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A tarde em que o José Mário (Mourinho) marcou três golos

José Mário, José Mário, José Mário. Três golos deste rapaz de 19 anos na maior goleada de sempre do Belenenses em jogos da Taça de Portugal: 17-0 ao Vila Franca do Campo, de São Miguel, Açores, para os 64 avos de final. 

Ajuda acrescentar outro nome a este José Mário para a notícia ter esta relevância de uma página inteira: é Mourinho, o actual treinador do Inter. 
E foi há 27 anos.

Num fim-de-semana com chuvas torrenciais em todo o país, que obrigaram à interrupção de nove dos 64 jogos agendados, o Belenenses-Vila Franca é uma chuva de golos. Foram 17 mas podiam ter sido pelo menos 19, atendendo ao facto de o árbitro Amândio da Silva, de Setúbal, ter anulado dois golos a Bule.

No Restelo, três mil pessoas (nesta época 2009-10, só uma vez é que o Belenenses superou estes números em seis jogos, e foi com o Benfica) saíram de casa a um sábado à tarde para assistir a uma goleada esperada mas pouco usual, entre uma equipa da 2.ª divisão e outra dos distritais, que se qualificara para a segunda eliminatória através de um triunfo apertado (2-1) sobre o Despertar, de Beja.

Abriram a torneira então, vamos lá. É intervalo no Restelo. O marcador assinala 8-0, com golos de Djão (11' e 18'), Simões (15'), Avelar (22' e 26'), Jorge Silva (35'), Sambinha (38') e Bule (39'). 

Ao intervalo, o treinador substitui o moçambicano Djão por José Mário. O Mourinho, lançado pelo pai Félix.

Aos 48, Mourinho faz o 9-0. Bule (55'), Jorge Silva (63') e Carlos Alberto (78') ampliam para 12-0. Mourinho festeja o 13-0, aos 80'. Segue-se um bis de Jorge Silva (82' e 86') e, depois, o hat trick de Mourinho, aos 88', que corre para os braços do pai, que lhe deu uma rara oportunidade. É Avelar quem fecha a contagem, nos descontos.

Na eliminatória seguinte, o Belenenses foi derrotado no Bessa por 3-0. Relegado para a 2ª divisão pela primeira vez na sua história, o Belenenses apostava no experiente técnico Mourinho Félix para retomar o lugar entre os grandes, mas as coisas correram mal e o pai de José Mourinho acabou chicoteado - já com Fernando Mendes, os azuis acabaram por ficar em 4º lugar da zona sul da 2ª divisão -, não sem antes entrarem na história belenense com o tal resultado hiperdilatado.

Já o filho José Mário, formado no Belenenses, com passagem por todos os escalões jovens até atingir a maioridade, não deu seguimento à carreira de futebolista, preferindo os estudos da táctica que lhe garantem o reconhecimento além-fronteiras como treinador.

Após Rio Ave (1981-82) e Belenenses (1982-83), Mourinho representou o secundário Sesimbra (1983-85) e acabou na 3ª divisão, com o Comércio e Indústria (1985-87), em Setúbal. Não fez qualquer jogo na 1ª divisão, embora fosse suplente não utilizado numa ocasião, pelo Rio Ave, treinado pelo pai.

Como curiosidade, de referir que o Belenenses sénior nunca mais encheu o cabaz daquela forma - já os infantis «A» festejaram 17 golos, a 30 de Outubro de 2004, em Algés.

Por Rui Tovar, Publicado em 07 de Novembro de 2009, no jornal i

Cagica Rapaz, Libero e Directo: O Belenenses

"O serviço militar levara-me para o Porto, mas era meu desejo voltar para a região de Lisboa. A CUF não dava mostras de poder conseguir a minha transferência para uma unidade próxima do Barreiro, e Meirim manifestou o desejo de contar comigo no Belenenses onde, segundo julgava, havia gente influente no campo militar.

Estamos no Verão de 1970 e Meirim já incendiara as hostes azuis ao deixar no ar a promessa de ser campeão. Eram as bombásticas declarações do treinador, sua foi a responsabilidade…

Contrariamente às expectativas, só em Janeiro de 1971 consegui vir para perto de Lisboa, para o Campo de Tiro da Serra da Carregueira. A época ia a mais de meio, a nau azul afundava-se, Meirim foi despedido e, como consequência directa e lamentável, alguns dos jogadores mais próximos do treinador foram proscritos, apontados a dedo, colocados à margem.

