Nem todos os dias se elimina um dos «grandes» do nosso futebol: Assim nasceu um finalista da «Taça» de 1962

Alguns trechos do embate entre o Belenenses e o Vitória de Setúbal disputado no Restelo e donde saiu um dos finalistas da Taça de Portugal de 1961-62.
Em cima, à esquerda, Fernando Vaz, técnico dos sadinos dá as últimas instruções aos seus pupilos, antes do jogo principiar.
À direita, duas fases de um lance muito confuso para a baliza do Vitória. Mourinho não conseguiu deter o remate de Peres, indo a bola a caminho das redes (gravura de cima) mas levantou-se rapidamente e captou-a sobre (?) o risco da baliza (gravura de baixo).
Em baixo, a partir da esquerda: José Pereira, desportivamente, cumprimenta no final o seu antigo treinador, Fernando Vaz, o homem que o lançou na primeira categoria; Dimas e Castro, ontem companheiros, hoje adversários, abraçam-se no final do prélio; a ida à final foi para os setubalenses Alfredo, Mourinho (encoberto) e Mateus motivo de regozijo; Galaz sai do campo e é felicitado pelo massagista do seu clube. A alegria de ambos é admissível. Nem todos os dias se elimina um dos «grandes» do nosso futebol.
Meias Finais:
  • V. Setúbal - Belenenses: 0-0 e 1-0
  • Benfica  - V. Guimarães: 2-2 e 6-0

O 'onze' Belenense que iniciou o jogo no 'Allianz Arena'

Rolando, Hugo Alcântara, Ruben Amorim, Devic, Costinha e José Pedro.
Evandro Paulista, Cândido Costa, Evandro Roncatto, Rodrigo Alvim e Silas

Jogaram também: Amaral, Fernando e João Paulo Oliveira
F.C.Bayern Munich, 1 - C.F.'Os Belenenses', 0

Artur Jorge pelo lápis de Francisco Zambujal

Artur Jorge Braga Melo Teixeira
Jogador do Belenenses durante 3 épocas: 1975/76 a 1977/78
Treinador do Belenenses na época 1981/82, até à 9ª jornada

Vicente Lucas pelo lápis de Francisco Zambujal

Justino Pinheiro Machado, presidente da F.P.F., realçou os valores da simpatia, correcção, classe, e desportivismo, aquando da homenagem nacional a Vicente Lucas, em 1967.

John Mortimor pelo lápis de Francisco Zambujal

John Henry Mortimore
Treinador do Belenenses na época de 1988/89, até á 25ª jornada. Eliminou, vencendo os dois jogos, o Bayer 04 Leverkusen (treinado por Rinus Michels), campeão da Taça UEFA na época anterior.

A Final da «Taça de Portugal» de 1989 vista pelo lápis de Francisco Zambujal

A nau de Belém contra o porta-aviões benfiquista
Marinho Peres e Toni caricaturados por Francisco Zambujal. Cartoon, referente à Final da Taça de Portugal de 1989, publicado na primeira página da edição de “A Bola” de 27 de Maio de 1989

Os 4 Campeões do campeonato nacional de 1970/71 pelo lápis de Francisco Zambujal

Campeão ANTES do campeonato: Joaquim Meirim - Belenenses
Campeão A MEIO do campeonato: Fernando Vaz - Sporting
Campeão A 3 QUARTOS do campeonato: António Teixeira - FC Porto
Campeão NO FIM do campeonato: Jimmy Hagan - Benfica

Joaquim Meirim e Manuel de Oliveira pelo lápis de Francisco Zambujal

Época 1970/71, vésperas do jogo Farense - Belenenses (1-0) - O jogo da jornada
  • Joaquim Meirim: Com os meus planos técnico - táctico - fisíco - estratégico - psicológicos, vou escrever outra letra da palavra 'campeão' SR. MANEL !!!
  • Manuel de Oliveira: Aqui não risca nada, SR. JAQUIM !!!

Ángel Zubieta Redondo pelo lápis de Francisco Zambujal

Inicio da época de 1968/69: José Maria Pedroto (FCP), Ángel Zubieta Redondo (CFB), Fernando Vaz (VFC), Otto Glória (SLB), Mário Lino (SCP), Mário Wilson (ACC) e Jorge Vieira (VSC).

Ángel Zubieta Redondo foi treinador do Belenenses até à 12ª jornada, tendo sido, curiosamente, substituído por Mário Wilson (que, por sua vez, tinha sido 'chicoteado' na Académica à 10ª jornada) tomando a direção da equipa na 14ª jornada. Zubieta, já tinha sido treinador do Belenenses nas últimas três (3) jornadas da época de 1963/64.

