Belenenses firme no «campeonato dos quinze». Ontem, além de ter goleado o União de Tomar, «ganhou» em quatro campos (Guimarães, Antas, Montijo e Lavradio)*

O 'onze' que no dia 21 de Janeiro de 1973 iniciou o jogo em Tomar, contra o União local, referente à 19ª jornada.
'Aos quinze minutos, Godinho, magoado, praticamente, desde o primeiro minuto, foi substituído por Ernesto. A dez minutos do fim, Ruas entrou para o lugar de Mourinho.'

Resultados da 19ª jornada:
CUF, 2 Leixões, 0 - Montijo, 1 Boavista, 0 - Atlético, 2 Beira-Mar, 2 - Benfica, 6 U. Coimbra, 1 Guimarães, 1 Sporting, 1 - Farense, 2 Barreirense, 1 - U. Tomar, 0 Belenenses, 6 - Porto, 2 Setúbal, 0

Classificação geral:
1º Benfica 38, 2º Belenenses 29, 3º Sporting 24, 4º Setúbal 22, 5º Boavista 22, 6º Guimarães 21, 7º Leixões 21, 8º FC Porto 21, 9º CUF 20, 10º Montijo 15, 11º Barreirense 14, 12º Farense 14, 13º Beira-Mar 12, 14º União de Tomar 12, 15º União de Coimbra 11, 16º Atlético 8.

*Titulo e sub-titulo da 1ª página de 'A BOLA' de 22/01/1973

União de Tomar, 0 Belenenses, 6 - "Melodias de rouxinol garras de abutre" - Já não é só determinação, só crença, só garra, mas também do melhor futebol que se joga, hoje, em Portugal

Estádio Municipal de Tomar, 21 de Janeiro de 1973. 19ª jornada
Árbitro – Ismael Baltasar, de Setúbal

U. TOMAR – Nascimento (1) (45m – Silva Morais (1)); Kiki (1), João Carlos (1), Cardoso (2) e Raul (2) (60m – Fernandes (1)); Fernando (1), Manuel José (2) e Pedro (2); Caetano (2), Raul Águas (1) e Camolas (1)

BELENENSES – Mourinho (3) (80m – Ruas (2)); Murça (3), Calado (3), Freitas (3) e Pietra (3); Quinito (3), Quaresma (3) e Godinho (2) (15m – Ernesto (3)); Laurindo (3), Luís Carlos (3) e Gonzalez (3)

0-1, Gonzalez aos 26m; 0-2, Gonzalez aos 35m; 0-3, Laurindo aos 39m; 0-4, Luís Carlos aos 51m; 0-5, Laurindo aos 67m; 0-6, Luís Carlos aos 80m.

«No começo da segunda parte, Silva Morais (1) substituiu Nascimento. Quinze minutos depois, Raul, magoado, cedeu a sua posição a Fernandes (1).

Aos quinze minutos, Godinho, magoado, praticamente, desde o primeiro minuto, foi substituído por Ernesto (3). A dez minutos do fim, Ruas (2) entrou para o lugar de Mourinho.

Ao intervalo, 0-3.

Aos 26 minutos, 0-1. Na marcação directa de um «livre», assinalado para castigar um empurrão de Raul a Laurindo, Gonzalez, apesar do mau ângulo para remate, imprimiu efeito tal ao esférico, que, obrigando-o a descrever um arco caprichoso, o levou a entrar nas balizas de Nascimento, rente à base de um poste.

Aos 35 minutos, 0-2. Foi um golo assombroso. Gonzalez captou a bola no meio-campo do União, dominou um adversário, deu alguns passos em frente. Depois, parou e circunvagou o olhar pelo campo que tinha à sua frente, dando-nos a sensação de estar a escolher o sítio para onde queria fazer seguir a bola. Escolheu o ângulo superior direito das balizas e, com um remate estupendo, fez entrar o esférico por lá.

Quatro minutos depois, 0-3.
Do meio-campo tomarense, Ernesto lançou a bola, em profundidade, por entre os defesas adversários. Rápido no arranque, Laurindo passou por eles, isolou-se na grande área e, quando Nascimento, completamente desamparado, tentou sair-lhe ao caminho, evitou-o, arrastando a bola consigo e rematando-a, depois, tranquilamente, para as balizas desertas.

Aos seis minutos da segunda parte, 0-4. Murça apanhou a bola na zona do círculo central, sobre o lado direito. Foge que foge, passa que passa, atingiu, isolado, a grande área dos nabantinos, onde, tendo apenas Silva Morais, na sua frente e podendo, legitimamente, aspirar a ser ele o marcador do golo, preferiu entregar o esférico a Luís Carlos, que rematou sem dificuldade.

Aos 22 minutos, 0-5. Descida rápida do ataque belenense, com passe final de Luís Carlos para Laurindo, que, já em plena grande área, visou o alvo e acertou nele.

A dez minutos do fim, 0-6. Foi Luís Carlos o autor do golo, numa jogada algo semelhante à que dera a Laurindo o tento anterior e que bem ilustra a facilidade com que os jogadores lisboetas penetraram durante toda a partida, na defesa do União.