Eu, que mal acabara de chegar, fui um deles, sentindo imediatamente que constava da lista negra. O nosso “crime” foi, suponho, termos sido trazidos por Meirim, não vejo outra razão nem alguém jamais se dignou dar a menor explicação.

Embora tal atitude fosse injusta e absurda, teria sido possível abordar a questão com um mínimo de dignidade, o que não sucedeu.

Apesar de eu ter um contrato de seis meses (que estava em curso) e outro de três anos, teria entendido que o clube desejasse alterar a sua posição. Estava no seu direito e, civilizadamente, poderiam ter-me exposto o assunto. Através de diálogo, teríamos certamente chegado a um entendimento, mas, em vez disso, o que aconteceu foi terem-me ostensivamente colocado na situação de indesejável, sem uma palavra, sem uma observação, sem a menor crítica ou acusação.

Até que o treinador-adjunto Mourinho Félix deixou escapar a assunção de que os dados estavam viciados, quando o surpreendi a fazer a convocatória antes do (normalmente determinante) treino de conjunto da 5ª feira. Manifestei-lhe a minha estranheza perante tal procedimento que provava, de forma inegável, que tudo era decidido previamente, de nada servindo o esforço ou o valor de alguns elementos, condenados que estavam, sem apelo, ao afastamento. Perguntei-lhe até se valia a pena ir treinar, sabendo de antemão que não seria convocado. A resposta de Mourinho Félix foi de antologia: - “O azar foi tu teres chegado atrasado, senão não tinhas visto e nunca saberias de nada”.

Azar para quem? Para mim não, porque já estava julgado e condenado sem conhecer a acusação e sem ser ouvido. Azar foi para ele que se viu descoberto e não teve arte nem reflexos para arranjar sequer uma desculpa, uma finta discursiva para camuflar a prática suspeita.

Recordo-me de ainda ter visto o jovem Mourinho defender as balizas do Vitória no velho e pelado campo dos Arcos, recebendo o testemunho do veterano Batista. Mais tarde, admirei o seu profissionalismo ao serviço do Belenenses, como jogador sério e de certa valia. Por isso tenho certa dificuldade em compreender as atitudes do mesmo Mourinho Félix nas funções de treinador-adjunto.

Curiosamente, por acaso, cruzámo-nos, há pouco tempo, em Setúbal. Ele não me viu, eu não o chamei. Estamos trinta anos mais velhos, e não pude deixar de reflectir sobre tudo isto, sobre a verdadeira importância destes incidentes nas nossas vidas. Que motivações o terão levado a agir assim? Que balanço, em consciência, terá feito? Terá achado que actuou com isenção e justiça? Terá ficado em paz, admitindo ter defendido o superior interesse do Belenenses? Que palavras teríamos trocado se tivéssemos agora chegado à fala, ao fim de mais de trinta anos, no limiar da velhice? Até que ponto será útil recordar o passado? Mas, por outro lado, por que razão haveria de silenciar comportamentos desta natureza?

Embora a fase das ilusões sobre o futebol já tivesse passado havia muito, tive pena porque continuava a ter simpatia pelo clube e tencionava acabar ali, mais tarde, a minha carreira. Assim, abandonei cedo de mais, profundamente desiludido.

Nesse Verão de 71, pus a acção, continuei no serviço militar e aguardei. Três anos depois, o Belenenses pagava-me o que o tribunal decidiu…"
Texto retirado do Blog BOA NOITE, Ó MESTRE! (IN MEMORIAM ANTÓNIO CAGICA RAPAZ)

Mourinho: O Matateu era um fenómeno dentro da área, melhor até que o Eusébio


José Manuel Mourinho Félix
Ferragudo - Lagoa, 12/02/1938
Setúbal, 25/06/2017

Defendeu a baliza Belenense de 1968/69 a 1973/74

Treinador-adjunto de Homero Serpa, após demissão de Joaquim Meirim, na época de 1970/71 

Treinador principal na época de 1982/83

Vice-Campeão Nacional de Futebol da época 1972/73

39º jogador Internacional “A” do Clube de Futebol 
“Os Belenenses” 
_________________________

"Comparei as luvas do Petr Cech com as minhas e é para rir"