Como curiosidade, refira-se que da «lista» acima, somente Pedroto e Mário Lino não treinaram o Belenenses.

Equipa de Iniciados do Belenenses da época 1973/74

"20/07/1974: E tudo começou aqui - antes da final do Distrital de Iniciados onde jogámos com o Sporting e apenas apresentámos nove jogadores, pois não pudemos inscrever jogadores. Perdemos 2-1."

De pé: Dr. Castro, Inácio Rebelo, Simões, Figueiredo, Belchior, 'Manel Careca', Frederico, Mendes, Manuel Vaz, Leitão, Jales e o Seccionista Jales.
Agachados: Luís, Zé Manel Rebelo, Cruz, Álvaro Fernandes, Duarte, Leonel 'Ratinho' e Térrinha.
Foto e texto do amigo do BI, Zé Manel Rebelo

Equipa de Juvenis do Belenenses da época de 1974/75

Época 1974/1975 - Estádio da Luz
Meia Final do Campeonato Nacional de Juvenis
Benfica, 1 - Belenenses,  2

De pé: Camões, Paulo Gomes de Oliveira, Álvaro Fernandes, Armindo, Jales e Zé Manel Rebelo. Agachados: Manuel Vaz, Zé Francisco, Ângelo, Abílio e Térrinha

Eurico Mendonça de Caires

Eurico Mendonça de Caires
Funchal, 5/08/1952 -13/11/1989
Jogador do Belenenses da época de 1977/78 até 1981/82

Paulo Sérgio Bento de Brito

Paulo Sérgio Bento de Brito
Nasceu em Lisboa em 19 de Fevereiro de 1968
Representou o Belenenses de 1988/89 a 1992/93

"O treinador do Vitória de Guimarães  disse ver "com grande mágoa" a descida de divisão do Belenenses, clube em que jogou durante várias épocas e que ontem saiu derrotado na "Cidade Berço", na 28.ª jornada da Liga de futebol (2-0). 
"Estive lá desde os 19 até aos 26 anos e o 'Belém' marcou-me para toda a vida. Se não trabalhasse em futebol, diria que o clube por qual eu torço é o Belenenses", afirmou Paulo Sérgio, futuro treinador do Sporting. 
O técnico disse ser "com grande mágoa" que vê o Belenenses cair. "Parece ser cíclico, quatro, cinco anos e desce à II liga. Há que repensar tudo e que volte ao convívio com os grandes em breve", desejou"
Expreso Online, 27 de abril de 2010
   

Pedro da Conceição Tavares

Pedro, vindo do Vitória de Setúbal, jogou no Belenenses na época 1971/72 - 1 golo marcado em 18 jogos no campeonato, sendo que em 13 deles foi titular substituído ou suplente utilizado -  transferindo-se de seguida para o União de Tomar.
Na pré-temporada da época 1971/72, o jornal «A Bola», num dos típicos inquéritos de inicio de época, perguntou aos treinadores das equipas de futebol da 1ª divisão, quem eram os maiores candidatos ao titulo do campeonato que em breve começaria.
Joaquim Meirim - treinador do Belenenses na época anterior - afirmou que: tendo em conta a 'base' que tinha 'deixado' no clube e a excelente contratação de Pedro - na sua opinião, o melhor jogador português - o candidato mais bem colocado era claramente o Belenenses.
A 'malta' sorriu com mais uma à Meirim. Mas que o Pedro era um grande-grande jogador, lá isso era.

Vítor dos Santos Silva

Vítor Silva, nasceu em Lisboa (S. João da Pedreira) em 12 de Junho de 1938. Foi júnior em 1956/57. Subiu à equipa sénior em 1957/58, onde jogou até 1961/62. O Belenenses emprestou-o ao Lusitano de Évora na temporada de 1962/63, para não mais regressar ao Clube, enquanto jogador.

O meu avô é do Belenenses

O MEU AVÔ É DO BELENENSES. Um dia, convidou-me a ir ao Restelo ver o Belenenses-Penafiel, num sábado à tarde. Não me lembro do resultado, nem do ano, muito menos do dia e do mês. Entre puxar pela cabeça e procurar nos arquivos... eureka! Foi a 1 de Novembro de 1987 e acabou três a um. Em pastéis de Belém, quem ganhou fui eu.