Titulo e sub-titulo com indirectas a António Medeiros, treinador do União

Até há pouco, muita gente (toda a gente) achava surpreendente o facto de o Belenenses, com os jogadores do ano passado, mais o ex-nabantino Calado e o paraguaio Gonzalez conseguisse realizar a «performance» que o guindou ao segundo lugar da classificação geral, onde, neste momento, desfruta da confortável vantagem de cinco pontos de avanço sobre o Sporting. Tem-se chamado a esse «prodígio» dos «azuis» o «milagre de Scopelli», um nome que vai ficar, sem dúvida, duplamente, histórica nos anais do grande clube lisboeta.

Mas o «milagre de Scopelli» não foi só esse de pôr a sua equipa a ganhar jogos e pontos, como, durante muito tempo, se supôs. Na verdade, o Belenenses convencia mais pelos resultados do que pelas exibições, impressionava mais pela força física e anímica dos seus jogadores do que pelos primores do seu futebol. Por outras palavras: poderia admitir-se que, mais do que um produto da técnica e da táctica, o Belenenses seria… um «estado de espírito». A ser verdadeira esta hipótese comportaria sérios perigos, porque permitiria o receio de que, no dia em que os resultados começassem a mostrar-se desfavoráveis, o tal «estado de espírito» se fosse desvanecendo, desmoronando-se e provocando o próprio desmoronamento da equipa. É que os tais «estados de espírito» são excelentes adjuvantes de uma equipa de futebol, mas não bastam para lhes dar longa vida, isto é, para as «prolongarem» para além do tempo que duram os efeitos dos bons resultados e das boas classificações.

Ontem, porém, tivemos a confirmação de que o «milagre de Scopelli» não consistiu, apenas, em dar ao Belenenses uma equipa transitória, nascida dos efeitos efémeros de uma excelente carreira no Campeonato deste ano. Foi mais longe a visão do «arquitecto», penetrou mais fundo o dedo do «construtor». Na verdade, o Belenenses já não é só determinação, só crença, só garra, só um «estado de espírito», mas também pratica do melhor futebol que se joga hoje em Portugal.

Efectivamente, futebol como aquele que os «azuis» exibiram, ontem, em Tomar, não pode aparecer por acaso, ao sabor de tarde de inspiração. Para o pôr em prática, não obstante a vivíssima oposição do adversário e as condições desfavoráveis do ambiente (piso lamacento e tarde chuvosa), é necessário que os jogadores o sintam, o saibam de cor.

No título desta crónica, usamos uma imagem que pode parecer algo presunçosa e descabidamente poética: «melodias de rouxinol e garras de abutre». Mas foi assim mesmo, porque o Belenenses modelou jogadas de sonho, sem perder em nada da sua virilidade, da sua pujança atlética e psicológica, do realismo criador que tem caracterizado muitas das suas actuações neste Campeonato. Jogou bem; por vezes, extraordinariamente bem, mas lutando, sempre, pela forma decidida e empolgante que se lhe tem visto. Técnica e táctica, velocidade e força, segurança na defesa e poder realizador no ataque – não será tudo isto suficiente para definir uma equipa de firme presente e de grande futuro?

De sorte que, ao ver o Belenenses jogar assim – jogar como só as grandes equipas o podem e sabem fazer – demos connosco a pensar que já não surpreende o facto de estar no segundo lugar da classificação, a cinco pontos do Sporting e a sete do Vitória de Setúbal. O que espanta, isso sim, é que os «azuis» se encontrem a nove pontos do Benfica…

Gigantismo artificial

Outra ideia que não nos largou, durante a maior parte do encontro, foi a de como são descabidos, inúteis e, porventura, perniciosos, certos processos de «gigantismo artificial», de que alguns treinadores usam e abusam, não sabendo se convencidos de que conseguirão, por esse modo, superar as deficiências de «matéria prima» com que trabalham, se desejosos, antes, de se lançarem, por essa via, nas tubas da popularidade.

A verdade é que o método não tem dado os resultados que os seus autores dele fiavam. Viu-se isso com o Belenenses de há algumas épocas. Assiste-se, agora, de novo, à mais completa desautoração do processo. Não é com palavras sonoras, com promessas ribombantes, com afirmações megalómanas, que se constroem grandes equipas e conquistam resultados sensacionais. O futebol é outra coisa: são bons jogadores, são tácticas adequadas, são defesas que defendam, são ataques que marquem golos.

Que no-lo perdoe o treinador do União – que não precisa do nosso aval, nem das suas fantasias, para ser, na verdade, um homem com muitas possibilidades de êxito na espinhosa profissão que abraçou – mas discordamos, frontalmente, dos métodos de mentalização psicológica com que fez crer a jogadores e adeptos do União na existência de uma grande equipa em Tomar. A verdade é que o União não tem – nem poderia ter, se nos lembrarmos de que, na sua maioria, os jogadores de que dispõe já haviam sido testados em clubes com muitas aspirações – essa grande equipa. O União tem (ou poderia ter), isso sim, uma equipa mediana, suficientemente apta a fazer carreira tranquila no Campeonato. Para mais do que isso, não. Afigura-se-nos, por isso, um erro lamentável obrigar tanta gente a sonhar com castelos dourados, para, na hora da verdade, lhe fazer sentir todo o doloroso desencanto destas horas de frustração e de inquietação, já com o espectro dos últimos lugares a rondarem pela porta da «super-equipa» que até fazia curvar à sua passagem os peixinhos do Nabão.