- Entrevistámos o Eusébio há um mês para a edição de Natal e ele falou-nos de um penálti falhado por ele, na estreia, com o V. Setúbal. O guarda-redes era o Félix. Lembra-se disso?
- Sim. Há coisas que não nos esquecemos.
- Mas Eusébio ainda não era Eusébio. Era só um menino de 19 anos.
- É verdade, mas já se via aquilo que ia ser. Tenho até uma história curiosa. Uma vez [entre a chegada de Eusébio a Portugal em Dezembro de 1960 e a sua estreia oficial em Junho de 1961], encontrei o José Augusto por acaso e perguntei-lhe: ''Então, que tal é o homem? É tudo aquilo que a imprensa escreve?'' A resposta dele foi só esta: ''Alguém tem de sair para ele entrar'' [acabaria por ser Santana]
- E do penálti em si, do que se lembra?
- Foi uma defesa por instinto. O Eusébio atirou para a minha esquerda e defendi. Foi ali nos Arcos [e Félix aponta para a sua frente, em direcção ao Bonfim].
- E mais?
- Tenho mais histórias, sim. Olhe, só joguei por dois clubes: V. Setúbal e Belenenses. Na inauguração dos estádios deles, defendi um penálti. Na inauguração do Bonfim, defendi um penálti da Académica. No primeiro jogo oficial no Restelo, pelo V. Setúbal, defendi um penálti do Matateu.
- "Só"?
- Também defendi um penálti do Yazalde, no Restelo, num Belenenses-Sporting.
- Eusébio, Matateu e Yazalde: os três avançados mais completos da sua era.
- Sem dúvida. O Matateu era um fenómeno dentro da área, melhor até que o Eusébio. Quero dizer, dentro da área, a rodopiar sobre os adversários. Fora dela, o Eusébio foi o rei. O Yazalde era um espectáculo para qualquer um. De um fair-play sensacional.
- E esses três penáltis foram defendidos com luvas ou sem?
- Naquela altura, sem luvas.
- Como???
- Era moda, sem luvas e cuspo nas mãos. Só comecei a usar luvas a meio da carreira, quando torci o pulso. Vesti as luvas para remediar.
- E como eram elas?
- De borracha. E é curioso, porque o meu filho guardou as minhas últimas luvas e há dias estávamos a compará-las com as luvas do Petr Cech. É para rir. Eu digo sempre isto ao meu filho: só gostava que um guarda-redes de agora fizesse um treino sem luvas. Ui, que dor!
- Mas então nunca lhe aconteceu um acidente à Cech na cabeça?
- Uma vez. Num Belenenses-Varzim. Perdi a memória. Não me lembro de nada mas lá continuei na baliza. Depois, fui para casa. Se fosse agora, ia para o hospital, seria observado...
- Quando é que foi para guarda-redes?
- Quando é que eu fui para guarda-redes? (olha para o ar, pensativo, repete a pergunta) Nasci no Algarve (Ferragudo) e comecei a jogar à bola. Com os moços da minha idade, era avançado. Com os homens, ia para a baliza. Como andava calçado, graças a Deus, eles mandavam-me para a baliza. Mas o curioso é que a primeira proposta que tive foi do Olhanense, para jogar à ponta-esquerda. Eles tinham-me visto naqueles jogos entre terrinhas (risos).
- E recusou?
- Sim.
- Então porquê?
- Disse ao senhor que não era ponta esquerda, era guarda-redes.
- E como chegou a júnior do V. Setúbal?
- Uns dois anos depois, um senhor viu-me jogar à baliza e convidou-me.
- Quem era o guarda-redes do Vitória?
- O Baptista. Já tinha 36/37 anos. No ano seguinte, eu substitui-o.
- Em que jogo?
- Atlético-V. Setúbal, 2-1.
- Quem foi o treinador que o lançou?
- Biri, Janos Biri, um húngaro campeão nacional pelo Benfica. Na verdade, ele lançou-me nos juniores. Nos seniores, foi um italiano chamado Rino Martini, antigo guarda-redes do Milan e até da selecção italiana. Ele gostava muito de mim e deu-me a camisola dele. Era preta e e eu joguei com ela! O equipamento não era totalmente preto, porque as meias eram verdes, cor do Vitória.
- E como é que o Félix se definia?
- Era ágil. Bom entre os postes, menos bom fora. Como era franzino, tinha mais dificuldades nos cruzamentos.
- Uma espécie de Bento, portanto?
- Se fosse mais alto, o Bento seria o melhor guarda-redes de sempre. Ou perto disso. Era ágil, saía-se bem, jogava bem com os pés. Até marcou penáltis.