O meu avô é do Belenenses e ontem à noite pensei em convidá-lo para ver o Belenenses-Atlético de hoje. Porque sim. Porque rejuvenesce quando conta detalhadamente as viagens e os jogos na época (45-46) em que o Belenenses foi campeão com ele na bancada ou no peão. Porque entusiasma-se quando descreve episódios da intensa rivalidade entre os dois clubes na 1.ª divisão nos anos 40 e 50. E porque sim, outra vez.

O meu avô é do Belenenses mas não pode ir ao jogo de hoje. Porque a morte é injusta e aparece invariavelmente associada a uma palavra: hora. Não era a hora. Não era o momento dele. Para o João Lourenço, ainda lhe faltava muita coisa por fazer. Uma delas era aceitar o meu convite para hoje.

O meu avô continua a ser do Belenenses. 

por Rui Miguel Tovar, Publicado, aqui, com o título 'Uma viagem ao Restelo' em 20 de Agosto de 2011  

Gonzalez ía para Madrid mas... ficou em Belém

Muita gente desconhece como é que Francisco Gonzalez, um jovem paraguaio de 23 anos, foi parar ao Belenenses com toda a sua excelente bagagem futebolística.
Ele jogava no Guarany, no Paraguai, quando um empresário se lembrou de o enviar à Europa, mais precisamente ao Real de Madrid, que, na altura, procurava um extremo-esquerdo de categoria.
"Vais à experiência…- disse-lhe o amigo empresário - mas com o futebol todo que tens no corpo estou certo que ficas mesmo no Real Madrid, o clube de Espanha que tem boas pesetas para chegarmos a um rápido entendimento…
Assim estava combinado, mas… o tal empresário era amigo de Scopelli e soube que o categorizado técnico estava em Portugal a treinar o Belenenses.
Isso deu novo rumo à viagem do jovem Francisco Gonzalez, obrigando-o a fazer escala em Lisboa, com passagem por Belém. Scopelli, maravilhado com o futebol do jovem paraguaio já não o deixou ir para Madrid.
E assim o Belenenses ficou com um excelente jogador, de grande influência no bom rendimento da equipa nas épocas de 1974-75 e 1975-76 (*). A sua rápida adaptação ao futebol português, valorizou extraordinariamente a turma de Belém.
Além de um tecnicismo muito apurado, Gonzalez possui o dom mais raro num futebolista: é goleador.
Mais 40% dos triunfos belenenses, nas últimas épocas, devem-se ao talento do jovem paraguaio, um pequeno jogador (1,72m de altura e 70 kilos de peso) que é um embaraço constante para as defesas que enfrenta.
E aqui têm em traços largos um pouco da vida deste grande jogador, que esteve com um pé dentro do Real Madrid, mas…acabou por ficar em Belém!
Com este breve apontamento abrimos a história da vida de um grande jogador, notável ídolo do desporto das gentes de Belém. Ele é dos melhores estrangeiros que têm passado pelo belenenses e pelo futebol português. Um valor positivo por todas as qualidades: de desportista e de homem!
(*) Francisco Gonzalez, foi vice-campeão nacional em 1972/73.

Gonzalez era um jogador operário e humilde mas com grande classe: técnica, velocidade e poderoso remate

"É um jogador extraordinário pela sua velocidade e pela sua técnica. É oportuno quando dentro da área e tem grande poder de remate e colocação. É uma autêntico operário da equipa. É um profissional que se alia da sua categoria de jogador para se integrar numa equipa que não há vedetas. Gonzalez, embora seja um jogador de grande classe, tem características onde a humildade tem lugar" Gonzalez, definido por Peres Bandeira.  
Foto: em jogo contra o União de Tomar, vitória por 2-1, a contar para o campeonato nacional de 1972/73, Gonzalez vai ultrapassar o «nabantino» Manuel José sob o olhar de João Cardoso e Calado.

Ouro para Raul Figueiredo

Record distingue o antigo internacional e capitão do Belenenses com a sua medalha de mérito.

Quem é Raul António Leandro FIGUEIREDO ?
  • Nasceu em Olhão em 30 de Março de 1930
  • Representou o Belenenses de 1945 a 1960
  • Jogou 112 jogos na 1ª divisão e 14 na Taça de Portugal
  • 30º jogador Internacional “A” do Clube de Futebol “Os Belenenses” (Ex aequo com VICENTE).
    3 Internacionalizações enquanto jogador do Belenenses.
    Total de Internacionalizações: 3
    Estreia a 3 de Junho de 1959 contra a Selecção da Escócia (1-0).
    Posição: Defesa - Golos marcados: Nenhum
  • Vice-Campeão Nacional de 1954-55
  • Vencedor da Taça de Portugal de 1959-60

Alexandre Pais entregou o 'Record' de Ouro a Raul Figueiredo


"Tive há dias o gosto de entregar o Record de Ouro a um dos ídolos da minha infância, Raul Figueiredo, defesa-central e capitão do Belenenses.