Sinceramente, o que o União de Tomar precisa, neste momento, não é de palavras bonitas, mas sim da VERDADE, ainda que esta seja menos agradável de ler ou ouvir do que aquelas. É preciso fazer cessar o sonho e regressar à realidade. As «vedetas» da «super-equipa» precisam de voltar, urgentemente, ao seu lugar de «bons jogadores» de uma «equipa mediana».

Hão-de perdoar-nos, pois, os jogadores, os adeptos e o técnico do União, que, em vez de continuarmos a acariciar o seu sonho, em vez de juntarmos a nossa voz ao coro dos que os endeusam, tentemos obrigá-los a volver os olhos para a terra, para a realidade. O União pode salvar-se de danos maiores e de desilusões ainda mais dolorosas, se descer dos castelos roqueiros da ilusão por onde tem andado. Não o conseguirá, todavia, se persistir na sua miragem, que, como todas as miragens, desaparecerá de forma impiedosa e cruel – mais cruel e mais impiedosa do que possam parecer estas nossas palavras.

Lição de humildade

Mas joga mal o União de Tomar?
Não, não joga, se atendermos apenas ao lado técnico da sua forma de jogar. E é aí, precisamente, que nos parece residir o fundo do problema, a razão principal dos seus enganos e desenganos.

Na verdade, segundo o que vimos ontem, a equipa nabantina preocupa-se mais com a forma do que com os efeitos. Gosta do futebol bonito, rendilhado, com lances que levem um ou outro espectador mais entusiástico e precipitado (ou menos atento às veras necessidades da equipa) a gritar lá do seu posto de bancada: «Olé!»

«Olé!» Uma bonita finta, um rico drible, uma vistosa combinação. E os tais espectadores gritam: «Olé!» Não reparam, porém, que a bola girou, passou dois ou três pés, mas progrediu (quando progrediu) apenas alguns metros…

De início, ainda se notou, na equipa nabantina, a preocupação de jogar para as balizas do Belenenses, para o remate, para o golo. Não diremos que o tenha feito muito bem, porque o jogo miúdo e excessivamente burilado do meio-campo se sucediam os passes muito longos para os «pontas-de-lança» (Camolas e Raul Águas) e porque estes, sem terem com quem trocar a bola (os centro-campistas lançavam o esférico e ficavam-se nas covas, a ver no que paravam as modas), corriam a toda a brida no encalço dela e, mal a tinham ao alcance do pé, «vai de rematar que é uma pressa».

De qualquer modo, este começo do União teve mérito, criou sensação e produziu os seus efeitos. Teve, pelo menos, o condão de obrigar o Belenenses a pensar duas vezes, antes de se lançar, ele próprio, à conquista do golo.

Na verdade, a equipa lisboeta deu, na circunstância, uma bela lição de humildade e de sentido realista. Tudo quanto, nesse período de dificuldades, os belenenses quiseram fazer (e fizeram) foi no sentido de controlar o jogo, fechando bem a sua defesa, constituindo um bloco polivalente a meio do terreno e fazendo o possível para manter a bola em seu poder. Depois, a pouco e pouco, à medida que o ímpeto dos «pontas-de-lança» tomarenses, desbastados pelas correrias em que se lançavam e pela rijeza da oposição que lhes era movida, ia estiolando, começaram os lisboetas a gizar as primeiras jogadas de ataque, a tentarem os primeiros remates à baliza de Nascimento. Poucos remates, mas bons, com especial relevo para um de Quinito, aos dezanove minutos, que fez estoirar a bola na trave.

A defesa do União, tão mal apoiada pelos companheiros da linha média quanto o fora antes o ataque, ainda resistiu, durante alguns minutos, à vaga, sempre crescente, em caudal e em explosões de velocidade, dos dianteiros «azuis». Cometeu, porém, um erro bastante grave. É que, desconhecendo uma das particularidades mais significativas do Belenenses actual e sugestionada, talvez, por aquilo que tem ouvido a respeito de Quaresma, a defesa nabantina cuidou que, vigiando bem as «saídas» do médio belenense e matando as iniciativas de Luís Carlos (o ponta-de-lança, único, dos «azuis»), estaria a salvo dos golos. Ora, como se sabe, os dois extremos do Belenenses são, em conjunto, os responsáveis pela maior parte dos golos da sua equipa.

Quando o União de Tomar deu pelo engano (se é que deu por ele), tinha três golos nas suas balizas. Laurindo e Gonzalez tinham sido os seus autores…


Lição (magistral) de futebol

Devemos esclarecer que o avanço do Belenenses, ao intervalo, era, já, o corolário lógico de uma superioridade esmagadora. A sua defesa dominava, sem problemas, o «mini-ataque» do União. Sobrava-lhe tempo para se meter pelo meio-campo, para se aventurar até às imediações das balizas tomarenses. Médios e avançados constituiam um bloco em constante movimento, um bloco em que uns e outros se interpenetravam, se ajudavam e completavam reciprocamente, a pontos de, muitas vezes, ser impossível dizer quem seria o médio e quem o avançado.