- E o Félix, com os pés?
- Olhe, o meu neto quer ser guarda-redes. Às vezes, jogo com ele e dou-me bem com os pés (risos). Safo-me, claro. Então, tinha sido ponta-esquerda no Algarve...
- Qual foi a sua melhor defesa?
- Cabeceamento de Espírito Santo num V. Setúbal-Benfica. A bola ia entrar no ângulo superior. Saltei e agarrei-a. Tenho a foto desse lance lá em casa. Por trás da baliza.
- Fantástico. E o seu maior frango?
- Num Belenenses-V. Setúbal, eu como guarda-redes do Vitória. Estava a jogar tão bem que nem acreditei no meu erro. Na pressa de reatar o jogo, quis agarrar na bola e organizar um ataque. A bola fugiu-se-me por entre as mãos. Fiquei irritado.
- Com ou sem luvas?
- Sem luvas, ainda.
- Ah, outros tempos.
- Sim, claro. O futebol evoluiu muito. No meu tempo, íamos à Luz ou a Alvalade para perder por poucos. 1-0, 2-0... Já ganhei em Alvalade, como jogador do V. Setúbal. Mas nunca ganhei na Luz. Nem nas Antas. Bem, nas Antas, só ganhei como treinador.
- Por quem?
- Rio Ave, em 1981-82.
- Rio Ave? Um feito.
- Sim, ganhámos 2-1. O treinador do FC Porto era Hermann Stessl, um austríaco.
- Já que está a falar disso, aproveito para lhe perguntar sobre um Sporting-RIo Ave, em que um jogador seu lesionou-se no aquecimento e o Félix queria substitui-lo pelo seu filho José, algo que não foi aprovado pelo presidente do clube.
- Não foi bem assim. Um jogador lesionou-se mas o meu filho não ia jogar. Ia para o banco de suplentes.
- E o presidente?
- Tentou meter-se na conversa mas ficou por ali. No final da época, pedi para sair.
- Quem era o presidente do Rio Ave?
- José Maria Pinto.
- Como treinador do Rio Ave, também chegou à final da Taça de Portugal.
- Perdemos 4-1 mas foi uma festa. Romaria de Vila do Conde até ao Jamor... e recebi os parabéns do Pedroto.
- O treinador do FC Porto?
- Sim. Eu conhecia-o há muito. Quando ele estava no fim da carreira, defrontei-o algumas vezes.
- Quando o Félix começava no V. Setúbal?
- Sim. O Pedroto era um médio com técnica e bom remate.
- Em Setúbal, o Félix só jogava futebol?
- Não, isso não dava. Também trabalhava: funcionário da câmara de Setúbal.
- E quando foi para o Belenenses?
- Aí, como o salário era melhor, deixei o meu emprego na câmara.
- Mas continuou a viver em Setúbal?
- Sim. Aliás, essa foi uma das minhas condições quando assinei pelo Belenenses.
- E o que se lembra dos tempos no Restelo?
- Da rivalidade com o Atlético. Aquilo era pesado (risos). Uma vez, veja lá bem, o guarda-redes deles lesionou-se, o segundo guarda-redes também se lesionou, teve de ir o Candeias para a baliza e só ganhámos 1-0 de penálti. E também me lembro de ter sido convocado pela selecção AA. Fomos à Minicopa, 37 dias juntos no Brasil. Perdemos a final com o Brasil. Eu entrei nos últimos 15/10 minutos com a Rep. Irlanda, lançado pelo José Augusto, o seleccionador. Ainda tenho a camisola desse jogo.
- E mais memórias do Belenenses?
- Outro penálti. Desta vez, eu não defendi. Foi cá uma berlaitada do Gento (risos).
- Do Gento. O Gento, do Real Madrid?
- Pois. Foi na minha primeira época no Belenenses (*). Acabámos o campeonato em segundo lugar e fomos convidados para ir a Madrid, por ocasião dos 25 anos do Chamartín (Santiago Bernabéu, casa do Real Madrid). Era o jogo de despedida do Gento e ele lá teve de marcar o golo da ordem. Aquilo não foi penálti (gargalhadas).
- Grande honra...
- É verdade, mas há história nesse jogo.
- Então?
- Éramos para ir de avião, mas houve qualquer coisa que nos impediu de ir. Tivemos de ir de comboio, A noite toda, em vagões-cama. Chegámos a Madrid às cinco ou seis da manhã e quem estava lá à nossa espera? O Gento. Com uma impecável gabardina bege. Cumprimentou-nos um a um e levou-nos ao hotel. Um cavalheiro. Nesse amigável, o Real Madrid ganhou 2-1 ao Belenenses e o Eusébio jogou pelo Real Madrid.
Entrevista por Rui Tovar, Publicado no jornal 'i' em 26 de Janeiro de 2011

