardo (SP) Brasil, 11/07/1939
    «Palico» representou o Belenenses nas épocas 1962/63, 63/64 e 64/65

    A comitiva belenense que se deslocou ao Funchal em 1954

    Junho de 1954, o Belenenses desloca-se à ilha da Madeira para disputar a 2ª eliminatória dos quartos-final da Taça de Portugal. Na foto reconhecem-se entre outros, José Pereira, Miguel Di Pace, Serafim das Neves, Ricardo Perez, Pires, Dimas, Diamantino, Carlos Silva, Feliciano e José Sério

    Matateu em grande estilo contra a selecção argentina

    Estádio Nacional, 14 de Dezembro de 1952: Portugal, 1 - Argentina, 3 🠉

    Matateu remata às redes argentinas sob o olhar de Eliseo Mouriño 🠟

    Matateu apresta-se para bater o guardião sportinguista, Carlos Gomes

    Estádio Nacional, 18 de Maio de 1952
    ⚽Pedroto, serviu bem André, este centrou, Gomes não conseguiu interceptar e Matateu meteu a bola nas redes.

    Abdul Romane Nhassengo

    19/01/937 - 07/08/2008

    ⛹Jogador do Belenenses de 1957 a 1965⛹
    Foto (autografada) de Abdul - post publicado originalmente em 10/08/2008