Na verdade a equipa do Belenenses parece já ter atingido esse grau de mecanização perfeita, que, noutras equipas, só ao cabo de vários anos de actividade em comum, os jogadores alcançam. Bola recebida, bola passada, jogador para receber e tornar e passá-la, sem que se quebre o fio à meada. Com ritmo vivo, com variantes sucessivas, com mudanças de velocidade inesperadas. Uma máquina, mas uma máquina que pensa, que inventa, que se recreia e entusiasma com aquilo que lhe sai do pensamento e dos pés. Nada que se pareça com o frio automatismo das máquinas de aço. Esta máquina do Belenenses tem sangue nas veias, massa cinzenta na cabeça, nervos por todo o corpo. Sabe, quer e pode.

Foi deveras fantástica a forma como a equipa lisboeta conseguiu, mesmo quando o União tentou tudo (incluindo, aqui ou acolá, um lance mais duro, de intimidação pura) abrir os espaços vazios necessários à sua progressão para as balizas. Uma finta, um passe, um centro, um cruzamento, quando menos se esperava ou para o sítio que menos se supunha, e eis que o caminho surgia, limpo e amplo, com um jogador belenense (ora este, ora aquele) a correr por ele em direcção ao alvo. Prodígios de varinha de Moisés abrindo passagem pelas águas do Mar Vermelho – passe mais esta hipérbole, com licença do leitor mais prosaico, a quem as imagens possam causar enfado.

O ataque do Belenenses não «está lá»; «aparece lá»… nos momentos precisos. Como? À força de mudanças de velocidade, de talento, de engenho inventivo, de conjugação de ideias e movimentos. Será esse um dos seus segredos?

Na tarde de ontem, pelo menos, foi. E, depois da bela lição de humildade com que principiou a partida – uma partida em que muitos receavam que os nabantinos cortassem as asas aos «pássaros azuis» – o Belenenses terminou a sua esplêndida exibição em Tomar, com uma lição magistral de futebol. O resultado (o melhor de quantos qualquer equipa obteve neste Campeonato, em campo adversário) sugere muito, mas não diz tudo. É preciso ver jogar o Belenenses como jogou ontem, para acreditar que, em tão pouco tempo, o «milagre de Scopelli» atingisse tais proporções.

Quem distinguir?

Habitualmente, este capítulo final das crónicas é destinado a pôr em evidência os nomes e os méritos dos jogadores que mais se distinguiram.

Relativamente ao Belenenses, temos um problema: não sabemos por quem optar.

Por Mourinho, que, sem ter sido muito posto à prova, não cometeu um único erro, nem deu uma única oportunidade a qualquer adversário?

Por Murça, que foi defesa, médio, extremo, «ponta-de-lança», segundo o favor do momento e da inspiração e fez alarde de uma técnica que muitos médios e avançados cobiçariam?

Por Calado, senhor incontestável da zona fronteira às suas balizas, tão firme a defender como exímio a transformar em começo de ataque quase todas as jogadas que lhe morriam nos pés?

Por Freitas, pletórico de energia e de entusiasmo, de eficiência e de abnegação?

Por Pietra, que como a própria equipa, denota progressos em cada jogo, a pontos de já poder ombrear com os «grandes» do seu lugar?

Por Quinito, um mouro de trabalho e de talento estratégico, tal como Quaresma e Ernesto, este último (espantoso!) a executar tão bem como os melhores executantes da sua equipa?

Por Gonzalez, com o seu portentoso segundo golo e uma mão cheia de jogadas dignas de figurar numa antologia dos artistas de futebol?

Por Laurindo, que, depois de um começo apagado e triste, se ergueu até à altura do Laurindo dos grandes dias?

Por Luís Carlos, a abrir caminho aos colegas, à custa do seu denodo, da sua aplicação, do seu dinamismo – e a marcar ele próprio, dois excelentes golos?

O mesmo problema se nos depara, em relação ao União de Tomar, mas por razões diferentes. Quem deveremos distinguir?

No bem, poucos, talvez nenhum. No mal… Não falemos em coisas tristes. O União de Tomar está a despertar de um sonho. É tempo de encarar de frente à realidade. Toca a descer das nuvens, a arregaçar as mangas…

Com alguns erros de somenos, a arbitragem de Ismael Baltasar situou-se em plano razoável. Compreendemos perfeitamente o rigor de que, em determinada altura da primeira parte, usou. O jogo estava a «aquecer» demasiado. Era preciso «salvá-lo». Bastaram dois «cartões amarelos» (a Fernando e Ernesto) na altura própria.»

(“A Bola”, 22.01.1973 – Crónica de Alfredo Farinha)


Post do excelente blog UNIÃO DE TOMAR, que muito agradecemos

Ir ao Restelo e não ver o «Papa-Gonzalez» - interessa atacar ou interessa marcar?