(*) Nota do editor do BI: esse jogo foi em 14 de Dezembro de 1972, 4ª época de Mourinho no Belenenses e não na 1ª época como é referido, certamente por lapso ou falha de memória.

Faleceu Mourinho

José Manuel Mourinho Félix
Ferragudo - Lagoa, 12/02/1938 - Setúbal, 25/06/2017
⚽Defendeu a baliza belenense durante 6 épocas (1968/69 a 1973/74). Foi treinador do Belenenses em 1970/71 (como adjunto de Homero Serpa, após demissão de Joaquim Meirim) e 1982/83. Vice-Campeão Nacional, da época 1972/73. É o 39º jogador internacional “A” do Clube de Futebol “Os Belenenses”. Foi titular absoluto (30 jogos/2.700 minutos) nos campeonatos de 1971/72 e 1972/73.
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Mourinho Félix






Mourinho Félix - Pai do treinador José Mourinho, defendeu com muita eficácia as redes do Belenenses desde 1969 a 1974, tendo chegado a internacional. 

Enquanto jogador, chegou a ser adjunto do treinador (Homero Serpa, que serviu o clube dessa forma numa emergência). Vice-Campeão-Nacional em 1973.

Mourinho: 39º jogador internacional (5º guarda-redes) «A» do C.F. "Os Belenenses"



📷Mourinho, Adolfo, Humberto Coelho, Messias, Matine, Artur e José Henrique
Nené, Artur Jorge, Eusébio, Peres e Toni
José Manuel Mourinho Félix, foi o 39º jogador Internacional do Belenenses (5º guarda-redes). A internacionalização foi alcançada na «Minicopa» (1972), disputada no Brasil, na qual Portugal foi finalista vencido. 

Jimmy Hagan e Fernando Mendes pelo lápis de Francisco Zambujal

  • Jimmy Hagan foi treinador do Belenenses na época 1980/81 (substituiu Peres Bandeira) - 11º lugar.
  • Fernando Mendes foi treinador na época 1982/83 (substituiu Félix Mourinho) e na época 1983/84 (substituído por Jimmy Melia) - ambas as épocas na 2ª divisão.

Marco Aurélio Siqueira "Imperador do Restelo"


Marco Aurélio foi guarda-redes do Belenenses durante 9 épocas (1998/99 a 2006/07).
Figura na galeria dos grandes “guardiões” do Belenenses, e no pós José Pereira, é da linhagem de Gomes, Ferro, Serrano, Félix Mourinho, Melo, Delgado, Justino, Jorge Martins, Pedro Espinha, ou Ivkovic

Jogadores do Belenenses em "Bonecos da Bola" de 1969

José Manuel Félix Mourinho, Estevão Mansidão, Ernesto Almeida, Roberto Marcos Saporiti, Alfredo Perrulas Quaresma, Luciano Marques da Silva, Valter Ferreira, Manuel Rodrigues, Vítor Godinho, Fernando Freitas, Eduardo Laurindo da Silva, Fernando Luís Gonçalves e Manuel Esteves.

Equipa de Honra do C.F.«Os Belenenses» da época 1968/69

Quaresma, Cardoso, Alfredo Murça, Esteves, Benvindo Assis e Félix Mourinho 
Laurindo, Walter Ferreira, Luciano, Sérgio e Vítor Godinho

Plantel do C.F. «Os Belenenses» da época de 1970/71


Homero Serpa (Director Técnico), José Manuel Félix Mourinho (jogador e treinador de campo), Celestino Ruas, Alfredo Quaresma, João Cardoso, Estêvão, Ferro Pais, Pena, Alfredo Murça, Freitas, Amaral e Vítor Cabral.
Djalma, Arlindo, Virgílio, Aurélio Gomes, Laurindo, Camolas, Carlos Serafim, Ernesto e Godinho.