Vi-o na década de 50, em inúmeros jogos nas Salésias, para onde me deslocava pela mão do meu pai, um fervorso adepto dos azuis e que me transmitiu a sua paixão.

Quase 60 anos depois, foi com emoção que abracei Raul Figueiredo, e com prazer que o ouvi citar uma dezena de jornalistas, já quase todos desaparecidos, e que ele recordou como agradecimento pelo apoio que lhe deram ao longo dos anos.

Recebi depois a simpática carta que reproduzo abaixo e que revela a também elevada craveira moral de um desportista que só tem admiradores na redação de Record.

Um abraço, Raul!

Reprodução do 'post' publicado por Alexandre Pais, no seu blog 'Quinta do Careca', que pode visitar clicando aqui.

Belenenses - F.C.Pôrto da época 1938/39

Situação difícil para as rêdes do Pôrto: com dois adversários à ilharga, Artur Quaresma e Gomes, o guardião nortenho, Soares dos Reis, rechaçará a sôco. Olhos postos na bola estão Carlos Pereira, Sacadura e Jesus.

Capa da revista "Stadium" nº 363 de 25 de Janeiro de 1939

Severo Tiago foi o primeiro futebolista português campeão nacional e internacional em duas modalidades desportivas

Terá sido o Severo Tiago o primeiro futebolista português internacional em duas modalidades? julgamos que sim. 
Houve o Guilherme Espírito Santo, também em futebol e atletismo e o Jesus Correia, em futebol e hóquei em patins. Houve mais, mas o Severo é o mais antigo.

Uma situação difícil de repetir nos tempos que correm. Não estamos a ver o Mozer a jogar à bola e a fazer barreiras, nem tão pouco o Rui Barros a jogar na Juventus e a lançar o peso.

Mas os tempos eram outros…«o futebol parava nos meses de verão e eu gostava de praticar atletismo, sobretudo correr. Como já trabalhava na Shell, todas as manhãs, antes de pegar no trabalho, dava um salto às Salésias para me treinar. Lembro-me que havia uma vizinha que morava em frente do campo e, quando se levantava e abria a janela, dizia 'lá anda o maluco'…mas eu não me importava, gostava de me preparar, de manhã no atletismo e ao fim da tarde, no futebol».

A sua especialidade, como dizíamos, eram as corridas de velocidade, 100 e 200 metros, mas também saltou em comprimento, fez barreiras e chegou a correr nos 400 metros. Mas era sobretudo veloz…"lembra-me uma vez em que se abeiraram de mim uns miúdos que andavam na escola e um voltou-se para mim e disse: o senhor é mais rápido que o comboio rápido».

No seu tempo de jogador, outros futebolistas do Belenenses fizeram atletismo. Só por curiosidade vejamos alguns casos e os tempos registados nas respectivas provas.

Mário Duarte, que foi guarda-redes e diplomata consular após terminar a carreira futebolística, também correu os 100 metros, lançou o peso, saltou em altura e em comprimento, atingiu os 5,61 metros.
Outro, que mais tarde foi também guarda-redes, o José Miranda fez valer os seus méritos com 1,56 metros no salto em altura - e o avançado José Manuel Soares «Pepe», o tal que, hoje, estaria em Itália a marcar muitos golos, fez 20 segundos nos 110 metros barreiras.

Outros: Joaquim Almeida lançou o dardo a 32,80 metros e fez 28 s 7/10 nos 200 metros; Alfredo Ramos correu os 5000 metros (mas não temos o tempo) e João Pedro Belo, no futebol, defesa lateral, foi também, um bom atleta no salta à vara (3,29 metros), saltando em comprimento (5,20 metros) e no triplo (12,17 metros).

O melhor de todos, porém, foi o "internacional" Severo Tiago: 100 metros (11 s 2/5), 200 metros (23 s 3/5) e no salto em comprimento (6,57 metros) - sendo recordista, campeão de Portugal e de Lisboa em todas aquelas provas e na estafeta 4x100 metros.

Henrique Parreirão, in jornal "Record", final da década de oitenta
Caricatura de Severo, de autoria de José António Marques, datada de 1927