Estádio do Restelo, em Lisboa, 30 de Setembro de 1972 - 4ª jornada
Árbitro – Inácio de Almeida, de Setúbal
BELENENSES – Mourinho (2); Murça (2), Calado (2), Freitas (2) e João Cardoso (2); Quaresma, «cap.» (1); Quinito (1) e Godinho (2); Laurindo (1), Luís Carlos (2) e Gonzalez (1)

U. TOMAR – Silva Morais (1); Kiki (1), João Carlos, «capitão» (2), Cardoso (2) e Fernandes (1); Raul (1), Manuel José (2), Pedro (2) e Caetano (0) (40m – Pavão (0)); Bolota (1) (67m – Beto (0)) e Camolas (2)

1-0 – Luís Carlos – 52m
2-0 – Luís Carlos – 85m

«Substituições – Aos 40 minutos do primeiro tempo, Pavão (0) rendeu Caetano e, aos 22 minutos da segunda parte, Beto (0) substituiu Bolota.

Ao intervalo: 0-0.
Na segunda parte: 2-0.

Aos 7 minutos, 1-0, por Luís Carlos. O Belenenses carregou para cima da baliza, com mais um cruzamento. Silva Morais saltou e defendeu atabalhoadamente para a sua frente. Godinho recargou com o pé direito. A defesa de Tomar aliviou em aflição e a bola ressaltou nos pés de um belenense voltando para a baliza tomarense, perto da qual, Luís Carlos conseguiu desviá-la, com um ligeiro toque. Sobre o risco, Kiki e um colega da defesa deixaram a bola esgueirar-se para a rede.

Aos 40 minutos, 2-0, por Luís Carlos. Foi a melhor jogada do desafio. Godinho levou a bola até à linha de cabeceira e, daí, centrou atrasado, pelas costas da defesa tomarense. O brasileiro que vinha na corrida, não teve quaisquer dificuldades em, de frente para a bola, lhe dar o toque final.

Resultado final: 2-0.
———
Foi um jogo muito calmo. Muito correcto. A equipa da «casa» a tentar atacar, nem sempre pelo processo mais aconselhável. A equipa visitante a defender-se, as mais das vezes, com acerto, outras já em situação de recurso e sem toda a lucidez necessária. Acabou por ganhar a melhor equipa. A que jogava em «casa». A que atacou mais. Ainda que nem sempre…

Foi este o primeiro desafio do campeonato em que o Belenenses teve efectivamente que atacar, atacar desde o primeiro ao último minuto. Antes, não tinha sido assim. Contra a Cuf, no Barreiro, foi uma «batalha» entre os meios-campos e um jogo decidido pelo melhor contra-ataque. Contra o Vitória, sabe-se que talvez com uma única excepção, nenhuma equipa portuguesa pode jogar deliberadamente ao ataque, só ao ataque. E nas Antas, contra o F. C. Porto, o Belenenses actual também não pôde realizar uma exibição de ataque franco e aberto.

Pois, agora, contra o Tomar, foi este o primeiro jogo, em que o Belenenses teria, em princípio, que abrir e ir aberta, francamente, para o ataque. Este jogo mostrou que a dimensão actual do Belenenses ainda não comporta que a equipa de Belém ataque tão bem como o faz na defesa e no meio-campo. Mas, de qualquer maneira, deu indicações…

Sabe-se que uma grande equipa não se faz num dia. Nem num mês. Nem num ano. Scopelli começou pelo princípio. Neste momento, alguns meses após o seu primeiro dia de trabalho, o Belenenses é uma equipa que defende muito bem. Que joga muito bem no meio-campo. Mas que, quanto tem de abrir-se para o ataque, ainda o faz com algumas deficiências. Vai ser este, aliás, o capítulo mais difícil do trabalho de Scopelli. Aliás, sabe-se que é sempre assim. É muito mais difícil atacar do que defender. Ou contra-atacar. Por isso, até que o Belenenses venha a ter uma grande equipa de ataque, ainda vai levar o seu tempo. Se é que o Belenenses tem jogadores para isso. Se é que o Belenenses está interessado nisso…

O Belenenses-72 é uma equipa que sabe jogar. No sábado, a defesa foi impecável. Mas o meio-campo, não. E o ataque, também não.

Onde falhou, então, o meio-campo de Belém, que tão bem jogara contra o fabuloso «miolo» de Setúbal e contra o F. C. Porto e a Cuf cujos «calcanhares de Aquiles» não são, como se sabe, o meio-campo?…

Quaresma. Tem sido um homem precioso na nova posição que Scopelli lhe reservou na equipa. Ligeiramente adiantado em relação aos defesas, numa linha logo a seguir. Quaresma foi precioso nos três primeiros jogos. Mas, no sábado, foi um «homem a mais». Que fazia Quaresma lá atrás? Que defendia ele?

A resposta foi dada logo nos minutos iniciais. Quaresma ficava, efectivamente, lá atrás porque Murça e Cardoso se adiantavam muito a tentarem flanquear a defesa de Tomar. Então, Quaresma estava atento às «dobras». Quando o meio-campo de Tomar, especialmente Pedro – que tem tanto de bom jogador como de indisciplinado tacticamente – tentava aproveitar o adiantamento dos laterais belenenses «metendo» em profundidade a bola pelas suas costas, aí estava Quaresma a entrar em acção e a mostrar a sua utilidade.