"Esta já é uma excelente equipa, longe das equipas entre 66 e 69, com a crise do Estádio, etc., épocas de pouca estabilidade. Deve ter sido na época seguinte que o Carlos Serafim, a nossa maior promessa, teve uma grande lesão, que o afastou do futebol. 
No ano seguinte, 71/72, já não me lembro do técnico (Mário Wilson?), com Murça, Quinito, Estêvão, aquilo é que era jogar. Que diferença para os dias de hoje. O Estêvão tenha um pontapé notável e a centrar o pé esquerdo era uma autêntica colher. 
Muitos outros estão aqui e eram excelentes jogadores - João Cardoso veio do Sacavenense como extremo-esquerdo, foi em boa hora adaptado a defesa-esquerdo. Pena que o clube não o tenha segurado no pós-25 de Abril. Como o Freitas e o Laurindo. 
Quando o Fredy recuou para defesa esquerdo, na 4ª feira, lembrei-me do João Cardoso. Do Godinho, internacional A, que esteve para ser dispensado, nos anos anteriores, do que me lembro mais foi quando recuou para jogar com o Gonzalez pela esquerda. Minha nossa. Vi muitos defesas direitos de gatas atrás da bola, era um show. 
E atenção ao guarda-redes, que era banco em Setúbal (do Vital, ex-Lusitano de Évora), e recuperou a carreira no Belém onde ainda jogou 5 épocas talvez, com resultados muito honrosos da nossa equipa.
Os Mourinhos são de Setúbal, mas não podem negar uma ligação quase umbilical ao Belém." José, texto retirado dos comentários a este post

Equipa de honra do Belenenses visita Oliveira de Azeméis para um jogo amigável com a União Desportiva Oliveirense

27 de Outubro de 1968
Da esquerda para a direita: Ernesto, Sérgio, Benvindo Assis, Saporiti (acabado de chegar a Portugal), António Caetano, Walter Ferreira, Félix Mourinho, Freitas, Alfredo Murça e Alfredo Quaresma.
Na equipa da Oliveirense, realce para os ex-juniores belenenses Boiadas e Vítor Moia, respectivamente segundo e décimo a contar da esquerda, que foram moeda de troca na transferência do guardião Ferro para Belém.

Joaquim Meirim: Ser treinador é viver o padre, o psicólogo, o pedagogo, o político, o preparador físico, o táctico

⛹ Joaquim Meirim teve um tempo e, diga-se, foi um tempo divertido. 
O escritor e jornalista Mário Ventura escreveu um artigo em "A Bola" de 1 de Outubro de 1970 com o título "Meirim entrou na vida de todos nós", e José António Saraiva, o circunspecto ex-director do "Expresso", e hoje director do "Sol" escrevia no "Comércio do Funchal" em 5 de Abril de 1970 sobre Meirim: "Devo dizer-vos nesta altura que não acredito em bruxas. Pessoalmente, penso que Meirim é o homem que da maneira mais fina entendeu a estrutura caótica, anacrónica, incoerente, do futebol.

Mas a cereja no bolo é um destacável, a vermelho, do suplemento "A Mosca" do "Diário de Lisboa" intitulado "Citações do Presidente Kim-Mey-Rim" que é um pequeno tratado de humor, aproveitando extractos de entrevistas que Joaquim Meirim foi dando aos jornais desse tempo. 

"A Mosca" era um suplemento que se publicava aos sábados, feito por José Cardoso, Pires, Luis Sttau Monteiro, Fernando Assis Pacheco, entre outros figurantes de luxo. Algumas das citações: 
"Eu aos jogadores não peço nada: dou-lhes tudo". "Ser treinador é viver o padre, o psicólogo, o pedagogo, o político, o preparador físico, o táctico". "O que eu terei de incomum é não pactuar com tradicionalismos". "Sou só, única e exclusivamente, um humilde, simples e modesto treinador."
(...) O livro de "Citações do Presidente Kim-Mey-Rim" termina assim: "Balanço de um mês de Revolução Cultural:
Belenenses, 1- Real Gijón, 1
Belenenses, 0 - Bétis, 4"

Como isto deverão ser jogos de preparação e como Meirim começou o trabalho no Belenenses em princípios de Julho, poderemos admitir que será um qualquer sábado de Agosto/Setembro de 1960.
O jornalista de "A Bola", Carlos Sequeira, na edição de 9 de Julho de 1970 faz a reportagem de uma conferência de imprensa em que Meirim desvendou alguns aspectos do seu programa. Como este: "Está também assente que não será concedida a qualquer jogador autorização para contrair casamento no período decorrido entre 27 de Julho e 30 de Maio salvo em caso de força maior que espero não venha a registar-se... concluiu com um sorriso. 
E explica: "Nesse período crucial para a realização dos nossos objectivos os jogadores precisarão de toda a tranquilidade de espírito pelo que terei pura e simplesmente que afastar todo e qualquer foco de perturbação."
➤ Excelente texto de "Gin-Tonic" que encontrámos AQUI no IÉ-IÉ.
Joaquim Meirim foi treinador do Belenenses na época 1970/71 sendo substituído, de urgência, por Homero Serpa e José Manuel Félix Mourinho de modo a evitar a descida de divisão.

O primeiro golo oficial no Estádio do Restelo foi marcado por Matateu e sofrido por Mourinho


No dia 30 de Setembro de 1956 em encontro realizado entre o Clube de Futebol Os Belenenses e o Vitória Futebol Clube, de Setúbal, a contar para a 3ª jornada do campeonato nacional, foi marcado o primeiro golo oficial no nosso Estádio quando iam decorridos 12 minutos de jogo. 
⚽Lançamento lateral de Miguel Di Pace para Carlos Silva, tendo este endereçado a bola para Matateu que rematou de forma imparável para o fundo da baliza à guarda de José Manuel Mourinho Félix, conforme a foto mostra. 
⛹ Estádio com assistência razoável. Resultado final: Belenenses, 5 - Setúbal, 1 (4-0 ao intervalo). Golos de Matateu (2), Dimas (2), Miranda, (1) e Pinto de Almeida (ex-Belenenses) para os sadinos. Matateu falhou um «penalty» aos 29'.
Belenenses - José Pereira; Pires e Moreira; Carlos Silva, Figueiredo e Vicente; Dimas, Di Pace, Miranda, «Matateu» e «Tito».
Vitória - Mourinho; Jacinto I e Orlando; Soares, Graça e Pinto de Almeida; Inácio, Floriano, Jacinto II, Miguel e Serra.
Árbitro: Álvaro Rodrigues, de Coimbra. 

O Belenenses de Joaquim Meirim - que acabou sendo o de Homero Serpa e Mourinho Félix - época de 1970/71

Homero Serpa (secretário-técnico), José Manuel Mourinho Félix (jogador-treinador de campo), Celestino Ruas, Alfredo Quaresma, João Cardoso, Estêvão, Ferro Pais, Pena, Alfredo Murça, Freitas, Amaral e Vítor Cabral. 
Djalma, Arlindo, Virgílio, Aurélio Gomes, Laurindo, Camolas, Carlos Serafim, Ernesto e Godinho.

José Manuel Mourinho Félix

Nasceu em Ferragudo (Lagoa) em 12/02/1938
Faleceu em Setúbal a 25/06/2017
⚽ Foi guarda-redes do Belenenses durante 6 épocas (1968/69 a 1973/74);
⚽ Titular em 131 jogos para o campeonato nacional;
⚽Foi titular absoluto (30 jogos / 2.700 minutos) nos campeonatos de 1971/72 e 1972/73;
⚽Treinador adjunto de Homero Serpa, (após demissão de Joaquim Meirim) em 1970/71 e treinador principal em 1982/83, época de estreia do Belenenses na 2ª divisão nacional;
⚽ Vice-Campeão Nacional de Futebol da época 1972/73;
⚽39º jogador Internacional “A” do Clube de Futebol “Os Belenenses”: jogador internacional uma única vez, a 10 de Maio de 1972, contra a Selecção da Rep. da Irlanda (vitória por 2-1), na «Minicopa» disputada no Brasil.