Em teoria, portanto, estava certíssimo. Mas na prática, como resultou o sistema?

Do outro lado, o Tomar tinha quatro homens no meio-campo. Com uma única excepção (Pedro) destinados quase exclusivamente a apoiar a defesa formando, assim, uma segunda linha de defensores. Com o avanço dos laterais, pretendia-se o único lance que poderia resultar para destroçar aquela defesa de Tomar. A fuga até à linha de cabeceira e, daí, o centro atrasado para diante de um homem que se desmarcava, então, em corrida, e tinha, assim, a vantagem de receber a bola de frente enquanto os defesas a tinham a passar pelas costas.

…Porque, de contrário, era impossível. Com cruzamentos, centros a «pingar» sobre a baliza, sucedia exactamente o contrário. Eram os avançados «azuis» que tinham a bola pelas costas e eram os defesas de Tomar que estavam de frente para a bola. Isto é, com todas as vantagens.

Portanto, certíssimo – na teoria. Mas, na prática?
Murça defendeu muito bem os poucos lances em que teve que intervir. No entanto, nem sempre por culpa sua, dizemos, porque se não lhe prestou o apoio de que necessitava. Quando Murça vinha com a bola, nem Quinito nem Laurindo vieram ter com ele para a «tabela» que podia dar a desmarcação que levasse a bola até ao fundo.

Do outro lado, João Cardoso também não foi bem auxiliado. Quando tentou o serviço à frente, só Godinho o ajudou. Quaresma foi solicitado por vezes, mas não colaborou como deveria. Gonzalez também, mas nunca se decidiu pela «tabela». Recebia a bola de Cardoso e, depois, tentava fazer ele o lance, ou rematando de longe ou tentando «furar» ele pelo impossível centro da defesa de Tomar.

Portanto, voltando a Quaresma, que se passou com o abnegado jogador?

Os laterais de Belém não conseguiram passar com a bola, por isso, passavam a bola. Nem sempre bem, muitas vezes, tentando o lançamento à distância, condenado pela super-concentração do meio-campo e defesa de Tomar. Por isso, os laterais estavam lá atrás. Por isso, Quaresma não era preciso lá atrás.

O próprio Scopelli o terá reconhecido. Por isso, na segunda parte, Quaresma veio «solto» cá para a frente. Podia ter sido o homem do jogo, os outros estavam «marcados». Ele era o «homem que sobrava». Ainda fez dois ou três remates à baliza.

Invariavelmente tortos. Também não se pode exigir a Quaresma que defenda, hoje, e vá amanhã marcar golos lá à frente. Às vezes poderá acontecer, mas por sistema…

Foi esse o falhanço – Quaresma, como homem do meio-campo, virado para o ataque.

… Mas houve mais. Houve, tambéma má noite de Quinito. Quis despachar muitos lances com pressa demasiada. Muitos lançamentos compridos. Outras vezes, longas correrias a tentar «furar» quase sempre pelo meio. Além disso, serviu muito mal Laurindo que precisava da bola à sua frente e não da bola nos pés, que ele tinha que dominar e, quando o fazia, lá tinha Fernandes «em cima». Mesmo assim, por vezes, ainda Laurindo conseguiu esgueirar-se-lhe, porque Fernandes jogou muito precipitado, sempre a tentar a antecipação e às vezes a ser «enganado» por uma rápida simulação de corpo ou um pequeno toque do desconcertante Laurindo, que no entanto, não foi, anteontem, tão desconcertante como é costume.

…E Gonzalez? Muita gente terá ido ao Restelo para ver Gonzalez. As pessoas foram lá – mas Gonzales, não. Não «esteve» lá. – Talvez por isso mesmo, porque é mais difícil atacar… em ataque aberto e franco, do que em contra-ataque. E Gonzalez tinha sempre Kiki «em cima» e, quando tentava esgueirar-se (pelo meio) lá estavam João Carlos e Cardoso, impecáveis desde o princípio até… cinco minutos do fim.

Mas houve um homem que jogou sempre muito bem. De princípio a fim. Foi Godinho. O «rei» do meio-campo. Beneficiou das largas concedidas por Pedro, que não o marcou a ele, nem a ninguém. Mas fez o jogo de que a equipa necessitava. Foi o que mais tentou que Laurindo e Gonzalez fossem à linha de cabeceira. Exemplificou excelentemente «como era», com o golo – uma jogada espectacular, que, no entanto, só pecou por tardia, pois veio apenas a cinco minutos do fim. Também foi o que veio mais vezes atrás para o apoio do que os laterais necessitavam sempre que queriam ir lá à frente, pelos seus flancos.

E o Tomar? Foi sobretudo, uma equipa lutadora. Que aceitou a luta desde o princípio até ao fim, e nunca se desuniu. Trazia a lição bem estudada. Quatro homens lá atrás, a jogarem na antecipação. A marcar «em cima» os «azuis» sempre que eles estavam lá pelas imediações da baliza. E a deixarem que a segunda linha (os homens do meio-campo) o fizesse quando eles recuavam a tentar tirar os tomarenses de lá de trás.