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Equipa do C.F. "Os Belenenses" Vice-Campeã Nacional da época de 1972/73

 Tomar, 21 de Janeiro de 1973 - 19ª jornada
⮞ União de Tomar, 0 - Belenenses, 6 ⮜
⛹De pé: Alfredo Quaresma (cap.), Minervino Pietra, Fernando Freitas, Alfredo Murça, Jorge Calado e Mourinho Félix. 
⛹AgachadosLaurindo Silva, «Quinito», Luís Carlos, Vítor Godinho e «Paco» Gonzalez.  
⛹Jogaram também: Celestino Ruas (substituiu Mourinho aos 80') e Ernesto Almeida (substituiu Godinho, lesionado, aos 15').
➤Treinadores: Alejandro Scopelli (secretário técnico) e Peres Bandeira (treinador de campo).
⚽Marcadores dos golos: Gonzalez, 2 (aos 26' e 35'), Laurindo, 2 (aos 39' e 67') e Luís Carlos, 2 (aos 51' e 80').  ➤ União de Tomar, 0 - Belenenses, 6.
⛹União de Tomar - Nascimento (Silva Morais, aos 45'); Kiki, João Carlos, Cardoso e Raúl (Fernandes, aos 60'); Fernando Luís, Manuel José e Pedro; Caetano, Raúl Águas e Camolas. 
➤ Treinador: António Medeiros.
➤«Sem deixar qualquer margem para dúvidas, o Belenenses (de Scopelli) foi a Tomar transformar o Nabão em rio «azul» porque os seus jogadores conseguiram uma vitória esmagadora sobre a turma local, a mais expressiva deste campeonato conseguida em terreno adverso.
Daí, pensar-se que os «azuis» do Restelo estão realmente a formar uma senhora equipa: e que o segundo lugar que usufruem na tabela classificativa não é mais que o reflexo de um trabalho consciencioso do técnico argentino e do seu auxiliar Peres Bandeira.
As honras da jornada terão que ir, forçosamente, para os Belenenses que foi a única equipa visitante a conseguir somar os dois pontos da vitória.»
Post publicado originalmente em 23/12/2007 

O "Special One" no Plantel do Belenenses da época 82/83

⮞ O plantel que disputou pela primeira vez o campeonato nacional da 2ª divisão ⮜
⛹Sentados: Mário Paz, Joaquim Pereirinha, Paulo Vilar, Marinho, José Mário Mourinho, Joaquim Simões, Hélder das Mercês e «Djão». 
⛹ fila intermédia: João Silva (massagista principal), Toni Parreira, Bule, Rocha, Avelar, Vicente Lucas (treinador adjunto), Mourinho Félix (treinador), José Pedro, Rúben Cunha, Sambinha, Jorge Silva e Jorge Clara (massagista). 
⛹ fila do topo: Lima, Carlos Alberto, Carlos Torres, Diamantino Figueiredo, Luís dos Santos, Jaime «Tuna» e Caíca.
Post publicado originalmente em 06/06/2013 

A intranquilidade classificativa dos «azuis» e algum «azar» explicam a derrota apesar do nível exibicional dos «leões»

📷 Vítor Damas antecipa-se a Ernesto sob a observação de José Carlos 📷

⚽ Estádio José Alvalade, 25 de Abril de 1971. Campeonato nacional da época de 1970/71: 25ª jornada. Árbitro: Francisco Lobo, de Setúbal.
⛹Belenenses - Mourinho; Pena, Quaresma, Freitas e Murça; Quinito, Carlos Serafim e Estêvão; Camolas (Gomes, aos 87'), Laurindo e Ernesto.
➤ Treinadores: Homero Serpa (secretário técnico) e Mourinho Félix (treinador de campo e jogador)
⛹Sporting - Damas; José Carlos, Laranjeira, Caló e Hilário; Nelson, Tomé (Manaca, aos 79') e Fernando Peres; Chico Faria (Marinho, aos 60'), Lourenço e Dinis.
➤ Treinador: Fernando Vaz
⚽ Marcador: Lourenço, aos 56' e 70'. Resultado final: Sporting, 2 - Belenenses, 0

Mourinho, José Manuel Mourinho Félix

Foi guarda-redes do Belenenses desde a época de 1968/69 a 1973/74 e treinador em 1970/71 (como adjunto de Homero Serpa, após demissão de Joaquim Meirim) e 1982/83