Silva Morais não fez, praticamente, uma única defesa. Só intercepções a cruzamentos, saídos e centros, e captando bolas fáceis.

…Mas tudo isto com um estilo pouco convincente. No lance do primeiro golo, repeliu a bola a soco, para a sua frente, em vez de desviá-la para os lados. Quanto ao resto, um tanto «desajeitadão», mas lá foi defendendo as poucas bolas que lhe atiraram para cima da baliza, umas agarrando à primeira, outras nem por isso.

Depois, uma defesa com dois centrais nas suas «sete quintas». João Carlos e Cardoso. Ambos altos. A jogar de frente para a bola. Saltando sempre mais alto que os belenenses, todos «rodas baixas», passe a comparação «automobilística». Todas as facilidades, e a exibição, por isso, certa. Só no segundo golo, é que já terão tido as suas culpas. É certo que deixaram Luís Carlos sózinho – um homem que não jogou bem, que se «mexeu» muito pouco mas que apareceu quando foi preciso, em dois lances que deram dois golos.

Os laterais acusaram mais dificuldades que os do meio. Apesar de tudo, Laurindo ainda criou problemas a Fernandes e Kiki foi obrigado a muito pontapé para o ar, para se salvar Gonzalez, a ameça que afinal não veio.

No meio-campo, o Tomar teve em Manuel José um elemento precioso. Não só a defender, e «marcou», muito bem, Gonzalez sempre que este recuava e se «metia» pelo meio, como ainda e, depois do 1-0, a tentar que Camolas, lá à frente, conseguisse o empate.

Também Pedro jogou muito bem, mas só a atacar. Não «marcou» ninguém mas teve bons serviços para Bolota e Camolas, este a causar mais perigo do que aquele que, no entanto, foi mesmo assim mais perigoso que Beto.

Raul foi o que sentiu mais dificuldades. Como Pedro não marcou Godinho, ele tentou «dobrá-lo», mas não o conseguiu. Godinho ganhou-lhe muitos lances e foi o melhor do meio-campo.

Quanto a Pavão, que entrou para tentar esgueirar-se pelo flanco esquerdo da defesa belenense a aproveitar-se dos adiantamentos de João Cardoso, nunca conseguiu fazê-lo. Acabou por não atacar nem defender, igualando-se, assim, ao fraco rendimento de Caetano, que tinha sido o mais fraco do «miolo» tomarense no primeiro tempo.

Por todas estas razões, o Belenenses não conseguiu ser, ainda, uma equipa de ataque, na completa acepção do termo. A equipa ainda não está dimensionada para isso – e nos parece, aliás, que tenha jogadores para vir a sê-lo.

Só faltará, agora, perguntar, e se o Belenenses está efectivamente muito interessado em ter uma equipa de ataque. Ou não lhe interessará mais uma equipa que jogue bem e ganhe?

Faltará agora saber, é se esta equipa ganhará os jogos – os jogos em «casa»? Anteontem, venceu sem apelo nem agravo, com golos «limpos», sem favores do árbitro, que foi, aliás, a pessoa que passou mais despercebida na noite – e esse é o seu melhor elogio – sem nunca dar a sensação de a vitória estar em perigo.

Só que Silva Morais não foi chamado a efectuar uma verdadeira defesa a remate dos belenenses. Só intercepções, só cortes…

No entanto, não interessam os remates mas os pontos. E se Belém conseguir, em «casa» apurar, mais, este seu equilíbrio entre equipa que sai de um «contra-ataque mais defensivo» para um ataque que é, muitas vezes, um «contra-ataque mais ofensivo», não haverá muitas «goleadas» mas pode haver muitas vitórias nesta nova fase de uma equipa que não deslumbrou mas, para continuar a ser igual a si própria, jogará tanto melhor quanto mais forte for a réplica que encontrar.»

(“A Bola”, 02.10.1972 – Crónica de Jorge Schnitzer)

Post da autoria do excelente blog UNIÃO de TOMAR , que muito agradecemos

O fugaz líder do campeonato de 1972-73 visto pelo lápis de Martins

DOMINGO DE MANHÃ
"- Depressa querida, vai-me comprar os jornais que quero ver o Belenenses à frente da classificação."

  • Restelo, sábado, 30 de Setembro de 1972, o Belenenses vence por 2-0 o União de Tomar, em jogo antecipado da 4ª jornada o que lhe permite liderar a classificação por 24 horas, na época em que se sagrou vice-campeão nacional pela última vez.

Torneio de futebol júnior de Draveil, França - 1977

Equipa júnior que disputou o torneio de Draveil, França, em 1977,
Zé Francisco (falecido), Zé João, Figueiredo, Vaz, José Rebelo, Pio, Ribeiro, Serra, Higíno (falecido), Álvaro e Alfredo.

Foto enviada pelo amigo do BI no Facebook, Manuel Vaz.

John Henry Mortimore



John Mortimore foi treinador do Belenenses, parte da época de 1988-89, tendo sido substituído por Marinho Peres.
A dupla vitória sobre o Bayer Leverkunsen, de "Rinus" Michels, sob o seu comando, ficou registado nos anais do clube como um feito.

Luiz Carlos Filgueira, um Belenense Brasiliense

Celebração dos 400 jogos na 1ª divisão portuguesa. Curriculum (parcial) de um excelente profissional de futebol, que honrou, exemplarmente, a camisa do Belenenses.

Viermal Meiter und zweimal Pokalsieger

4 vezes campeão e 2 vezes vencedor da taça
Revista # 243 do TSV BAYER 04 LEVERKUSEN de 06.09.1988

Artur Quaresma pelo lápis de Adriano Baptista



"Numa das deslocações do Belenenses ao Algarve, o artista Adriano Baptista, fez a caricatura de Artur Quaresma e, sabedor da sua paixão, pôs lhe umas asas de pombo correio.
Aproveitá-la agora, para ilustrar a notícia de que, Quaresma, continua no Belenenses, como treinador dos infantis e das categorias inferiores - visto a equipa de honra ficar, naturalmente, a cargo do italiano Rino Martini, agora contratado - não deixando, ainda, de ser jogador.
Foram postas a correr várias notícias sobre o caso: que Artur Quaresma teimava em deixar o belenenses tomando o rumo de Elvas, e outras coisas semelhantes.
Afinal, Quaresma continua em Belém."
Revista «Stadium» de 31 de Agosto de 1949

F.C. "Os Belenenses" - Equipa de futebol feminino

"Foi fundado em 22 de Setembro de 1965, no lugar da Amieirinha (Marinha Grande), onde tem a sua sede social. A finalidade da criação do clube foi a prática do futebol. 0 clube ficou oficializado estatutariamente em 1 de Novembro de 1980, ano em que se filiou na Associação de Futebol de Leiria. As cores usadas pela sua equipa são camisola azul claro e calção azul escuro."

Pode visitar o blog 'F.C. "Os Belenenses" - Equipa de futebol  feminino', clicando aqui.

De pé: Sandra (T), Sónia, Andreia, Catarina S., Mariana, Luciana, Rita C. e Petra.
Agachadas: Tatiana, Sara, Inês, Catarina F., Bianca, Telma, Carol e Sandra.

José Carlos Fernandes «Lito» Vidigal

Carreira no Belenenses:
  • 1995/96 -   7 jogos (2 incompletos)
    1996/97 - 28 jogos
    1997/98 - 18 jogos e 1 golo marcado
    1998/99 - 20 jogos e 1 golo marcado
    1999/00 - 25 jogos (3 incompletos) e 1 golo marcado
    2000/01 - 16 jogos (6 incompletos)
    2001/02 - 18 jogos (1 incompleto)

Jesus Seba Hernandez

Carreira no Belenenses: 1999/2000 - 33 jogos e 8 golos marcados. 2000/2001 - 12 jogos e 2 golos marcados. 2001/2002 - 16 jogos (5 incompletos).

Grupo Os Belenenses em 1920 num cliché de Serra Ribeiro


Foto (cliché de Serra Ribeiro) de um dos primeiros "Onzes" do Belenenses, publicado na revista "Ilustração Portugueza", edição do dia 23 de Agosto de 1920

Fazer da actual juventude belenense uma geração de campeões

o futuro do Belenenses está a passar por aqui

Fotos do álbum 'Os Pequenos Conquistadores - Iniciados' da página do Futsal do Belenenses no Facebook.

Beleza (Belenense) é fundamental

 Mulheres belenenses
As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que tudo seja belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Eluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como ao âmbar de uma tarde. Ah, deixai-e dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) e também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é, porém, o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de 5 velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37° centígrados podendo eventualmente provocar queimaduras
Do 1° grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro da paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que, se se fechar os olhos
Ao abri-los ela não mais estará presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ele não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.

Receita de Mulher, Vinícius de Moraes

Uma das mais belas fotos da história do Belenenses

📸Fernando Manuel Antunes Mendes
Golo contra o Gil Vicente
⚽Estádio do Restelo, 29/08/1999 - 2ª jornada do campeonato (1-1). O Belenenses alinhou com: Botelho; Lito, Wilson, Filgueira e Cabral; Tuck, Gouveia e Fernando Mendes; Seba, João Paulo Brito (Renato, aos 55') e Rui Pataca. Vítor Oliveira, era o treinador

José Manuel Mota Delgado



Nasceu em Lisboa a 30 de Outubro de 1957

Representou os seguintes clubes: Sp. Braga (Juvenis), Sporting, Montijo, Belenenses, Portimonense, Benfica, Farense e Sp. Espinho.
Carreira no Belenenses:
  • 1977/78 - 05 jogos 
  • 1978/79 - 15 jogos
  • 1979/80 - 27 jogos
  • 1980/81 - 30 jogos
Delgado, fez mais jogos (77) como titular no Belenenses (4 épocas) do que em 10 épocas em outros clubes, onde fez 52 jogos sendo que um deles foi incompleto

David Byrne

Guildford (Reino Unido), 11 de Janeiro de 1960
Plantel 1984/85 - 16 jogos (1 incompleto) e 1 golo marcado